05 Junho 2017
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) devem encontrar "novas formas, modalidades mais adequadas, mais eclesiais" para desempenhar seu serviço frente a missão universal da Igreja, porque elas "frequentemente" são reduzidas "a uma organização que reúne e distribui, em nome do Papa, a ajuda financeira para as Igrejas mais necessitadas".
O papa confirmou, na audiência concedida às POM, dedicar o mês de outubro de 2019 para as missões, como já havia anunciado o cardeal prefeito da "Propaganda Fide", Fernando Filoni. É um "momento propício para que a oração, o testemunho de muitos santos e mártires da missão, a reflexão bíblica e teológica, a catequese e a caridade missionária, tudo isso contribua para evangelizar, sobretudo, a própria Igreja, para que ela, redescobrindo o frescor e o ardor do primeiro amor pelo Senhor crucificado e ressuscitado, possa evangelizar o mundo com credibilidade e eficácia".
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 03-06-2017. A tradução é Henrique Denis Lucas.
"Já é bem conhecida a minha preocupação com as Pontifícias Obras Missionárias, - disse o Papa - frequentemente reduzidas a uma organização que, em nome do papa, reúne e distribui auxílios financeiros para as Igrejas mais carentes. Sei que há uma busca por novas formas, modalidades mais adequadas, mais eclesiais, para desempenhar seu serviço na missão universal da Igreja", prosseguiu Francisco. Ele também salientou que "neste processo de reforma urgente" existe o apoio da intercessão dos santos Carlo Lwanga, entre outros companheiros, mártires de Uganda, cuja memória litúrgica ainda é forte atualmente.
"Para renovar o ardor e a paixão, motor espiritual da atividade apostólica de incontáveis santos e missionários mártires, - disse o Papa - recebi com muita alegria a proposta, elaborada junto a Congregação para a Evangelização dos Povos, de convocar um momento especial para oração e reflexão sobre a missio ad gentes. Peço à toda a Igreja que dedique o mês de outubro de 2019 para esta finalidade, porque neste ano celebraremos o centenário da Carta Apostólica 'Maximum illud', do Papa Bento XV".
Há de se enfatizar que nesse documento tão importante sobre as missões a "santidade de vida" é necessária para a eficácia do apostolado missionário e da "forte união com Cristo". Dessa forma, de maneira a "anunciar o Evangelho a todos, amando e usando a misericórdia com todos", o Papa Francisco lembrou que, tal como Bento XV havia escrito, "aquele que prega Deus é o homem de Deus".
Ele expressou seu desejo, recordando também o Beato Paulo VI, com estas palavras: "Desejo que a vossa assistência espiritual e material para as Igrejas torne-as cada vez mais fundamentadas no Evangelho e no compromisso batismal de todos os fiéis, leigos e clérigos, na única missão da Igreja – aproximar o amor de Deus a todos os homens, especialmente aos mais necessitados da sua misericórdia. O mês extraordinário de oração e reflexão sobre a missão como primeira evangelização servirá para esta renovação da fé eclesial, com o objetivo de que sempre esteja contida e trabalhada em seu coração a Páscoa de Jesus Cristo, único Salvador, Senhor e Esposo de sua Igreja. Que a preparação deste tempo extraordinário dedicado ao primeiro anúncio do Evangelho nos ajude a ser cada vez mais uma Igreja em missão, segundo as palavras do Beato Paulo VI, em sua Exortação Apostólica 'Evangelii nuntiandi', carta magna do compromisso missionário pós-conciliar".
Uma Igreja que, antes de tudo, evangeliza a si mesma para então evangelizar o Povo de Deus no mundo, um povo que está cercado e é tentado por tantos ídolos. O Papa Francisco reiterou e acrescentou: "No espírito do magistério do Beato Paulo VI, desejo que a celebração dos 100 anos da 'Maximum illud', em outubro de 2019, seja um momento propício para que a oração, o testemunho de tantos santos e mártires da missão, a reflexão bíblica e teológica, a catequese e a caridade missionária contribuam para evangelizar principalmente a Igreja, de modo que ela, redescobrindo o frescor e o ardor de seu primeiro amor pelo Senhor crucificado e ressuscitado, possa evangelizar o mundo com credibilidade e eficácia".
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Papa pede que as Pontifícias Obras Missionárias (POM) não se restrinjam a angariar fundos financeiros para a missão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU