13 Dezembro 2016
O presépio que este ano foi montado na Praça São Pedro, com a típica embarcação maltesa, o “luzzu”, faz alusão “à triste realidade dos migrantes nas barcas que se dirigem à Itália”. A revelação foi feita pelo Papa no discurso que fez às delegações de Malta e do Trentino que este ano doaram o presépio e a árvore de Natal que se encontram na Praça São Pedro. O Papa destacou que “na dolorosa experiência destes irmãos e irmãs, voltamos a ver aquela do Menino Jesus, que, no momento de seu nascimento, não encontrou abrigo e nasceu na gruta de Belém”.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada por Vatican Insider, 09-12-2016. A tradução é de André Langer.
“O presépio montado na Praça São Pedro, obra do artista de Gozo, Manwel Grech, reproduz a paisagem maltesa, e o completam a tradicional cruz de Malta e o “luzzu” – disse o Papa –, típica embarcação maltesa que faz alusão à triste e trágica realidade dos migrantes nas barcas que se dirigem à Itália. Na dolorosa experiência destes irmãos e irmãs, voltamos a ver aquela do Menino Jesus, que, no momento de seu nascimento, não encontrou abrigo e nasceu na gruta de Belém, sendo depois levado ao Egito para fugir da ameaça de Herodes”.
“Todos aqueles que visitarem este presépio estão convidados a redescobrir seu valor simbólico, que é uma mensagem de fraternidade, de partilha, de acolhida e de solidariedade. Também os presépios que se encontram nas igrejas, nas casas e em muitos lugares públicos são um convite para prepararmos um lugar em nossa vida e na sociedade para Deus, oculto no rosto de tantas pessoas que passam por dificuldades, pobreza e tribulação”, acrescentou o Papa.
A árvore de Natal, que se encontra ao lado do presépio, “veio das florestas de Scurelle, ao pé da cadeia montanhosa do Lagorai – prosseguiu o Papa – cercada pela natureza encantadora, com flores, plantas e córregos cristalinos que enfeitam os caminhos. A beleza destes panoramas é um convite para contemplar o Criador e respeitar a natureza, obra de suas mãos. Somos todos chamados a nos aproximar da Criação com estupor contemplativo”.
O presépio e a árvore, pois, “formam uma mensagem de esperança e amor e ajudam a criar o clima natalício favorável para viver com fé o Nascimento do Redentor, vindo à terra com simplicidade e mansidão. Deixemo-nos atrair com alma de crianças ao presépio porque ali se compreende a bondade de Deus e se contempla a sua misericórdia, que se fez carne humana para comover o nosso olhar”.
Em sua saudação, o Papa agradeceu particularmente aos bispos e ao governo de Malta, à Associação Florestas do Lagonai, aos representantes da Arquidiocese e da Província de Trento (Itália) e às autoridades da Baixa Valsugana. Dedicou também um “pensamento especial” a todas as crianças que decoram a árvore, com “o apoio da Fundação Lene Thun, que mantém os laboratórios de cerâmica terapêutica em alguns hospitais. As bolas coloridas que fizeram representam os valores da vida, do amor e da paz que o Natal de Cristo vem para nos propor cada ano”.
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Francisco: no presépio, a imagem dos migrantes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU