Está tudo preparado para a celebração em honra à padroeira da América Latina. Às 16h30 entrarão na Basílica de São Pedro as bandeiras dos países do continente que acompanharão a Virgem de Guadalupe. Em seguida, serão rezados o Santo Rosário guadalupano, orações e cantos populares do Advento e, às 18h, a missa acompanhada pelas notas da Missa Crioula do compositor argentino Ariel Ramírez, falecido em 2010. A direção musical estará a cargo do seu filho Facundo acompanhado de seu grupo e pela voz da cantora argentina Patricia Sosa, acompanhada também pelo coro romano Musica Nuova.

A reportagem é de Daniele Metelli e publicada no sítio Tierras de América, 10-12-2014. A tradução é de André Langer.

O convite para a celebração se estende a todas as conferências episcopais do continente americano e às embaixadas dos respectivos governos. A Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), organizadora e promotora do evento, espera que possa participar um número significativo de bispos latino-americanos e estadunidenses. Sem dúvida, estarão presentes muitos imigrantes que moram e trabalham em Roma: as comunidades sul-americanas solicitaram 3.000 ingressos e o capelão filipino reservou outros 1.500, já que a Virgem de Guadalupe é também a “Imperatriz das Filipinas”. Não há dúvida de que nessa tarde subirão ao céu inúmeras orações pelo êxito da próxima viagem do Papa precisamente ao Sri Lanka e às Filipinas (13 a 15 de janeiro de 2015). E também não faltarão aqueles que esperam o anúncio da visita do papa ao Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe em uma escala de sua viagem aos Estados Unidos, prevista para setembro de 2015.

Não é a primeira vez que a Missa Crioula ressoa no Vaticano para celebrar a Virgem de Guadalupe. No dia 12 de dezembro de 2011, o Papa Bento XVI comemorou esta solenidade litúrgica com uma concelebração eucarística. Ao término da cerimônia, ficou impressionado com a “intensidade e dramaticidade religiosa” de seus cantos. A obra, escolhida como uma das melhores criações musicais do século passado, também foi interpretada pelo famoso tenor espanhol José Carreras no dia 12 de dezembro de 1988 no Salão Paulo VI. Nessa oportunidade, o Papa João Paulo II não pôde estar presente, mas recebeu o tenor no dia seguinte. Depois, é preciso remontar-se a 1974, quando Paulo VI convidou Ariel Ramírez para Roma para ouvir ao vivo e dirigidas por seu próprio autor as músicas que já eram extraordinariamente populares na América Latina.

Uma novidade absoluta será, ao contrário, a reza do Rosário guadalupano: oito dezenas, uma para cada sacramento e a última pela Igreja. Cada dezena será precedida por uma leitura e uma oração, com textos que fazem referências à aparição da Virgem de Guadalupe e sua relação com os sacramentos.

Todos os bispos e sacerdotes presentes – que serão muitíssimos – poderão concelebrar com o Santo Padre. Já se sabe que no altar estarão o cardeal canadense Marc Ouellet, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), o arcebispo de Boston Sean Patrick O’Malley, fundador, em 1973, do Centro Católico Hispânico, o arcebispo hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, membro da comissão que se ocupa da reforma da cúria romana e provável responsável in pectore da área Justiça e Caridade, que unificará vários dicastérios vaticanos, e o cardeal Norberto Rivera, arcebispo metropolitano da Cidade do México e custódio da Sagrada Imagem de Guadalupe, que chegará a Roma proveniente de um México em convulsão pelo desaparecimento de 43 estudantes. Junto com ele estará o cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida do Norte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Finalmente, para a manhã do sábado, dia 13 de dezembro, a Pontifícia Comissão para a América Latina organizou um “evento guadalupano”, que acontecerá no auditório do Instituto Patrístico Augustinianum de Roma. O encontro terá um duplo objetivo: dialogar sobre o significado da mensagem da Virgem de Guadalupe na gênese dos povos americanos e buscar uma resposta para os desafios do momento atual. Durante o encontro será visto um vídeo, haverá cantos, conferências, diálogos e momentos de oração e será apresentado pelo padre Eduardo Chávez, diretor do Instituto Superior de Estudos Guadalupanos. Espera-se a participação de superiores e membros dos dicastérios da cúria romana, delegados de governos e membros do corpo diplomático de diversos países do continente, sacerdotes, religiosos e religiosas latino-americanos que prestam serviços ou realizam estudos em Roma e também imigrantes residentes em Roma por razões familiares ou de trabalho.