Por: João Conceição e Marilene Maia | 15 Outubro 2016
Na contramão da queda da representatividade das mulheres na política brasileira e gaúcha, o Vale do Sinos elegeu seis mulheres para comandar as prefeituras dos seus municípios a partir de 2017. Em relação ao pleito de 2012, o número de mulheres eleitas foi de quatro, podendo, no segundo turno de 2016, chegar a sete.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Tribunal Superior Eleitoral – TSE para verificar o perfil dos prefeitos(as) eleitos(as) no pleito municipal de 2016. A análise apresentará informações acerca da idade, grau de instrução, ocupação, valor total do patrimônio declarado, entre outros dados.
No ano de 2016, segundo os dados do TSE, somente 31 mulheres se elegeram prefeitas nos municípios gaúchos, enquanto 466 homens foram eleitos. Esses dados colocam a representatividade feminina das mulheres nas prefeituras gaúchas em aproximadamente 6% dos municípios do estado. O dado fica ainda pior quando se faz um comparativo com os demais 26 estados da federação brasileira, colocando o Rio Grande do Sul na penúltima colocação na representatividade no Poder Executivo.
Em relação ao pleito de 2012, houve uma redução de 11,40%, mais que o dobro da média nacional; em valores absolutos, o número de mulheres prefeitas no Rio Grande do Sul caiu de 35 para 31. No Brasil, 639 mulheres foram eleitas no pleito de 2016, já em 2012, 670 tinham sido eleitas, ou seja, uma redução de 4,60%.
No estado gaúcho, essa situação não altera praticamente nada no segundo turno, pois apenas Elizabeth Colombo, do Partido Republicano Brasileiro – PRB, do município de Canoas disputa o pleito. Caso seja eleita a sucessora de Jairo Jorge, do Partido dos Trabalhadores - PT, o Vale do Sinos terá a maior parte das prefeituras comandada por mulheres. No cenário nacional, apenas sete mulheres concorrem no segundo turno, e se todas fossem eleitas, o número de mulheres prefeitas ainda ficaria abaixo do pleito de 2012.
Corinha, Fatima, Ivete, Mara e Carla são cinco das sete prefeitas eleitas no Vale do Sinos
Foto: Omar Freitas / Agência RBS
A tabela 01 sistematiza algumas informações do perfil dos prefeitos(as) eleitos no Vale do Sinos. Conforme pode ser visto, foram reeleitos(as) quatro dos atuais prefeitos(as) para um novo mandato a partir de janeiro de 2017.
Além dessa primeira informação inicial, a tabela mostra que a média de idade dos eleitos(as) é de 56 anos. A prefeita eleita de Ivoti, Maria Bauermann, com 72 anos de idade, é a única viúva entre os eleitos(as). Já o prefeito eleito de Esteio é o mais novo da região, com 26 anos de idade e o único declarado como solteiro.
No que tange à qualificação dos prefeitos(as) eleitos, 10 possuem ensino superior completo. Apenas a prefeita eleita Tania da Silva, de Dois Irmãos, possui ensino médio completo. Cabe destacar também que Tania é a única, entre os eleitos(as), da cor preta.
Seguindo a tendência da ocupação, o empresário e prefeito eleito de Nova Hartz, Flávio Jost, foi o que declarou ter o maior patrimônio entre todos os 14 prefeitos(as) eleitos da região. Os valores declarados de Jost para o TSE totalizaram R$ 2.822.094,47, sendo a maior parte dos bens e direitos compostos por rendimentos bancários. Já a primeira prefeita eleita de Estância Velha, Maria Grade, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB, declarou possuir o menor patrimônio entre os prefeitos(as) eleitos, com R$ 21.560,54.
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Vale do Sinos elegeu seis mulheres às prefeituras da região - Instituto Humanitas Unisinos - IHU