30 Novembro 2023
A crise climática já é uma realidade diária e latente na vida de milhares de pessoas. Isso ficou em evidência midiática nas últimas semanas, com calor extremo, enchentes devastadoras e secas severas de Norte a Sul do Brasil.
A reportagem é de Bárbara Poerner, publicada por ((o))Eco, 29-11-2023.
Limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C, conforme aponta o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, é urgente para mudar esse cenário, conter o aquecimento global e permitir processos de mitigação e adaptação climática. Para isso, é necessária a transição da matriz energética fóssil, que emite os gases que agravam a crise do clima, para uma matriz renovável e diversa.
O processo de transição energética, contudo, não pode ser feito com desrespeito aos direitos humanos, direitos territoriais e direitos da Natureza.
A realidade tem revelado que, se temos uma matriz energética diferente em um mesmo sistema socioeconômico, as consequências também são devastadoras para grande parte das populações. O termo “energia limpa” vira mais uma apropriação do capitalismo. A discussão sobre matriz energética deve passar, invariavelmente, pela escuta ativa das comunidades atingidas pelos projetos energéticos.
A websérie documental Monocultura da Energia mostra os impactos de empreendimentos energéticos, do Brasil à Argentina, por meio de quatro histórias: a disputa para explorar petróleo na Foz do Amazonas, uma das áreas mais socioambientalmente sensíveis do planeta; o impacto do fracking (método de extração não convencional de gás) argentino e os riscos caso a técnica chegue ao nordeste brasileiro; os ecossistemas e as populações afetadas pelos parques eólicos no Rio Grande do Norte; e, por fim, um episódio final com reflexões sobre o que é energia justa e limpa pela voz de pessoas indígenas, quilombolas, ribeirinhas e pescadoras, que revelam como a agenda de transição energética não pode deixar de ouví-las.
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Vídeo: Quem define o que é energia limpa? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU