20 Agosto 2025
O governo Trump enviará três contratorpedeiros para águas caribenhas próximas ao país.
A reportagem é de Macarena Vidal Liy, publicada por El País, 20-08-2025.
Os Estados Unidos estão preparados para usar "todos os elementos de seu poder" para conter o fluxo de drogas através de suas fronteiras e "levar os responsáveis à justiça", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, na terça-feira, referindo-se ao envio de três navios militares dos EUA, com quase 4.000 soldados a bordo, para águas próximas à Venezuela, no Caribe.
Os três contratorpedeiros a caminho da região são o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson. Eles serão mobilizados como parte dos planos do governo Trump para enfrentar as ameaças dos cartéis de drogas na América Latina, de acordo com um alto funcionário do Pentágono que falou à imprensa americana sob condição de anonimato. A presença dos navios militares nessas águas deve durar vários meses.
De acordo com a Reuters, a implantação incluirá aviões espiões P-8, navios de guerra e submarinos de ataque.
Trump culpa os cartéis na América Latina pelo fluxo de fentanil e outras drogas que, segundo ele, estão destruindo comunidades americanas e alimentando o aumento da violência em algumas cidades do país.
No início deste mês, o republicano assinou secretamente uma diretiva do Pentágono autorizando o uso de força militar contra cartéis de drogas latino-americanos que o governo declarou serem organizações terroristas, revelou o The New York Times.
Em fevereiro, o presidente dos EUA classificou a gangue Tren de Aragua, na Venezuela, a gangue MS-13, em El Salvador, e seis grupos no México como organizações terroristas estrangeiras, uma designação tipicamente reservada a grupos que recorrem à violência extrema para obter ganhos políticos. O governo republicano argumenta que as conexões internacionais e as atividades criminosas dessas gangues, incluindo a violência para estabelecer seu domínio, as tornam dignas desse rótulo.
O Departamento de Estado, por sua vez, dobrou a recompensa oferecida para US$ 50 milhões desde o início deste mês por informações que levem à prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a quem acusa de ser um traficante. Especificamente, de liderar o Cartel dos Sóis. Caracas nega veementemente as acusações.
“O regime (de Nicolás) Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel de drogas. E Maduro não é o presidente legítimo. Ele é o líder foragido desse cartel, que foi acusado nos Estados Unidos de tráfico de drogas para seu território”, afirmou Leavitt em sua coletiva de imprensa semanal.
Em resposta ao destacamento dos EUA, Maduro anunciou nesta terça-feira a mobilização de quatro milhões de soldados da Milícia Nacional — o quinto componente das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas — em território venezuelano. Ele também ordenou a ativação de "todos os mecanismos necessários" para garantir a soberania nacional venezuelana.