- Francisco: muito preocupado com o cerco que os palestinos enfrentam em Gaza.
- Ele acompanha com dor e apreensão o que está acontecendo em Israel e na Palestina, também pelos feridos e falecidos. Houve muitas vítimas inocentes. O terrorismo e o extremismo não ajudam a alcançar uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos.
- Diz que o perdão nos ajuda a desmascarar as nossas hipocrisias e os nossos egoísmos, a superar ressentimentos e conflitos.
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 11-10-2023.
Tal como fez depois de rezar o Angelus do passado domingo, 8 de outubro, o Papa Francisco voltou a exigir, após a audiência desta quarta-feira, o fim da violência na Terra Santa, após o ressurgimento das hostilidades no último sábado, com uma ofensiva sem precedente e inesperada a partir de Gaza pela milícia do Hamas contra o território israelense e que se tornou uma guerra aberta com uma resposta enérgica de Israel. Quase 2.000 mortes e milhares de feridos de ambos os lados já pagaram as consequências.
“Acompanho com dor e apreensão tudo o que está acontecendo em Israel e na Palestina, também pelos feridos e falecidos. Expresso minha proximidade às pessoas que viram um dia de festa se transformar em um dia de luto e peço que os reféns sejam libertados. Estou muito preocupado com o cerco que os palestinos enfrentam em Gaza. Houve muitas vítimas inocentes”, observou o Papa.
"O terrorismo e o extremismo não ajudam a encontrar uma solução para o conflito entre israelenses e palestinianos, alimentam o ódio, a violência, a vingança e só causam sofrimento a alguns e a outros. O Oriente Médio não precisa de guerra, mas sim de paz, de uma paz construída sobre a justiça, o diálogo e o valor da fraternidade", disse Francisco antes de concluir a audiência, palavras que acompanhou com alguns momentos de silêncio. Da mesma forma, lembrou a situação que vive o Afeganistão devido aos efeitos dos terremotos e pediu novamente, como sempre, para não esquecer a “martirizada Ucrânia”.
Por outro lado, e continuando com a sua catequese sobre o zelo apostólico, Francisco glosou na audiência desta quarta-feira a figura de Josefina Bakhita, uma santa sudanesa, a quem também aproveitou para pedir mais uma vez a paz para o Sudão do Sul, dilacerado pela um terrível conflito armado do qual hoje se fala pouco.
Recordando a vida de escravidão a que a santa foi submetida desde criança, o Papa recordou a importância da compaixão: “É preciso ter piedade! Certamente, piedade significa sofrer com as vítimas de tanta desumanidade presente no mundo, e tenha pena também de quem comete erros e injustiças, não justificando, mas humanizando, através do perdão aberto para dar sempre outra possibilidade, para abrir caminhos de esperança e permitir mudanças”. Neste sentido, assegurou o Papa, "podemos dizer que a vida de Santa Bakhita se tornou uma parábola existencial de perdão".
“O perdão fez dela uma mulher pacífica e pacificadora, uma mulher livre e libertadora. A sua vida é verdadeiramente um milagre de Deus”, continuou o Papa na sua catequese, sublinhando que, “com o seu exemplo, ela nos mostra o caminho para finalmente sermos livres da nossa escravidão e dos nossos medos. Ela nos ajuda a desmascarar as nossas hipocrisias e os nossos egoísmos, a superar ressentimentos e conflitos".
“O perdão não tira nada, mas acrescenta dignidade à pessoa, faz-nos desviar o olhar de nós mesmos para os outros, para vê-los tão frágeis como nós, mas sempre irmãos e irmãs no Senhor. Essa misericórdia é demonstrada e exige uma santidade humilde e alegre, como a de Santa Bakhita”, concluiu Francisco.
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Gaza-Israel. Francisco na audiência geral: “Peço que os reféns sejam libertados imediatamente” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU