Projeto Brasil Sem Veneno ouviu pesquisadores e assentados, que apontam caminhos para produzir em larga escala de forma agroecológica; crescimento depende de incentivos públicos para adaptar maquinário, fortalecer circuitos locais e garantir a oferta de insumos.
A reportagem é de Raquel Torres, especial para O Joio e O Trigo e De Olho nos Ruralistas, 17-07-2023.
A Segunda Guerra Mundial estava no fim, em 1944, quando Norman Borlaug chegou ao México para chefiar um programa de melhoramento genético do trigo, financiado pelo governo mexicano e pela Fundação Rockefeller. O cientista estadunidense, que até então trabalhava na empresa química DuPont, tinha a missão de aumentar a produção do grão no país.
Suas pesquisas levaram ao desenvolvimento de variedades de trigo de alto rendimento, adaptáveis a diferentes regiões e resistentes a doenças. Essas plantas demandavam grandes quantidades de fertilizantes químicos e de água, e eram cultivadas em larga escala, com uso massivo de agrotóxicos e forte mecanização.
Em cerca de uma década, o México se tornou autossuficiente na produção de trigo e começou a exportá-lo. Nos anos 1960, Borlaug viajou para Índia e Paquistão para testar suas técnicas por lá – e a produção do cereal cresceu exponencialmente nos dois países. Era o começo daquilo que passaríamos a conhecer como Revolução Verde: as pesquisas iniciadas por Borlaug logo impulsionaram outras com alimentos como o arroz, e esse novo pacote tecnológico se espalhou pelo mundo. Borlaug recebeu, em 1970, o Prêmio Nobel da Paz por sua descoberta.
Se a população mundial cresceu 110% entre 1950 e 1990, a produção global de cereais subiu mais de 170%. Nos anos 1990 e 2000, veio o boom das plantas transgênicas, que podem resistir a determinados insetos ou receber aplicações de herbicidas sem morrer.
Só que essa história não tem um final feliz. As mudanças trazidas pela Revolução Verde aumentaram a produção agrícola às custas do ambiente e da saúde das pessoas, em especial dos agricultores que precisavam lidar diretamente com os agrotóxicos. Além disso, embora a prevalência de desnutrição tenha caído nas últimas décadas, ela estagnou a partir de 2010 e voltou a subir na pandemia.
Chegamos a 2023 com cerca de 800 milhões de pessoas passando fome no planeta – muito embora a quantidade de comida gerada seja suficiente para alimentar todo mundo, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
É por isso que o economista Raul Krauser, integrante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), tem na ponta da língua uma resposta quando indagado se a produção agroecológica tem capacidade para alimentar o mundo: “Há uma questão implícita nessa pergunta que é a ideia de que o agronegócio ou essa agricultura corporativa, que veio se construindo desde as décadas de 1950 e 1960, é uma agricultura que alimenta todo o mundo” pondera. “Isso é uma mentira”.
Os efeitos negativos mais chamativos desse tipo de agricultura são os ambientais, como solos esgotados, água contaminada, emissões de gás carbônico, perda de biodiversidade e pragas se tornando resistentes aos agrotóxicos. No entanto, também há implicações econômicas e sociais relacionadas a problemas que a agricultura intensiva supostamente se propõe a resolver: a insegurança alimentar e a fome.
Existe um consenso de que, hoje, o nó está muito mais no acesso aos alimentos do que nas dificuldades técnicas para a produção. A maior parte das pessoas que têm fome vivem em países afetados por guerras ou conflitos, ou são pobres demais para comprar comida (ou as duas coisas). Mais de três bilhões de pessoas não conseguiram pagar por uma dieta saudável em 2020, de acordo com o último levantamento da FAO.
Mas apenas distribuir dinheiro ou alimentos é enxugar gelo, defende Krauser, porque a exclusão social é inerente a esse modelo: “A questão [da fome] não é só porque a população é pobre e não tem dinheiro para comprar comida. É porque essa forma de gerar alimento produz a população pobre”.
Um ponto importante é que, apesar de o consumo geral de calorias por pessoa ter subido nas últimas décadas, a diversidade alimentar diminuiu. A FAO estima que o mundo perdeu nada menos do que 75% da diversidade de cultivos no século passado. Em muitos lugares, a produção de alimentos ricos em micronutrientes importantes para os seres humanos foi sendo deixada de lado, em detrimento de cultivos mais lucrativos.
Ao mesmo tempo, como se trata de uma agricultura praticada em grandes áreas, com máquinas, insumos e irrigação, o grau de investimento é alto demais para a agricultura familiar. Krauser observa que esse não é um fenômeno brasileiro, mas mundial:
— A expansão da área cultivada pelo agronegócio no Brasil se dá em cima de povos tradicionais, camponeses, ribeirinhos, quilombolas. E produz um grande fluxo de migração para os centros urbanos. São povos expulsos do campo por essa lógica de produção, que é a de incorporar cada vez mais terra, aumentando a escala para reduzir os custos. Na competição pelo preço, a agricultura de pequena escala fica inviável. Então há uma máquina de expulsar gente.
Se no começo da Revolução Verde só os ambientalistas pareciam se preocupar com os resultados nocivos da agricultura industrial, hoje a noção de sustentabilidade se tornou um chavão continuamente cooptado pelo setor corporativo, que se tornou um ator-chave no debate climático internacional — embora a agropecuária seja um dos principais motores das mudanças climáticas.
Ao menos dois caminhos têm se apresentado. Um é o da agroecologia, com propostas de mudanças profundas nos sistemas alimentares que envolvem o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa, a redução ou eliminação do uso de agrotóxicos, o investimento em circuitos locais de comercialização e o foco na soberania alimentar dos povos.
Outro, defendido por organismos como a FAO e por empresas do agronegócio, é a “intensificação sustentável” da agricultura. O modelo é apelidado de Revolução Verde 2.0 e se baseia no aumento da produtividade usando menos água e insumos nocivos ao ambiente, ampliando a precisão no uso dos adubos químicos e agrotóxicos, utilizando técnicas ecológicas para o cultivo, incorporando matéria orgânica no solo, rotacionando culturas e cultivando plantas que funcionam como adubação verde. Nesse caso, sementes transgênicas seriam parte da solução, porque podem ser criadas plantas mais resistentes a condições climáticas extremas ou com maior valor nutricional, por exemplo.
O principal argumento para promover a “intensificação sustentável” da agricultura é o crescimento da população, que deve chegar a 10 bilhões de pessoas em 2050. A FAO projeta que, mantidas as tendências de consumo, o mundo precisa produzir 60% mais alimentos do que em 2007. Haveria então a necessidade de aumentar a produção e reduzir o desperdício – já que um terço da comida gerada atualmente é simplesmente perdida.
Estudos indicam que é possível reduzir as lacunas de produtividade entre a agricultura orgânica e a convencional e que a produção orgânica é mais resiliente e produtiva que a convencional durante eventos climáticos extremos.
Mas tanto a intensificação sustentável como a agricultura orgânica dizem mais respeito a técnicas de cultivo do que a mudanças estruturais no sistema alimentar. A grande questão é que elas não resolvem os problemas socioeconômicos do agronegócio – que, no fim das contas, são aqueles relacionados à fome, alimentação inadequada e pobreza.
Técnicas diferentes e “ecologicamente amigáveis” podem continuar casando bem com concentração de terras, achatamento da diversidade alimentar, sucesso das corporações e empobrecimento dos camponeses. Além disso, grandes volumes de produção não significam necessariamente preços menores e melhor distribuição da comida. Duas das maiores altas recentes nos preços de alimentos – entre 2007 e 2008 e nos primeiros anos da pandemia de Covid-19 – não foram causadas por problemas na produção.
A sustentabilidade ambiental, por si só, não garante a melhor distribuição da riqueza, nem dos alimentos. Quem tem esse objetivo é o enfoque agroecológico. Por isso, talvez não seja exagero dizer que, embora o agronegócio tenha capacidade técnica para alimentar o mundo, só a agroecologia pode realmente fazê-lo.
Uma das maiores perversidades do modelo agrícola atual é que a maior parte das pessoas que não se alimentam adequadamente vive no campo.
No Brasil, o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, publicado em 2022, mostrou que a prevalência de insegurança alimentar grave entre agricultores familiares e produtores rurais era de 22%. Essa era a segunda categoria de trabalho mais afetada pela fome, ficando atrás apenas dos desempregados.
São pessoas que poderiam estar produzindo sua própria comida, mas que ficam sujeitas a uma situação de extrema vulnerabilidade – seja porque não possuem recursos como terra e água para trabalhar, seja porque produzem mais para o mercado do que para o seu sustento.
Na noite de 11 de janeiro de 2011, uma chuva intensa atingiu o estado do Rio de Janeiro, fazendo os moradores da região serrana vivenciarem uma das maiores catástrofes ambientais do país. Foram mais de mil vítimas, entre mortos e desaparecidos, e o número de desabrigados passou de 30 mil.
Nas zonas rurais da região, onde predomina o cultivo de hortaliças, agricultores perderam lavouras inteiras e o solo foi erodido. Mesmo os que não tiveram suas plantações destruídas tiveram problemas. Muitos ficaram isolados: ruas, pontes e estradas desapareceram. Não dava para escoar a produção nem para comprar comida.
Doze anos depois, a reportagem visitou um dos locais mais afetados pelo isolamento após o desastre – a comunidade de Santa Rita – para conhecer o sítio onde Clenilda Fagundes, 63 anos, vive com as filhas, Isabella, de 32, e Gabrielle, de 23. “Ficamos uns dois meses isolados aqui, sem estrada, sem nada”, lembra Isabella.
As três vivem numa terra que era do pai de Clenilda, assentado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na década de 1980. “Ele montou um sistema de agrofloresta sem saber que estava fazendo isso. Esses pés de ponkan, abacate, jaca, eles têm mais de 30 anos”, conta Isabella.
Até 2011, a produção da família era voltada apenas para o autoconsumo: Clenilda trabalhou por muitos anos em uma fábrica e, depois que a primeira filha nasceu, passou a fazer faxinas. Após a tragédia, ficou claro o quanto aquele quintal produtivo era importante e poderia ser impulsionado. “As pessoas aqui passaram fome. A gente, em compensação, tinha muito quiabo, galinha, frutas, aipim, batata-doce… Então a gente estava se alimentando com o que plantava”, conta Gabrielle.
Em sua dissertação de mestrado, a engenheira agrônoma Lúcia Helena Almeida nota que o desastre fez com que muitos agricultores refletissem sobre a agricultura praticada na região – com pouca diversidade de espécies, muitos agrotóxicos e adubos químicos, e também muito revolvimento do solo, o que o deixa mais suscetível à erosão pelas chuvas. Há produção intensiva de hortaliças, mas relativamente pouco cultivo de plantas que garantem a segurança alimentar, como feijões, milho e tubérculos.
A autora fez parte da equipe técnica de um projeto da ONG Koinonia, voltado para a promoção de quintais agroecológicos em regiões afetadas por aquelas chuvas. Clenilda e suas filhas participaram do projeto, e foi a partir daí que começaram a ver na produção de alimentos uma possibilidade de renda. Elas receberam orientação técnica para melhorar sua produção e logo conseguiram a certificação orgânica para vender produtos in natura, além de bolos, pães, biscoitos e geleias. O sítio se tornou a principal fonte de receita da família, que, além da comercialização de alimentos, começou a enveredar pelos caminhos do turismo rural. Isabella e Gabrielle ainda vendem artesanatos.
“Agora minha mãe está diminuindo o ritmo, então eu e minha irmã estamos assumindo o sítio”, diz Isabella. Mesmo com pouca mão-de-obra, há uma diversidade enorme nos cultivos: vários pés de frutas, abacaxis, mandioca, abóbora, feijões, café, todo tipo de verduras e legumes, temperos e ervas medicinais, além de animais de pequeno porte. “A gente também conserva muito as sementes. Esse feijão, que a gente planta todo ano, é da época do meu avô. Salsa, coentro, erva-doce, espinafre, amendoim, mostarda, tudo isso são sementes que a gente cultiva há anos e anos”, conta Isabella.
Essa história ajuda a ilustrar uma ideia muito cara à agroecologia: quintais agroecológicos são extremamente produtivos e importantes, mesmo quando o foco principal é o autoconsumo, como era o caso da família de Clenilda antes de 2011.
Para Paulo Petersen, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a ideia principal é de que os trabalhadores do campo precisam abastecer o mundo, mas também precisam garantir sua própria alimentação com dignidade e autonomia:
— Ainda prevalece a ideia de que a agricultura familiar precisa se inserir nessas cadeias [de produção do agronegócio]. Aí entra a crítica mais radical da agroecologia, que é relacionada à forma de organização social e econômica. Não trabalhamos a partir da perspectiva de que a economia só existe naquilo que está nos mercados. Entendemos que existem outras economias, e que o autoconsumo é também uma economia importantíssima.
O assentamento Filhos de Sepé, conquistado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul em 1998, tem uma particularidade: seus 9,4 mil hectares fazem parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA). Por isso, para acessarem a terra, os assentados precisaram assinar um termo que previa várias restrições, como a proibição do uso de agrotóxicos e produtos transgênicos. Uma parte considerável da terra – 2,5 mil hectares – abriga o Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, que não pode ser tocado.
No começo, isso criou dificuldades para as mais de 300 famílias assentadas engrenarem a produção de alimentos. Ao mesmo tempo, foi um empurrão para o cultivo de arroz orgânico.
Hoje, entre os cerca de 20 assentamentos que produzem o alimento no estado, o Filhos de Sepé é o que tem a maior área voltada para o cultivo: cerca de 1,7 mil hectares. “Conseguimos praticar agricultura nesse convívio com uma área de preservação ambiental. Por isso a gente costuma dizer que é um território livre de agrotóxicos e transgênicos”, afirma Diego Severo, 31 anos, um dos assentados.
Ele explica que a terra está organizada em duas áreas. Na zona “seca”, de moradia, cada família tem em torno dois hectares, usados para a produção de alimentos para autoconsumo, como frutas, verduras, feijões e tubérculos. Na zona de várzea, elas produzem arroz e criam gado, em lotes familiares que têm em média 12 hectares cada. “Esses lotes são organizados de forma coletiva. Formam-se grupos de famílias que vão plantar suas áreas. Cada família tem um compromisso sobre a sua área e cada grupo tem uma organização própria”, descreve.
O arroz não é um alimento fácil de ser cultivado por agricultores familiares, devido aos altos custos de produção. A experiência do MST ainda está numa bolha – na última safra, foram plantados 3,2 mil hectares de arroz orgânico nos assentamentos, enquanto a área ocupada pelo cereal plantado de forma convencional em todo o estado foi de mais de 800 mil hectares. Mesmo assim, o movimento mostra que é possível produzir grãos em larga escala, com mecanização, com camponeses à frente do processo, sem veneno, e sem que os agricultores deixem de lado uma produção diversificada para sua própria segurança alimentar.
Existe uma ideia de que a agricultura de base agroecológica é necessariamente incompatível com novas tecnologias e mecanização. Mas não tem que ser assim – e o arroz do MST é um dos exemplos mais bem acabados disso. O problema é que quase sempre os equipamentos disponíveis são muito grandes e muito caros para as necessidades da agricultura familiar.
No caso do Brasil, por exemplo, a maior parte é voltada para as grandes propriedades. “Muita gente pensa no campo e pensa naquele trator imenso, passando numa terra plana, ‘limpinha’. Mas a grande maioria não é assim”, diz a agricultora Roberta Pessoa, que se mudou há oito anos com a família de São Paulo para um sítio de seis hectares em Paraisópolis (MG).
A falta de máquinas pensadas para a produção em pequenos estabelecimentos é um problema para Roberta. Ainda que existam equipamentos mais acessíveis e úteis, como o tratorito (uma espécie de mini trator), mas eles são minoria. Há fabricantes europeus e, principalmente, chineses que oferecem ferramentas e pequenas máquinas simples e baratas para agilizar todas as etapas da produção, como o preparo dos canteiros, a produção de mudas, a capina e a colheita. Mas essas máquinas quase não chegam ao Brasil.
Também em Minas Gerais, a líder do MST Tuíra Tule tem a mesma avaliação. Ela vive no Acampamento Quilombo Campo Grande, no município de Campo do Meio, uma área de 4 mil hectares onde mais de 400 famílias produzem alimentos. Juntos, os assentados cultivam cerca de 2,5 milhões de pés de café, com uma produção que gira em torno de 18 mil sacas por ano. Há também outros produtos, como arroz, feijão, mandioca, milho e hortaliças.
Embora o volume e a qualidade da produção sejam impressionantes, Tuíra acredita que a escala poderia ser ainda maior. “Nós acreditamos na escala da agroecologia. Porque, enquanto homens e mulheres da reforma agrária, nossa função social é produzir alimentos para a sociedade. Nesse sentido, lutamos para avançar na mecanização para a agricultura familiar e camponesa”, diz.
De acordo com ela, alguns dos acampados possuem tratores antigos que prestam serviço à comunidade toda, mas seria essencial ter mais máquinas – e de pequeno porte, para transitar nas lavouras de café, por exemplo. “É possível alimentar o mundo com agroecologia. Com acesso à terra, políticas da reforma agrária, avanço tecnológico e formação técnica. O que não dá é para alimentar o mundo na enxada”, resume.
A escolha está posta: insistir em escalar a produção de alimentos por meio de uma versão mais limpa da Revolução Verde, num modelo que historicamente gera fortuna para poucos e torna os agricultores dependentes das grandes corporações; ou finalmente priorizar quem vive no campo, a produção de riqueza de forma desconcentrada, as redes regionais de comércio, a soberania alimentar.
Para que o segundo caminho se abra, diz Raul Krauser, é preciso colocar à disposição da agricultura familiar máquinas e equipamentos adaptados, insumos para a produção agroecológica, contribuir na estruturação de mercados em nível local, regional e nacional. E quem precisa fazer isso é o Estado:
— Assim como o agronegócio não existe sem o Estado. Se o agronegócio hoje produz soja na Amazônia e no Cerrado, é porque teve a Embrapa, teve pesquisa pública. Se a logística para quem produz soja hoje em Cuiabá é mais favorável do que para quem produz no Paraná, é porque o Estado construiu hidrovias, portos e criou um canal de escoamento da soja.