19 Novembro 2022
O potencial de protesto das mulheres é um fato de útero. Nasce com toda mulher. Os homens não conseguiriam, em nenhum caso, se revestir com essa mesma coragem que chega até ao dom da vida.
O artigo é de Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 18-11-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O pai de Foad Mohammadi tomou a palavra diante da grande multidão que se reuniu em frente à sua casa. Mohammadi foi morto no Irã após fortes confrontos entre manifestantes e policiais durante as manifestações na cidade curda de Kamyaran.
O homem disse: “Antigamente, para dizer a um homem que você tem coragem, dizia-se: ‘És um homem de verdade’. Hoje, deve-se dizer: ‘És uma mulher de verdade’, porque devemos reconhecer que as mulheres neste país estão demonstrando que têm mais força do que nós”.
E é isso mesmo. E isso não ocorre apenas no Irã. Constatei isso na Argentina, com as Mães da Praça de Maio; na Tunísia, com as mães dos desaparecidos do Mediterrâneo; no Afeganistão, abandonado culpada e hipocritamente ao destino marcado pelos talibãs; no Egito sem direitos, para conter as mudanças climáticas com Greta e suas coetâneas; na Colômbia, México, Guatemala e Honduras, para exigir o retorno dos filhos engolidos no vácuo dos narcoestados.
O potencial de protesto das mulheres é um fato de útero. Nasce com toda mulher. Os homens não conseguiriam, em nenhum caso, se revestir com essa mesma coragem que chega até ao dom da vida. Por isso, é mais correto dizer: “És uma mulher de verdade”.
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“És uma mulher de verdade”. Artigo de Tonio Dell’Olio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU