12 Novembro 2022
Os poetas nunca morrem. Mesmo aqueles que alguns gostariam de apagar permanentemente da história e da memória, extinguindo sua respiração, palavra e sombra. Mesmo aqueles que para tirá-los da história você teve que jogar pela janela do pensamento burguês e do prédio de suas tranquilizadoras hipocrisias. Hoje é o aniversário (47) do brutal assassinato de Pier Paolo Pasolini.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 02-11-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Desde aquela noite o mundo ficou mais pobre. Aliás, é mendigo de um pensamento contra o vento, de uma palavra que não seja abusada e estuprada, de um pensamento dado como certo. Pois bem, Pasolini é exatamente o contrário de pensamento dado como certo. Que em italiano expressa um duplo sentido: nunca de baixo custo e novo, nunca já visto, ouvido, avaliado.
Ele adorava surpreender e enganar as convenções, aquele poeta. Mas também com as imagens de um filme, com um texto teatral, com um editorial. Nunca apenas palavras. Por isso os poetas nunca morrem. Estão num paraíso particular. Arrastados por carros alegóricos de versos e danças. Com os olhos atentos e a voz em festa. Com o afã alegre de quem cruza a linha de chegada e a esperança atada na alma por um mundo melhor. Os versos dos poetas não estão nos livros, estão no vento. Os poetas nunca morrem.
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Pasolini: os poetas nunca morrem. Artigo de Tonio Dell'Olio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU