22 Março 2022
Uma pesquisa realizada com mais de 600 moradores de cinco favelas do Rio de Janeiro expõe o abismo de desigualdade entre as experiências da pandemia de covid.
A informação é publicada por OutraSaúde, 21-03-2022.
Se na zona sul da cidade a campanha #fiqueemcasa funcionou, nas comunidades a coisa não foi assim tão simples. Nelas, 80% dos entrevistados que trabalhavam antes da pandemia (ou alguém em suas casas) continuaram a sair para o serviço mesmo após as restrições sanitárias. E 45% afirmam que as pessoas de sua residência que contraíram o vírus não foram devidamente afastadas do trabalho – contribuindo para o espalhamento em regiões mais fragilizadas da cidade.
Em relação a mortes, 55% afirmam ter perdido um ente próximo para a doença. Como isso afetou a saúde mental dessas populações? Segundo revelou a pesquisa, 52% sentiram ansiedade; 41% sofreram de nervosismo. Não sem motivo: 70,4% temeram não ter dinheiro para sustentar a família; 61,1% preocuparam-se em não ter alimento suficiente – 48,4% tiveram a renda diminuída por causa da pandemia.
O acesso a profissionais de saúde mental ainda está pouco disseminado: 74% dos participantes alegaram não ter recebido qualquer suporte de assistentes sociais ou psicólogos. Dados são da pesquisa “Saúde Mental na Periferia, Como Vamos?” realizada pela ANF (Agência de Notícias das Favelas).
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Pandemia e saúde mental nas favelas do Rio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU