25 Novembro 2021
Estudo aponta que, entre 2019 e 2020, foram comercializadas 174 toneladas de ouro pelo Brasil.
Não há dados precisos sobre o volume de ouro contido no leito dos rios amazônicos. Há décadas, porém, as margens e os fundos de grandes rios da margem direita do grande Amazonas, como o Madeira, Tapajós, Jamanxin, Teles Pires e Xingu são alvos de ações criminosas de garimpeiros. Atualmente, centenas de balsas de garimpo ilegal estão reunidas no Rio Madeira e a Polícia Federal prepara uma ação para conter o avanço da exploração e dos danos ambientais na região.

Balsa Rio Madeira, Amazonas (Imagem: Google Maps)
A reportagem é de André Borges, publicada por O Estado de S. Paulo, 25-11-2021.
Um estudo realizado neste ano pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que, entre 2019 e 2020, foram comercializadas 174 toneladas de ouro pelo Brasil. Esse volume seria suficiente para encher a caçamba de 11 caminhões "toco" – ou semipesados – de ouro puro. Do total, 49 toneladas saíram de áreas com evidências de irregularidades.
Segundo o levantamento, 13% das áreas de lavra mencionadas como o local de origem do ouro não tinham evidência de exploração, portanto, provavelmente o metal era originário de áreas ilegais. Os demais 87% envolviam áreas exploradas para além das autorizações de lavra de fato concedidas.
Conforme o estudo, assinado pelo Centro de Sensoriamento Remoto e o Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais (UFMG), além do Ministério Público Federal, estima-se que o ouro ilegal explorado entre 2019 e 2020 tenha causado um prejuízo socioambiental de aproximadamente R$ 31,4 bilhões.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui e aqui.
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Garimpo ilegal causa prejuízo socioambiental de R$ 31,4 bilhões - Instituto Humanitas Unisinos - IHU