19 Julho 2021
Jorge Mario Bergoglio define o cinema neorrealista como uma “escola de humanismo”. Desde criança, em Buenos Aires, ele frequentava os cinemas do bairro, onde os filmes do neorrealismo construíram uma cultura que o papa enriqueceu ao longo do tempo e da qual existem inúmeros vestígios no seu magistério: muitas vezes, ele se refere a este ou aquele filme em discursos, homilias e encíclicas.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada em La Stampa, 18-07-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
E agora novas reflexões de Francisco – reunidas em uma entrevista sobre o cinema – guiam a análise desenvolvida no livro “Lo sguardo: porta del cuore. Il neorealismo tra memoria e attualità” [O olhar: porta do coração. O neorrealismo entre memória e atualidade] (Effatà Editrice, 104 páginas), do Mons. Dario Edoardo Viganò, vice-chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais da Santa Sé. O livro contém também obras inéditas do artista Walter Capriotti, que reinterpretam algumas obras-primas do neorrealismo.
Para o pontífice, trata-se de uma temporada cinematográfica que continua sendo um “importante instrumento” para uma decisiva “catequese de humanidade”. Na conversa, ele conta que, “em muitas ocasiões, em muitos países diferentes, os meus olhos encontraram os das crianças, pobres e ricas, saudáveis e doentes, alegres e sofredoras”. Ser olhado pelos olhos dos mais pequenos é uma experiência “que nos toca até o fundo do coração e que também nos obriga a um exame de consciência”. E o cinema neorrealista “universalizou esse olhar das crianças, que é muito mais do que um simples ponto de vista”.
Assim, o papa pergunta: “O que fazemos para que as crianças possam nos olhar sorrindo (...) com confiança e esperança? O que fazemos para que esses olhos não sejam perturbados e corrompidos?”.
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Francisco e o seu “Cinema Paradiso” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU