Gastar as solas dos sapatos, indo aonde ninguém mais vai, para encontrar as pessoas como são e onde estão. Em sua mensagem para o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, Francisco pede outra comunicação: mais humana, humanizada e humanizante, que reconheça que somos todos “irmãos e irmãs”, e vivemos em uma mesma “casa comum”. Somos todos frutos do mesmo “húmus” original – como quer que sejamos e onde quer que estejamos.
A opinião é de Moisés Sbardelotto, jornalista e doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos. É membro do Grupo de Reflexão sobre Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Grecom/CNBB) e autor, dentre outros, de “Comunicar a fé: por quê? Para quê? Com quem?” (Vozes, 2020).
Neste domingo, 16 de maio, celebra-se o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Para essa ocasião, o Papa Francisco escreveu uma mensagem cujo título é um convite que ele faz particularmente aos comunicadores neste momento histórico: “‘Vem e verás’ (Jo 1, 46). Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”.
O que essa mensagem tem a dizer a nós, na especificidade da realidade brasileira? No Brasil de hoje, onde as pessoas estão e como são? Os brasileiros e brasileiras “estão” no pior país do mundo no combate à pandemia e “são” um povo amedrontado. É o que aponta um estudo divulgado em janeiro pelo Instituto Lowy, da Austrália, que analisou, entre outras coisas, o número de casos confirmados, de mortes e a capacidade de detecção e combate à doença de 98 nações, entre as quais o Brasil ficou na última colocação.
Já uma pesquisa do Datafolha constatou em março passado que 79% dos brasileiros acham que a pandemia está fora do controle, e 82% têm medo de ser infectado pelo coronavírus. E outra pesquisa divulgada pela BBC Brasil apontou que 53% dos brasileiros declararam que sua saúde emocional e mental piorou desde o início da pandemia, em índice superior à média dos 30 países e territórios pesquisados.
Esse sentimento nacional é catalisado pela chamada “infodemia”, denunciada pela própria OMS, ou seja, uma pandemia do vírus da desinformação e da mentira sobre o coronavírus e suas formas de contágio ou prevenção. Outros catalisadores são o negacionismo e o desprezo pela vida alheia, que muitas vezes são praticados pelas próprias autoridades públicas. “Alguns vão morrer? Vão, ué, lamento. É a vida... A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo... E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre...”
Esse vírus verbal se alastra pelo corpo social, produzindo uma verdadeira necrocomunicação, a morte das inter-relações, uma comunicação que fomenta a morte do “outro”, seja ela simbólica ou não. Ou ainda, nas palavras de Achille Mbembe, trata-se de um “alterocídio”, a morte da alteridade, em que o outro não é visto como um semelhante, mas como um “objeto intrinsecamente ameaçador, do qual é preciso proteger-se, desfazer-se, ou que, simplesmente, é preciso destruir”, como ele afirma em seu livro “Crítica da razão negra” (Ed. Antígona, 2014).
Com isso, o “eu” não vê o outro, nem se vê no outro. Há uma clara divisão entre “nós” e “eles”, que fomenta preconceitos e discriminações. Gradualmente, vai-se gerando a ruptura do tecido social como um todo, por meio de relações necróticas (que alimentam e fomentam a morte alheia, simbólica ou não) e necrófagas (que se alimentam da morte alheia, simbólica ou não).
Diante desse cenário preocupante, a mensagem do Papa Francisco oferece possíveis respostas, reanima fortemente a esperança e lança um desafio aos comunicadores, em três passos: gastar as solas dos sapatos, ir aonde ninguém mais vai e encontrar as pessoas como são e onde estão.
Francisco contextualiza a sua mensagem naquilo que ele chama de “jornalismo-fotocópia”, isto é, um jornalismo que oferece notícias que soam sempre iguais e em que as informações parecem pré-fabricadas, com um grande risco de nivelamento da complexidade da vida social. Um jornalismo que adora constantemente os “bezerros de ouro” do lead e da pirâmide invertida.
A crítica de Francisco é de que esse jornalismo constrói as notícias de forma asséptica, sem sair das redações, só na frente do computador, sem nunca sair às ruas, nem encontrar as pessoas. No caso brasileiro, o olhar jornalístico sobre a complexidade de um país como o Brasil muitas vezes se restringe, por exemplo, àquilo que ocorre em um eixo geográfico e cultural extremamente reduzido. Trata-se de um jornalismo de “sapatos sempre novos”, poderíamos dizer, hermético, mecânico, automático, frio, distante.
A lógica que predomina nesse jornalismo é mercantilista e produtivista, assim como imediatista e efêmera: uma produção incessante e frenética de informações, para um consumo acelerado, superficial e muitas vezes acrítico, gerando um descarte e esquecimento igualmente rápidos. Nesse jornalismo fast-food, importa mais a velocidade e a quantidade do que a veracidade e a qualidade.
Esse jornalismo geralmente também é pensado e praticado a partir de um ponto de vista “palaciano”, segundo Francisco. Ou seja, entrevistam-se apenas as fontes autorizadas, sempre o lado mais forte da história. “Tem governo? Sou a favor”, afirma esse jornalismo, independentemente das ideologias em jogo. Os exemplos no caso brasileiro abundam. Como faz falta Millôr Fernandes, que defendia que “jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”.
O papa denuncia que esse jornalismo lê a realidade com “os olhos do mundo mais rico”. Ignoram-se, assim, os lascados da história, os descartados da sociedade, assim como as “energias positivas que vêm da base da sociedade”, segundo Francisco.
Com isso, em vez de uma comunicação comunitária, que nasce a partir de uma mesma vida em comum, produzem-se informações imunitárias, imunes à “vida concreta das pessoas” e aos “fenômenos sociais mais graves”, como diz o papa. O “outro” é visto como um vírus, em relação ao qual é preciso se imunizar.
Segundo Francisco, esse jornalismo é também “autorreferencial”, feito à própria imagem e semelhança dos donos da empresa, dos patrões das redes de comunicação, dos seus valores e interesses. E a comunicação profissional hoje – a chamada “grande mídia” – está nas mãos de um punhado de empresários que, em sua “grande pequena maioria”, vêm de outras áreas do mercado, sem nenhum vínculo histórico com o campo comunicacional. Ao contrário dos “barões da informação” do passado, que ao menos construíam seus conglomerados com um reconhecimento mínimo do papel social da comunicação, hoje são os investidores de outras áreas que veem na comunicação e no jornalismo apenas novas fontes de renda, de lucro e de visibilidade para ampliarem seus demais negócios.
Em nome de quem falarão os profissionais dessa comunicação? Qual será o ponto de vista que tais mídias assumirão diante da realidade? Com que lentes lerão o mundo? Como diz o antigo adágio, “jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. No máximo, o jornalismo atual publica aquilo que o concorrente do patrão não quer que se publique.
Entretanto, essa realidade não caiu do céu, nem é resultado apenas daquilo que os jornalistas fazem no “chão de fábrica”. Há toda uma macroconjuntura que leva a essa desconstrução (quando não “destruição”): a “crise de crises” no atual contexto de pandemia, como a própria crise econômica e de legitimidade e confiança dos grandes meios de comunicação; as transformações do mercado da comunicação e a consequente precarização das condições de trabalho dos jornalistas; as desigualdades de gênero e raça na cultura jornalística etc.
Tudo isso se soma ainda a ambientes digitais em que os cidadãos comuns, interconectados, também podem produzir e disseminar informações, com os seus prós, mas também com os seus contras. Umberto Eco já havia constatado isso muitos anos antes, reconhecendo, em uma entrevista ao jornal El Mundo, que “todos os que habitam o planeta, incluindo os loucos e os idiotas, têm direito à palavra pública”. O problema, entretanto, é que essa comunicação social não é verificável, sendo facilmente manipulável. Sem falar da “eloquência vazia”, criticada por Francisco: falam muito, mas não dizem nada.
E o mesmo Eco, poucos meses depois daquela entrevista, ao receber um doutorado honoris causa da Universidade de Turim, havia redobrado a dose: “As redes sociais são um fenômeno positivo, mas dão direito de palavra também a legiões de imbecis que antes falavam apenas no bar, depois de um copo de vinho, sem prejudicar a coletividade. Agora, esses imbecis têm o mesmo direito de palavra dos prêmios Nobel”.
Por causa dessa afirmação, a intelligentsia global colocou Eco no paredão de fuzilamento das ideias. Seis anos depois, especialmente no Brasil pós-verdade em que vivemos, quem ainda se arriscaria a contestar a pertinência das suas colocações?
Diante desse cenário de desconstrução do papel social do jornalismo, Francisco oferece como saída a bela “metáfora concreta” de “gastar as solas dos sapatos”. De ir e ver a realidade com os próprios olhos, de fazer experiência do mundo, para depois poder contá-la aos demais com a autoridade de quem é testemunha da história. Para isso, é preciso “sair da presunção cômoda do ‘já sabido’ e mover-se”, indo ao encontro das pessoas e da realidade, “que nunca deixará de nos surpreender em algum dos seus aspectos”, afirma o papa.
Comunicar, para Francisco, envolve principalmente curiosidade, abertura, paixão, coragem, determinação. Por isso, afirma, “o próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai”.
Para ele, esse “onde” envolve principalmente uma quatríade muito relevante na conjuntura atual:
1) a “difícil condição das minorias perseguidas”,
2) os “muitos abusos e injustiças contra os pobres”,
3) os muitos abusos e injustiças “contra a criação”, e
4) as vítimas das “muitas guerras esquecidas”.
Frente a essa quatríade franciscana, logo vem à mente a célebre “quatríade bíblica”, apontada por Emmanuel Lévinas (conforme a releitura de Luiz Carlos Susin), como expressão máxima de um “outro” que tem prioridade em relação ao “eu”, e que funda a sua ética da alteridade. De certa forma, Francisco se inspira e também atualiza tal quatríade:
1) o órfão,
2) o pobre,
3) a viúva e
4) o estrangeiro.
Mas poderíamos acrescentar ainda uma “quatríade jesuânica”, apresentada pelo próprio Jesus ao assumir publicamente a sua missão:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres (1);
enviou-me para proclamar a libertação aos presos (2)
e aos cegos (3) a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos (4)” (Lc 4,18).
Em todas essas quatríades, trata-se daqueles filhos e filhas preferidos e prediletos de Deus, conforme a tradição judaico-cristã. Infelizmente, o país em que vivemos atualmente é uma fonte inesgotável de todas essas realidades, seja em sua acepção literal, seja em suas atualizações contemporâneas. Há muitos órfãos, pobres, viúvas, estrangeiros, presos, cegos, oprimidos em nosso meio. Sem falar dos abusos e injustiças contra o ambiente – basta pensar nos incêndios e na destruição da Amazônia, do Pantanal e do Cerrado – e as inúmeras vítimas das muitas guerras espalhadas pelo Brasil, como o recente massacre no Jacarezinho. E a pandemia exacerbou toda essa realidade. Nesse sentido, podemos questionar: o jornalismo em geral – e o cristão/católico, principalmente – está atento a elas, vai ao seu encontro? Se sim, com que “olhos” ele as vê e relata?
Em suma, para o papa, “seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes [da “quatríade” formada pelas minorias perseguidas, pelos pobres, pela criação e pelas vítimas das guerras esquecidas]: um empobrecimento para a nossa humanidade”.
Como país, vivemos em uma realidade social cada vez mais “pobre em humanidade”, porque faltam essas vozes, porque elas são silenciadas, abafadas, quando não até esquecidas. E o ambiente informacional e comunicacional em que vivemos também tem um papel muito relevante nisso. Um recente artigo escrito por Fernanda Paixão, product designer da Favela do Detran, no Recife, e Yane Mendes, cineasta periférica da Favela do Totó, no Recife, ambas coordenadoras da Rede Tumulto, publicado na Folha de S. Paulo, revela isso.
Ao refletirem sobre o massacre no Jacarezinho, elas afirmam que a favela “luta para ser reconhecida como humana”. Segundo as autoras, após o fim da escravidão e com a industrialização, o Estado brasileiro não promoveu uma inserção social planejada para a população negra. “Sem acesso a direitos básicos como educação, saúde e segurança, a marginalização foi inevitável.” Se por um lado as favelas são vistas como uma “mistura de ritmos e de pessoas alegres, acolhedoras e trabalhadoras que constroem a base do Brasil”, por outro lado, elas não podem ser romantizadas: “Falta acesso a direitos essenciais para a existência de seres humanos”. Qual o papel da comunicação nessa desumanização das favelas – mas não só?
Diante de tantos silêncios e esquecimentos cúmplices por parte das mídias corporativas, o papa reconhece que o ambiente digital oferece “oportunidades” para ir ao encontro das várias realidades socialmente ignoradas e desumanizadas. A rede permite muitos mais olhos abertos sobre o mundo, afirma Francisco. Cada pessoa, com um simples celular na mão, pode se tornar potencialmente uma testemunha de acontecimentos “que, caso contrário, seriam negligenciados pelos meios de comunicação tradicionais”, diz o papa. Trata-se de uma “contribuição civil” que cada pessoa pode oferecer à comunicação social. Mas, para isso, é preciso “consciência crítica” e “uma maior capacidade de discernimento e a um sentido de responsabilidade mais maduro”.
Portanto, outra comunicação é possível e necessária: mais humana, humanizada e humanizante, que reconheça que somos todos “irmãos e irmãs” (cf. Fratelli tutti), e vivemos em uma mesma “casa comum” (cf. Laudato si’). Somos todos frutos do mesmo “húmus” original – como quer que sejamos e onde quer que estejamos.
O esforço de gastar as solas dos sapatos indo aonde mais ninguém vai, envolve outra meta muito relevante, indicada por Francisco já no título da mensagem: “Encontrar as pessoas como são e onde estão”.
Trata-se, no fundo, de “não cultivar preconceitos” nem “tirar conclusões precipitadas”, como reza o papa no fim da sua mensagem. Comunicadores que vão ao encontro das pessoas para comunicá-las do modo como eles mesmos gostariam de ser comunicados (segundo a “regra de ouro”) e, também, como elas mesmas gostariam de ser comunicadas (segundo a chamada “regra de platina”), a partir de suas identidades e culturas próprias.
A partir disso, podemos pensar no modo como o jornalismo e a comunicação em geral “encontram” outra quatríade muito significativa no contexto brasileiro atual:
1) as mulheres,
2) as pessoas LGBT+,
3) os povos indígenas e
4) as pessoas negras.
O modo como a comunicação relata “como elas são” e “onde elas estão” diz muito sobre o país que temos. De modo geral, o jornalismo convencional muitas vezes perpetua estereótipos, preconceitos e discriminações de todos os tipos, geralmente silenciando e invisibilizando as minorias históricas.
Pelo contrário, é preciso narrar a realidade e os sujeitos nela envolvidos, multiplicando o alcance da pluralidade de vozes que compõem a vida em comum. Um exemplo, nesse sentido, dentre tantos possíveis, é o jornalismo praticado por Eliane Brum.
Segundo ela, nenhuma reportagem é mais importante do que uma pessoa. “Na apuração de minhas matérias, busco dar ao leitor o máximo dessa riqueza do real, para que ele possa estar onde eu estive e fazer suas próprias escolhas”, afirma ela em seu livro “O olho da rua: uma repórter em busca da literatura da vida real” (Ed. Globo, 2008).
Para Brum, mais importante do que saber perguntar é saber ouvir a resposta. “Eu não arranco nada. Só me comprometo a ouvir, a escutar de verdade, sem preconceitos.” Por isso, ela afirma que o movimento da reportagem “implica desabilitar-se de si para habitar o outro, o mundo que é o outro. Só nos tornamos capazes de completá-lo pela escuta, esta que se faz com todos os sentidos, que apalpa tanto o dito como o não dito, tanto o que soa e ressoa quanto o silêncio. [...] A reportagem é um despir-se de si para vestir um outro. E então empreender o largo caminho de volta e fazer o parto das palavras, que é a história contada atravessada pelo corpo de quem voltou para dar notícias de lá”.
Essa prática comunicacional consegue unir lógos e páthos, naquilo que em outro texto chamamos de “comunicação sensível”. Não se trata, obviamente, de apelar para o extremo do sensacionalismo, mas também não significa recorrer à mera retórica de um jornalismo “literário”, entendido como a redação de um “belo texto com belas palavras”.
Trata-se, em vez disso, de uma sensibilidade fina e refinada, que consiga dosar equilibradamente ética e estética, abarcando as dimensões mental e senti-mental ao observar e narrar a realidade. É a racionalidade jornalística, como movimento segundo, a serviço da sensibilidade humana, como movimento originário da comunicação entre as pessoas, que gera um movimento terceiro de conscientização crítica e transformação social.
É o abandono do paradigma informacional-positivista em prol de um paradigma relacional. É uma comunicação que nasce da relação: os sujeitos do cotidiano com suas sensações e sentimentos; o jornalista-comunicador que traduz tais sensações e sentimentos por meio de seus sentidos a outras pessoas; o leitor/ouvinte/espectador que ressignifica esses sentidos mobilizando e sendo mobilizado em seus próprios sentidos, sensações e sentimentos.
O jornalismo e a comunicação desejados por Francisco buscam aprender “a reservar tempo para compreender, a prestar atenção ao essencial, a não nos distrairmos com o supérfluo, a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade”. Em suma, na união entre lógos e páthos, o papa aponta para um ethos comunicacional bem expressado na frase do jornalista espanhol Manuel Lozano Garrido (1920-1971), citada pelo papa em sua mensagem:
“Abre, maravilhado, teus olhos ao que vires e deixa que as palmas das tuas mãos se encham de seiva e frescor, para que os outros possam tocar esse milagre da vida palpitante quando te leiam.”
Fazer cada pessoa e a sociedade como um todo tocarem com as mãos o milagre da vida palpitante por meio da comunicação – particularmente nestes tempos em que milhares de brasileiros e brasileiras estão morrendo, e outros milhões estão chorando os seus mortos – é uma missão desafiadora e apaixonante. E profundamente cristã.