26 Outubro 2020
Animada pelo espírito protestante e recorrendo à oração do padre jesuíta espanhol naturalizado boliviano, Luís Espinal Camps, assassinado na cidade de La Paz em 21 de março de 1980 por causa da sua luta em favor dos mais pobres, a Pastoral Popular Luterana (PPL) reafirma o seu compromisso profético, pastoral e diaconal identificados com a cruz de Jesus de Nazaré.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
“Que Deus nos ajude a manter a dignidade, a verdade e a sobriedade, na firme esperança da vida plena da promessa de Jesus”, expressa o organismo vinculado à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), voltando os olhares para a celebração do Dia da Reforma, 31 de outubro.
O texto se solidariza com os familiares das mais de 155 mil vítimas do covid-19, e manifesta indignação “pela postura omissa, negacionista e indiferente de parcela da população. O que nos anima é que estamos no mês da Reforma e somos contagiados pelo espírito protestante. Não nos eximimos de dar o nosso testemunho confessional como uma contribuição na diversidade de confissões cristãs e religiosas nessa país”.
Numa tradução livre, a oração do padre Espinal Camps reza:
Senhor,
Existem cristãos mudos, que, enquanto não se mexe com eles, ficam tranquilos, por mais que o mundo se arrebente. Não protestam contra as injustiças, porque estão escravizados e foram seduzidos, comprados pelo medo ou pelo oportunismo.
Outros, porque nada têm como serviço. Para eles a fé é uma coisa, que nada tem a ver com a vida; vale só das nuvens para cima ... Nós te pedimos, Senhor, pelos cristãos que estão em silêncio; que tua palavra lhes queime as entranhas e os faça superar sua indiferença. Que não se calem como se nada tivessem a dizer.
Senhor, sabes o que convém à tua Igreja, se um fervor de catacumbas ou a rotina de uma proteção oficial. Dá-lhe o que seja melhor, ainda que seja a perseguição ou a pobreza.
Livra-nos do silêncio daquele que “boceja” diante da injustiça. Livra-nos do silêncio prudente para não nos comprometer. Receamos ter limitado teu evangelho; agora já não tem mais arestas, nem espanta ninguém; temos pretendido convencer-nos de que tudo é possível e tudo é permitido, servir a si, privilegiar a si próprio e ignorar o próximo.
Senhor, livra a tua Igreja do desejo de ser igual a tudo, que não pareça uma sociedade a mais com seus donos, acionistas, privilégios, profissionais e burocratas. Que Tua Igreja nunca seja muda e cega, uma vez que ela é instrumento da Tua palavra que prega livremente sem rodeios nem covardias; que jamais se cale diante dos que se escondem debaixo de peles de ovelha nem daqueles que se portam como lobos famintos. Amém
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Oração anima Pastoral Luterana em seus compromissos profético, pastoral e diaconal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU