México. Letalidade do coronavírus chega a quase 20% na população indígena

Foto: Marcos Fernández | Flickr CC

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Por: Wagner Fernandes de Azevedo | 25 Junho 2020

Ao início da pandemia do coronavírus muitos anunciavam o mito da “doença democrática”. No entanto, a expansão da pandemia tem demostrado a importância das variáveis socioeconômicas em todas as etapas da infecção. Tanto a avaliação de risco, o contágio, o diagnóstico e o tratamento tem demonstrado como determinadas populações estão mais expostas ao risco fatal. No México, um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional Autônoma do México – UNAM constatou que a letalidade da covid-19 em populações indígenas chega a 18,8%, enquanto na população em geral do país, o índice é de 12%, e a média mundial é de 5,4%.

A América Latina já é o epicentro da pandemia há praticamente um mês. Na terça-feira, 24-06, de acordo com contagem da agência Reuters, a região chegou a 100 mil mortes desde o primeiro caso registrado em 26 de fevereiro. Brasil, México e Peru, respectivamente, são os três países com o maior número de infectados e de mortes. No entanto, a curva de crescimento de contágio e mortes no Brasil e no México não apresentam qualquer sinal de platô. Os dois países atingiram recordes de novos casos em um dia, nesta semana – no caso mexicano, justamente na terça-feira, com 6.228, segundo dados da Universidade John Hopkins.

Os 6.228 casos fazem parte dos 191.410 casos registrados no México. De acordo com o estudo da UNAM, no sábado, 20-06 – quando se contabilizava 175.202 casos – 1% dos infectados era composto por indígenas (2.004 pessoas). Segundo os dados apresentados na pesquisa, a taxa de letalidade entre os indígenas mexicanos é três vezes maior que a média mundial geral, chegando a um total de 376 mortos. No estado de Quintana Roo, a taxa de mortalidade chega a 36,4% entre os indígenas infectados pelo novo coronavírus.

Segundo o relatório, os municípios indígenas apresentam maior taxa de letalidade, pois suas populações sofrem com “baixo desenvolvimento socioeconômico, trabalhos mal remunerados e inadequado acesso à saúde”. Essa característica agrava as situações de comorbidades, sendo muito comum entre as vítimas fatais (em mais de 30%) doenças renais, respiratórias, hipertensão e diabetes.

 

Na América Latina, 214 comunidades indígenas e quilombolas registraram infectados

Outra pesquisa da UNAM promovida pelo Programa Universitário de Estudos de Diversidade Cultural mapeou os contágios registrados em grupos indígenas e negros na região latino-americana. A contagem, atualizou até 14-06, relatou 214 comunidades de populações indígenas e de negros com registro de coronavírus. Este foi o segundo panorama da pesquisa, que constatou em um intervalo de 15 dias, que já há transmissão comunitária em pelo menos 47 destes grupos.

O mapa pode ser conferido no quadro abaixo.

 

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