21 Janeiro 2020
Na véspera do Fórum Econômico Mundial em Davos, de 21 a 24 de janeiro, a organização sem fins lucrativos Oxfam lança "Time to care - Cuidar de nós", o novo relatório sobre as desigualdades sociais e econômicas.
A reportagem é de Francesca Sabatinelli, publicada por Vatican News, 20-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Ainda hoje existem milhões de pessoas no mundo com vidas muito longe de um nível digno. O novo Relatório Oxfam denuncia que a riqueza global, em crescimento entre junho de 2018 e junho de 2019, permanece fortemente concentrada no topo da pirâmide de distribuição, em essência: "o 1% mais rico detinha em meados de 2019, mais do que o dobro da riqueza líquida possuída por 6,9 bilhões de pessoas".
Os atuais 2.153 bilionários no mundo têm uma riqueza maior que a riqueza líquida total de 4,6 bilhões de pessoas, cerca de 60% da população mundial. Como se tudo isso não bastasse, a riqueza das 22 pessoas mais ricas do mundo excede a riqueza de todas as mulheres no continente africano. O relatório denuncia que "em um mundo em que 46% das pessoas vivem com menos de US $ 5,50 por dia, as disparidades na distribuição de renda permanecem fortes, especialmente para aqueles que trabalham".
Este ano, conforme explicado por Misha Maslennikov, consultor de políticas da Oxfam, no centro do relatório foi colocado o trabalho de cuidados não remunerado, “que não permite liberar tempo, energias e recursos para poder inclusive ter acesso a um trabalho remunerado". Essa dimensão - continua Maslennikov - “afeta em escala global principalmente o componente feminino da população mundial, 42%. Além disso, o trabalho de cuidados não remunerado frequentemente afeta a taxa de frequência escolar de mulheres e jovens”. São mais atingidos os países com os rendimentos mais baixos e os contextos mais vulneráveis do planeta, acrescenta Maslennikov “sem dúvida, o continente africano, especialmente a África Subsaariana, se identifica principalmente com essa situação".
Fonte: Relatório Oxfam
Nota:
A íntegra do relatório da Oxfam "Tempo de cuidar. O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade" pode ser acessada aqui.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Relatório da Oxfam: 42% das mulheres no mundo têm um trabalho de cuidados privado ou familiar não remunerado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU