10 Dezembro 2019
Os batismos diminuíram 12%, as confirmações, 4%, e os casamentos, 14%, segundo um relatório feito pela Igreja Católica na Bélgica.
A reportagem é de Xavier Le Normand, publicada por La Croix International, 09-12-2019. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Desde que um relatório da Igreja Católica foi publicado pela primeira vez em 2016, ficou claro que os números não estão mudando na direção esperada.
Ainda que o número de batizados esteja em declínio, os belgas continuam envolvidos nas paróquias e nas entidades de trabalhos sociais católicos.
“Em um contexto de secularização e multiculturalismo, o número de fiéis que se reúnem para a missa de domingo passou a um número modesto”, comenta o Cardeal Jozef de Kesel, presidente da Conferência dos Bispos da Bélgica.
Nesse sentido, os batismos diminuíram em 12%, as confirmações, 4%, e os casamentos, 14%. Somente 6.765 cônjuges se casaram no religioso em 2018. Esta tendência reflete-se na participação às missas eucarísticas de domingo.
Por exemplo, o terceiro domingo de outubro reuniu 286.393 católicos em 2016, em comparação com os 238.298 de 2018, representando uma diminuição de 16% no número de participantes.
Devemos notar que o número de pedidos para a retirada do nome dos registros batismais também está em declínio, ainda que mínimo:1.154 contra 1.240 (-0,7%).
Mais da metade dos padres estão acima dos 75 anos. E mais: os quatro seminários do país acolheram somente 63 candidatos para o sacerdócio em 2018, enquanto este número era de 85 dois anos atrás.
O número de diáconos permanentes permaneceu estável, em 601.
Consequentemente, 39 paróquias (1%) encerraram os trabalhos em 2018, enquanto 31 igrejas não realizam mais celebrações católicas. Algumas delas foram transferidas para outras denominações cristãs.
Por outro lado, a situação dos leigos está mais positiva, com mais de 7 mil deles tendo responsabilidades dentro da Igreja. Cerca de 2 mil têm uma missão pastoral confiada a eles pelo bispo, principalmente em nível territorial.
As mulheres fazem-se particularmente presentes, representando 55% dos leigos.
Entretanto, elas estão sobretudo presentes nas áreas usuais como a da catequese, a do ministério jovem ou como auxiliares paroquiais. Só 22% delas estão no nível dos conselhos episcopais e 36% na área econômica e financeira.
Nos serviços interdiocesanos voltados à liturgia e à catequese, as mulheres estão totalmente ausentes.
“A Igreja não existe para si mesma, o seu compromisso primeiro volta-se para a sociedade. A sua vocação é estar com as pessoas”, diz de Kesel.
Há 550 capelães em instituições de saúde no país, auxiliados por mais de 10 mil voluntários. As prisões têm 41 capelães e 50 voluntários.
No total, os leigos belgas são relativamente comprometidos, já que as paróquias têm quase 150 mil voluntários. Estas pessoas igualmente se fazem presentes nas associações católicas.
Além disso, a Igreja Católica ainda é muito ativa no campo da educação, com aproximadamente 1,5 milhão de alunos matriculados em suas escolas e universidades. Este fenômeno é particularmente perceptível na região flamenga.
No total, entre a educação pública e a educação católica, não menos do que 1,5 milhão de alunos nos níveis primário e secundário estão matriculados na educação católica (71%).
Finalmente, grande parte do relatório dedica-se às várias entidades caritativas católicas que trabalham na Bélgica.
A Caritas local arrecadou mais de 7 milhões de euros enquanto o ramo belga da Ajuda à Igreja que Sofre recebeu 2,3 milhões de euros. A Ordem de Malta realizou 7 mil intervenções médicas e sociais.
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Bélgica: Igreja Católica em declínio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU