06 Dezembro 2019
Premiação simbólica foi anunciada na tarde desta terça-feira (3) em Madrid. Japão e Austrália também receberam o ‘troféu’ irônico, apresentado pela Rede Internacional de Ação Climática.
A reportagem é publicada por G1, 03-12-2019.
Ativistas participantes da COP 25, a cúpula do clima da ONU, em Madri, representaram Brasil, Austrália e Japão, os ‘vencedores’ do prêmio simbólico ‘Fóssil do Dia’. (Foto: Divulgação/Rede Internacional de Ação Climática - CAN)
O governo brasileiro foi um dos “vencedores” do prêmio “Fóssil do Dia”, uma premiação simbólica e não oficial que, de forma irônica, destaca países por ações prejudiciais ao meio ambiente. O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (3) em Madri, onde as nações do mundo estão reunidas na COP 25, a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante a COP, a antipremiação é anunciada mais de uma vez, e é organizada pela Rede Internacional de Ação Climática (CAN).
Segundo o anúncio, o Brasil “empatou” com Japão e Austrália. A rede afirmou no Twitter que “o primeiro ‘Fóssil do Dia’ da COP 25 vai para o Brasil por culpar a sociedade civil pelas queimadas na Amazônia, o Japão por seu contínuo vício e expansão do [consumo de] carvão, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, por aproveitar um jogo de críquete enquanto queimadas devastavam a Austrália, negando o vínculo delas com a mudança climática”.
#COP25's first ⯑#FossiloftheDay⯑ Award goes to
— Climate Action Network International (CAN) (@CANIntl) 3 de dezembro de 2019
⯑⯑ BRAZIL for blaming civil society for the Amazon fires ⯑
⯑⯑ JAPAN for continued coal addiction and expansion
⯑⯑ AUSTRALIA PM Scott Morrison Ejoying a game of cricket as fires rage in Australia, denying link to climate change
Esse é o segundo ano consecutivo em que o presidente Jair Bolsonaro é vinculado ao Brasil no prêmio. No ano passado, quando já havia sido eleito, ele foi reconhecido pelos ativistas por ter se recusado a sediar no Brasil a cúpula que debate mundialmente sobre o clima. As declarações do então futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também foi lembrado por declarações sobre aquecimento global em seu blog pessoal.
Em 2017, o Brasil, durante a gestão de Michel Temer, também ganhou o destaque negativo por causa de uma medida provisória que propôs reduzir impostos da exploração e produção de petróleo e gás.
Começou nesta segunda (2), a cúpula do clima da ONU em Madri. Nela, representantes de quase 200 países, totalizando quase 29 mil pessoas, participaram de debates e articulações até 13 de dezembro.
O principal desafio da COP 25 é acelerar o combate às mudanças climáticas. Eventos climáticos extremos no mundo inteiro, como enchentes e queimadas, estão ligados ao aquecimento global causado pelo ser humano, conforme demonstram estudos científicos realizados em diferentes países.
Neste ano, o slogan adotado foi “Hora da Ação” (Time for Action). Desde 2015, quando foi assinado um grande acordo climático global, o Acordo de Paris, as conferências do clima anuais têm se dedicado a como colocá-lo em prática.
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Brasil ganha prêmio ‘Fóssil do Dia’ na COP 25 por ‘culpar a sociedade civil pelas queimadas na Amazônia’ - Instituto Humanitas Unisinos - IHU