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Assim arma-se a próxima crise financeira

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17 Agosto 2019

Abalos desta semana indicam: há grande recessão à vista. Mas não se discutem as causas: os rios de dinheiro transferidos aos bancos, após 2008. Eles quebraram Estados, multiplicaram desigualdade e abriram caminho para a extrema direita

Escreve Chris Hedges, jornalista e professor, em artigo publicado por Outras Palavras, 15-08-2019. A tradução é de Antonio Martins.

Eis o artigo.

Foto: Reprodução

Alguns dados deste texto são relativos aos Estados Unidos. Mas no período tratado – o pós-crise de 2008 –, o mundo todo transferiu dinheiro para o sistema bancário, para salvá-lo da falência. O total chega a 22 mil dólares por habitante do planeta. Imagine quanto esta soma poderia ter oferecido para as 2,5 bilhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. E quanto teria gerado em vendas de produtos e serviços, que teriam sido criados. Em vez disso, todo o dinheiro foi para os bancos. Desde 2008, o salário médio de um executivo financeiro subiu 328%, contra 8% para os demais trabalhadores. Isso alimentou o ressentimento que impulsionou, junto como medo e a xenofobia, os partidos de extrema direita (muitos dos quais à época nem existiam), dando-lhes a projeção e os governos que têm hoje. (Roberto Savio)

Durante a crise financeira de 2008, os bancos centrais do mundo injetaram trilhões de dólares de dinheiro fabricado no sistema financeiro global. Este dinheiro fabricado criou uma dívida mundial de US$ 325 trilhões, mais que três vezes o PIB do mundo. O dinheiro fabricado foi entesourado por bancos e corporações, emprestado pelos bancos a taxas de juros predatórias, usado para gerar juros sobre dívidas impagáveis ou gasto recomprando ações, o que garantiu milhões para as elites. O dinheiro fabricado não foi investido na economia real. Não houve produção ou venda de bens. Os trabalhadores não foram reconduzidos à classe média, com rendas sustentáveis, benefícios e aposentadorias. Não se lançaram projetos de infraestrutura. O dinheiro fabricado reinflou bolhas financeiras gigantescas, construídas sobre dívidas, num sistema financeiro fatalmente doente e fadado ao colapso.

O que deflagrará o próximo crash? Os 13,2 trilhões de dólares de dívidas insustentáveis das famílias norte-americanas? O US$ 1,5 trilhão em dividas estudantis insustentáveis? Os bilhões que Wall Street investiu na extração de petróleo por fragmentação de rochas, que já consumiu US$ 280 bilhões a mais do que gerou? Quem sabe? O certo é que um crash financeiro global, que tornará pequena a crise de 2008, é inevitável. E desta vez, com as taxas de juros próximas de zero, as elites não têm plano de fuga. A estrutura financeira irá se desintegrar. A economia global mergulhará em espiral de abismo. A raiva de uma população traída e empobrecida vai, caso não surja uma alternativa, empoderar os demagogos de direita. Eles prometem vingança contra as elites globais, renovação moral e um ressurgimento do nativismo, a volta a uma “era de ouro” mítica em que imigrantes, mulheres e negros sabiam seu lugar e um fascismo cristianizado.

A crise financeira de 2008, como aponta Nomi Prins, economista e colunista no Truthdig, “converteu os bancos centrais numa nova classe de intermediários muito poderosos”. Eles “saquearam os tesouros nacionais e acumularam trilhões em riqueza, para se tornar política e economicamente onipotentes. Em seu livro Collusion: How Central Bankers Rigged the World [“Conluio: como os Bancos Centrais fraudaram o mundo”], ela escreve que os dirigentes destes bancos e as maiores instituições financeiras do mundo manipulam de maneira fraudulenta os mercados globais e usam dinheiro fabricado – ou “falso”, em suas palavras – para inflar bolhas de ativos e obter lucros de curto prazo, enquanto nos conduzem a “um perigoso precipício financeiro”.

“Antes da crise, eles estavam apenas dormindo no ponto, em especial o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, que é supostamente o principal regulador dos grandes bancos do país”, disse ela quando nos encontramos em Nova York. “O trabalho horrível do Fed é a causa da crise financeira. Ele tornou-se um desregulador, em vez de regulador. Na sequência da crise financeira, a solução para para salvar a economia de uma grande depressão ou recessão – seja qual for a terminologia usada em cada momento – foi fabricar trilhões e trilhões de dólares a partir de um éter eletrônico”.

O Federal Reserve entregou cerca de US$ 29 trilhões, de seu dinheiro fabricado, para os bancos norte-americanos, segundo pesquisadores da Universidade de Missouri. Vinte e nove trilhões de dólares! Só nos EUA, isso teria garantido acesso gratuito à universidade, para todos os estudantes e assistência universal de saúde, reparado a infraestrutura degradada, promovido a transição para energias limpas, perdoado as dívidas dos estudantes, elevado salários, resgatado os proprietários de imóveis endividados, constituído bancos públicos para investir a taxas de juros reduzidas nas comunidades, oferecido uma renda básica garantida para todos e organizado um programa maciço de empregos para os desempregados e subempregados. Dezesseis milhões de crianças não iriam para a cama famintas. Os que sofrem distúrbios mentais e os sem-teto – 553.742 norte-americanos estão nesta condição – não seriam deixados nas ruas ou trancafiados em prisões. A economia reviveria. Em vez disso, US$ 29 trilhões em dinheiro fabricado foi entregue para gangsters financeiros que estão a ponto de fazer a maior parte desta soma evaporar e de nos mergulhar em uma depressão semelhante ao crash global de 1929.

Uma cláusula de emergência na Lei do Federal Reserve, de 1913, permite que o banco ofereça liquidez a um sistema bancário estressado. Mas o Federal Reserve não parou, após a criação de algumas centenas de bilhões de dólares. Ele inundou os mercados financeiros com níveis absurdos de dinheiro fabricado. O efeito foi criar aparência de que a economia estava revivendo. E para os oligarcas, que tinham acesso a este dinheiro fabricado, ao contrário de nós todos, ela estava mesmo.

O Fed cortou as taxas de juros para próximo de zero. Alguns bancos centrais na Europa instituíram taxas de juros negativas, o que significava que pagariam aos interessados em tomar empréstimos. O Fed, num truque inteligente de contabilidade, permitiu até mesmo que os bancos em dificuldades usassem estes empréstimos sem juros para comprar títulos do Tesouro norte-americano. Os bancos devolviam os bônus ao Fed e recebiam 0,25% de juros do Fed. Em poucas palavras, os bancos tomavam empréstimos sem juro algum no Fed e na sequência recebiam juros do Fed sobre o dinheiro que haviam tomado emprestado… O Fed também comprou dívidas e ativos tóxicos dos bancos. Como as autoridades do Fed podiam fabricar tanto dinheiro quanto quisessem, não importava como gastavam.

“É como ir a um bazar de garagem de alguém e dizer: ‘Quero aquela bicicleta sem rodas. Vou pagar 100 mil dólares por ela’. Sabe por que? Porque o dinheiro não é meu!’”, diz Prins.

“Estas pessoas manipularam o sistema” ela prossegue, sobre os banqueiros. “Há dinheiro fabricado no topo da pirâmide. É usado para inflar ativos financeiros, inclusive ações. Tem de vir de algum lugar. Como o dinheiro tornou-se barato, há mais crédito, entre as corporações. Há mais dinheiro emprestado, entre os governos”.

“A quem você recorre, para pagá-lo?”, ela pergunta. “Você recorre à nação. Você recorre à economia. Você extrai dinheiro da economia de base, dos programas sociais. Você impõe ‘austeridade’.”

Dado o espantoso volume de dinheiro fabricado que precisa ser pago, os bancos constituem represas de dívidas cada vez maiores. É por isso que, quando você atrasa o pagamento de seu cartão de crédito, a taxa de juros sobe para 28% [no Brasil, 300,1%, em junho]. É por isso que quando você declara falência pessoal [recurso não existente no Brasil, onde há 63,2 milhões de pessoas inadimplentes, ou 50% da população economicamente ativa], você continua obrigado a pagar seu empréstimo estudantil. É por isso que os salários estão estagnados ou caíram, enquanto os custos, dos planos de saúde aos remédios, às tarifas bancárias e aos aparelhos essenciais estão disparando. A servidão provocada pelas dívidas cresce para alimentar o monstro, até que, como aconteceu na crise das hipotecas subprime, o sistema predatório desaba devido a calotes em massa. Como em todas as bolhas financeiras, chegará um dia em que, por exemplo, os lucros de setores como o fracking, projetados de maneira selvagemente otimista, não serão mais uma desculpa efetiva para continuar a injetar dinheiro em negócios falidos, liquidados por dívidas impagáveis.

“As 60 maiores empresas de exploração e produção não geram dinheiro suficiente para cobrir suas operações e despesas de capital”, escreve Bethany McLean sobre o setor de fracking em um artigo intitulado “A próxima crise financeira esconde-se sob a terra”, que saiu no New York Times. No agregado, de meados de 2012 a meados de 2017, eles tiveram um fluxo negativo de caixa de US$ 9 bilhões por trimestre”.

O sistema financeiro global é uma bomba-relógio em tiquetaque. A questão não é se ele explodirá, mas quando. E nesse momento, a incapacidade dos especuladores para usar o dinheiro fabricado para encobrir o debate vai desencadear desemprego maciço, altos preços para importações e serviços básicos e uma desvalorização monetária que tornará o dólar quase sem valor, ao ser abandonado como moeda de reserva global. Este tsunami financeiro manufaturado transformará os Estados Unidos, hoje uma democracia já falida, num Estado policial autoritário. A vida será muito barata, especialmente a dos vulneráveis – trabalhadores sem documentos, muçulmanos, pretos pobres, mulheres e meninas, ativistas anticapitalistas e anti-imperialistas rotulados como agentes de potências estrangeiras. Estes serão demonizados devido ao colapso e perseguidos. As elites, numa oferta desesperada para agarrar-se a seu poder sem controle e riqueza obscena, irá estripar o que resta dos Estados Unidos.

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