A presidente da Conferência dos Religiosos no Brasil diz que a Igreja ainda não deu vez e voz às mulheres

Irmã Maria Inês Ribeiro. | Foto: Reprodução Youtube CNBB

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

12 Março 2019

“Não tiro o chapéu, mas tiro o véu para as mulheres da Igreja”: foram palavras da Ir. Maria Inês Ribeiro, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB Nacional, comentando o Dia Internacional da Mulher neste 8 de março. A religiosa, porém, constata “com dor e lamento” que a Igreja ainda não deu voz e vez à mulher. “A conquista é árdua, mas tem que ser insistente”, afirma a presidente da CRB Nacional.

A informação é publicada por PASCOM da Arquidiocese de Olinda e Recife, 08-03-2019.

A religiosa disse em entrevista à Rádio Vaticano: “Digo ainda com dor e lamento que a nossa Igreja ainda – digo com tranquilidade aqui na Rádio Vaticano – não deu voz e vez à mulher. Não deu. Eu vou pelo Brasil afora, nas comunidades pequenas, as mais sofridas, quem está lá? Quem está sustentando comunidades são mulheres leigas e mulheres religiosas, a grande maioria de nossas comunidades. Os homens diriam tirar o chapéu; eu, como sou religiosa e tenho véu, tiro o véu para essas irmãs e essas leigas que eu vejo por aí Brasil afora. Eu acredito muito – é a minha posição pessoal bem tranquila e serena calcada no Evangelho e na experiência – em que nós mesmas construímos esse caminho. O protagonismo da mulher na Igreja é feito com a nossa caminhada, com a nossa influência, com o nosso papel, com o nosso testemunho, com a nossa força e a nossa garra”.

A Igreja não é a CNBB

Para a Ir. Maria Inês, não se trata de ser “feminista exagerada”, mas de ser presença capaz de questionar e de dar um testemunho. “A Igreja não é formada por bispos e padres. A Igreja é o povo de Deus. Parece que a Igreja é a CNBB. A Igreja não é a CNBB, com todo carinho e respeito e ouvidos que damos à CNBB, que realmente é uma voz forte no Brasil. Mas não é toda a voz da Igreja. Essa conquista é árdua, mas tem que ser insistente”.

Unidade

Para um maior reconhecimento, a religiosa aposta no diálogo. “Eu acredito na nossa Igreja e dou a minha parte e incentivo também os outros religiosos, religiosas, a fazerem bem a sua parte. E falo mesmo nas nossas assembleias: não adianta bater de frente e quebrar a unidade. Isso digo para os leigos e a leigas e principalmente para as religiosas: se você quebrar a unidade, o diálogo com o seu pároco, com o seu bispo, você perdeu o caminho”.

Ouça aqui a entrevista completa:

Leia mais