22 Fevereiro 2019
"Resta o grande desafio de forjar, em meio a raízes e caminhos diversos, a fusão de um horizonte plural e comum". O trecho é do poema escrito por Alfredo J. Gonçalves, cs, padre carlista e assessor das Pastorais Sociais.
No princípio era a relação,
e a relação era expressão viva do amor;
e no mistério da relação e do amor,
fundiram-se as memórias,
fundiram-se os saberes,
fundiram-se os sonhos...
E nasceu a luz!
Cada ser tinha origens próprias,
trilhava veredas distintas,
mas trabalhava em função de um único projeto.
Um raio se abateu então sobre a terra
e quebrou os fios invisíveis da relação;
o amor se converteu em egoísmo
e cada ser pôs-se a caminhar por si só:
refez a própria memória,
refez o próprio saber
refez o próprio sonho...
E nasceram as trevas!
Luz e trevas separaram-se,
gerando o dia e a noite:
os mecanismos de expropriação regulavam o dia,
as mentiras dos bastidores regulavam a noite...
E retornou o caos!
As memórias distanciaram-se,
distanciaram-se os saberes,
distanciaram-se os sonhos,
dando origem a interesses contrastantes,
com tensões, violência e guerras...
E nasceu o imperativo da reconstrução!
A partir dessa necessidade e urgência,
luzes e trevas se mesclam e se alteram,
memórias, saberes e sonhos se confundem;
resta o grande desafio de forjar,
em meio a raízes e caminhos diversos,
a fusão de um horizonte plural e comum.
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No princípio era a relação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU