03 Janeiro 2019
Casal estava em um seminário, na Comunidade São Francisco, em Feijó, quando casa pegou fogo. Família precisa de roupas, móveis, eletrodomésticos, entre outros objetos.
A reportagem é de Aline Nascimento, publicada por G1, 02-01-2019.
O casal de indígenas Veronilsa Lima Kaninawá, de 23 anos e Rui Nunes Kaxinawá, de 31 anos, começou uma campanha para arrecadar roupas, eletrodomésticos, móveis e outros objetos após perder tudo em um incêndio.
O fogo consumiu a casa da família e tudo que tinha dentro neste sábado (29), na Comunidade São Francisco, no Baixo Rio Envira, em Feijó, interior do Acre.
Os dois têm três filhos, de 13, 9 e 3 anos, e são da etnia Huni Kuin. Segundo Veronilsa, a família estava em um seminário, promovido pelo marido dela, quando o fogo iniciou. Ela acredita que o incêndio foi criminoso.
“Não sabemos quem foi. Meu esposo é uma liderança e tínhamos marcado uma reunião com a comunidade sobre os planejamentos para o próximo ano. Fizemos um seminário de dois dias, na sexta[27] e sábado [28]. Minha filha que avistou e avisou. Todo mundo da reunião correu para lá, mas quando chegamos o fogo estava invadindo o quarto e não deu tempo de tirar nada”, disse.
Ainda segundo a indígena, o casal pode ter sido vítima de inveja. Ela afirmou também que utilizaram gasolina para queimar a casa.
“Perdemos documentos, roupas. Vejo que é uma questão de inveja e perseguição porque meu esposo vem batalhando para defender. Ele não quer ver os índios se prostituindo, e sempre dá conselhos para os jovens sair do alcoolismo, drogas. Tem gente que não aceita. Ele não fez mal para ninguém, não deve nada. É uma liderança na aldeia”, contou.
Veronilsa revelou ainda que os criminosos entraram na casa e atearam fogo. Isso porque, segundo ela, uma cachorrinha que estava presa na residência foi solta antes do incêndio começar.
“Acho que as pessoas entraram na minha casa porque a cachorra saiu e foi para onde a gente estava. Achei que minha filha tinha ido em casa, mas foram os bandidos. Queremos ajuda. Tudo que poderem dar para a gente, estou passando por momentos difíceis. Não tenho nada nesse momento. Final de ano triste. Meus filhos ficaram com trauma”, lamentou.
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Indígenas têm casa incendiada no interior do AC e acreditam que ato foi criminoso: ‘perseguição’ - Instituto Humanitas Unisinos - IHU