13 Dezembro 2018
Mons. Bruno-Marie Duffé, secretário do Dicastério para Promoção do Desenvolvimento Humano Integral e coordenador da delegação da Santa Sé liderada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, declarou, em coletiva de imprensa na quarta-feira, 12 de dezembro, o apelo urgente da Santa Sé por ação e verdadeira solidariedade.
Comunicado da Delegação da Santa Sé para a COP24, em Katowice, Polônia, publicado por Sala de Imprensa da Santa Sé, 12-12-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Mons. Duffé reiterou as mensagens da Laudato Si' de que esta é uma crise com aspectos econômicos, sociais e financeiros. A encíclica Laudato Si’ encoraja as nações a escutarem atentamente o clamor da terra, que, como diz o Papa Francisco, geme como se estivesse em trabalho de parto (cf. LS 2).
Os membros da delegação da Santa Sé falaram claramente durante a reunião sobre a necessidade de escutar os cientistas, particularmente no último relatório do IPCC [sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas], que ecoa o grito da terra e mostra claramente o impacto devastador das mudanças climáticas nas comunidades ao redor do mundo.
Também falaram no painel Mercy Chirambo, representante da Caritas Malawi (CADECOM), e Joseph Sapati Moeono-Kolio, representante do Pacific Climate Warriors (Guerreiros do Pacífico pelo Clima, em tradução livre). Os painelistas apelaram fortemente à urgente ação em solidariedade com os mais vulneráveis.
Mercy Chirambo disse que a mudança climática está tendo impacto específico na vida das mulheres. "Como fica claro, no nosso caso, o impacto sobre a vida dos seres humanos não é apenas físico, mas também emocional", disse.
Joseph Sapati Moeono-Kolio disse que "a diferença entre 1,5 e 2 graus é a diferença entre nós termos que deixar nossas ilhas para sempre ou poder ficar", e "precisamos entender que são as pessoas estão no centro desta questão."
Falando no início do COP24, Cardeal Parolin levantou a questão de saber se havia "vontade política suficiente para implementar as muitas soluções que temos disponíveis". Com apenas dois dias para a COP24 acabar, mons. Duffé pediu por "ações e decisões urgentes tomadas em verdadeira solidariedade global mútua". A Santa Sé apontou repetidamente a necessidade de uma transição justa, criando trabalho decente combinado com o respeito pelos direitos humanos, proteção social e erradicação da pobreza, com especial atenção dada às pessoas mais vulneráveis aos extremos climáticos.
No final da coletiva de imprensa, mons. Duffé enfatizou que muitas ações sobre as mudanças climáticas estão acontecendo em comunidades. "É realmente importante lembrar de todos os progressos em nossa história não se dão apenas a nível dos tomadores de decisão política. Precisamos deles, precisamos de autoridade internacional, mas temos que ver e considerar compromissos de todos os povos, todas as comunidades."
Como o Papa Francisco lembrou, a chave é a vontade política de forjar uma transformação radical. Queremos "apenas ser lembrados pela incapacidade de agir quando foi urgente e necessário fazê-lo?", disse o Santo Padre na Laudato Si' (LS 57).
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Santa Sé. Apelo urgente antes do final das negociações na COP24 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU