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O escândalo de abuso e a perda de sentido da história da Igreja. Artigo de Massimo Faggioli

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22 Novembro 2018

Há uma lacuna entre os mitos culturais do catolicismo e a realidade histórica da Igreja.

"Tanto as narrativas progressistas como as tradicionalistas estão lutando contra a crise de abusos, porque a história dos milhares de padres que abusaram de crianças e as centenas de bispos que encobriram isso é um choque tanto moral quanto historiográfico", escreve Massimo Faggioli, em artigo publicado por La Croix International, 21-11-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.

Eis o artigo.

A crise de abuso sexual do clero se tornou parte integrante da narrativa atual do catolicismo. Ainda estamos tentando encontrar precedentes na história para dar sentido a este momento. Há duas hipóteses importantes sobre as semelhanças entre a situação da atualidade e outros períodos de turbulência.

A primeira hipótese foi articulada recentemente pelo cardeal Walter Brandmüller, um proeminente historiador da Igreja e um dos quatro cardeais que assinaram as dubia contra o Papa Francisco. O cardeal alemão vê um precedente para a crise de hoje nos séculos XI e XII.

Foi durante este período que são Pedro Damiani, em 1049, apelou ao Papa Leão IX tomar alguma atitude contra a concubinagem e homossexualidade no clero.

Ao mesmo tempo, os leigos de Milão se organizaram naquilo que ficou conhecido como Pataria ou Movimento Patarino (que tem algumas semelhanças com a dinâmica atual entre Roma e os católicos dos EUA) para pedir reformas semelhantes às reivindicações de Damiani.

Outra hipótese vê um precedente à crise de abuso de hoje na Reforma protestante do século XVI devido às similaridades na complexa interação entre teologia, cultura, e geopolítica.

Não há dúvida de que estes dois períodos, os séculos XI e XII, e, em seguida, o XVI, representaram os momentos mais importantes da reforma na estrutura e eclesiologia da Igreja no segundo milênio antes do Concílio Vaticano II (1962-65).

Por outro lado, os historiadores da Igreja tendem a ser mais realistas sobre a eficácia e os limites da reforma.

Por exemplo, é verdade que houve um vigoroso movimento de pregadores itinerantes no século XI que lutaram contra a simonia, o casamento clerical e a riqueza excessiva dos padres.

Mas este movimento também foi confrontado com resistência generalizada. Na verdade, um desses pregadores quase foi linchado por um grupo de esposas de padres!

A situação não foi muito diferente no período seguinte ao Concílio de Trento (1545-1563).

No outono de 1627, o Papa Urbano VIII enviou uma visita apostólica ao Mosteiro de Camaldoli na Itália central. O visitante, após ter interrogado os membros da comunidade monástica, escreveu um relatório sobre a situação do local que equivalia a uma lista chocante de crimes.

O relatório incluía transporte de armas de vários tipos (revólveres e facas), relações com prostitutas, violações do voto de castidade e mortes suspeitas de membros da comunidade monástica.

Estes dois exemplos apresentados não se destinam a dar aos católicos a impressão de que a reforma eclesial é impossível. Pelo contrário, é um lembrete da necessidade urgente de recuperar algum sentido da história neste momento crítico para a Igreja.

Mudanças teológicas

A crise de abusos clerical quebrou as narrativas que os católicos liberais e conservadores têm sobre a Igreja.

A inclinação dos "liberais" para localizar as origens da crise na idade escura do catolicismo pré-moderno e pré-Vaticano II não é muito convincente.

O Vaticano II não criou abuso clerical, mas também não interrompeu nem evitou que o abuso de crianças fosse realizado nos mesmos prédios da Igreja onde a nova liturgia estava sendo celebrada.

Por outro lado, a tendência dos "conservadores" para ver a raiz da crise nas mudanças teológicas que seguiram ao Concílio ignora o fato histórico de que o abuso remonta, pelo menos, a décadas antes do Vaticano II.

A alegada conexão direta entre as mudanças na teologia moral e o afrouxamento de costumes sexuais com o abuso clerical não é sustentada por aquilo que sabemos sobre a história do abuso na Igreja.

Já no início da crise de abusos era perceptível notar a vacilação no sentido que católicos dão à sua própria história.

Em fevereiro de 2004, no início da primeira crise que seguiu as investigações do Boston Globe, o autor católico americano Paul Elie proferiu a "Candlemas Lecture" [Aula da Candelária, em tradução livre] no Boston College.

"Doutrinariamente falando, a Igreja finalmente adentrou na história. Os padres do Concílio combateram vários séculos de dogmas que situavam a Igreja acima da história, com a desculpa de que a Igreja é o “povo de Deus” numa peregrinação no tempo", disse Elie.

“E, no entanto, o efeito prático da entrada da Igreja na história — nos Estados Unidos, pelo menos — foi paradoxal e desconcertante. Os católicos realmente se distanciaram de sua história”, argumentou Elie.

Ele sublinhou algo que todos os católicos, nos Estados Unidos, especialmente, devem levar muito a sério ainda: "A minha opinião é de que o escândalo dos abusos vai enviar uma mensagem para a peregrinação dos católicos americanos de hoje da mesma forma como o Concílio Vaticano II fez com a peregrinação da geração que o antecedeu”.

O ponto de vista de Elie é um pouco turvo. Por um lado, a polarização das interpretações do Vaticano II ainda forma diferentes interpretações da crise do abuso.

Por outro lado, a segunda fase do escândalo desestabilizou a nossa percepção da história da Igreja ainda mais do que era possível imaginar em 2004.

Naquela época, a fragilidade física de João Paulo II (que morreu em 2005), e seu papel em afirmar uma Igreja muito menos dividida sobre o Vaticano II do que atualmente, serviu para proteger não só a ele e seu mandato como Papa, mas também o nosso senso comum de história.

Em 2004 ainda era inimaginável ver os tipos de divisão que vemos hoje no catolicismo dos EUA em torno do papel do Concílio, bem como o de João Paulo II e do próprio papado.

Essa é uma das consequências não intencionais do pontificado de Bento XVI, que é mais complexo do que a questão do que ele fez ou deixou de fazer em relação à crise de abuso.

O pontificado de Bento XVI teve a consequência perversa e involuntária de atrair uma geração de católicos em torno da ideia de que o que deu errado depois do Concílio Vaticano II tem a ver com "continuidade vs. descontinuidade". O mistério do mal na crise de abuso é muito mais complicado do que isso e exige costurar algum sentido de história compartilhada.

O catolicismo pós-João Paulo II viu uma instabilidade crescente na forma como a Igreja conta a sua história.

Narrativas progressistas e tradicionalistas

Tanto as narrativas progressistas como as tradicionalistas estão lutando contra a crise de abuso, porque a história dos milhares de padres que abusaram crianças e as centenas de bispos que encobriram isso é um choque tanto moral quanto historiográfico.

A narrativa progressista deve explicar como, numa época que libertou a Igreja dos grilhões do institucionalismo, "os bispos do Vaticano II" continuaram a atuar no encobrimento.

Enquanto isso, a narrativa tradicionalista deve superar sua obsessão com a apresentação de um quadro rosa da história da Igreja, porque uma vez que o que se vê na televisão é uma história de crimes e a Igreja é vista como uma empresa criminosa.

Esta trágica falta de um sentido de história é bastante visível na forma como alguns proeminentes católicos reagiram a alguns momentos no atual pontificado que representaram uma tentativa de corrigir o quadro rosa apresentado pelos apologistas do catolicismo antimoderno.

As reações dos tradicionalistas à Amoris Laetitia (que eles advertiram ser "o fim do casamento católico"), bem como as revelações sobre o ex-cardeal Theodore McCarrick, são típicas de uma cultura católica afastada de sua própria história e absorvida numa autonarrativa idealista do Catolicismo.

Não é de se surpreender que se possa encontrar nos jovens e recém-convertidos ao catolicismo o choque produzido pela constatação de que existe uma lacuna entre os mitos culturais do catolicismo e a realidade histórica da Igreja.

É romantismo pensar que a Igreja pode e deve se esforçar para recuperar um estado original de inocência que nunca existiu. Digo isso com todo respeito.

Esta não é uma indiferença cínica à tragédia da crise de abuso. Pelo contrário. É uma abordagem necessária, na minha opinião, para ver a luz no fim do túnel.

James Joyce escreveu que "a história é um pesadelo do qual estou tentando acordar." Mas para a Igreja Católica não há saída do pesadelo atual sem um sentido mais profundo de sua história que pode discernir entre verdadeiras e falsas as certezas sobre o passado cristão.

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