Abuso, o Vaticano sobre o relatório da Pensilvânia: "vergonha e dor"

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17 Agosto 2018

"A Igreja deve aprender com as duras lições do passado e deveria haver uma assunção de responsabilidade tanto por parte daqueles que cometeram os abusos, como daqueles que permitiram que isso acontecesse”. Isso foi declarado na noite de 16 agosto de 2018 pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, comentando o relatório sobre abusos sexuais contra menores ocorridos na diocese da Pensilvânia, publicado dois dias atrás.

"Diante do relatório tornado público na Pensilvânia esta semana - diz o porta-voz do Vaticano - duas são palavras que podem expressar o que se sente em face desses crimes horríveis: vergonha e dor. A Santa Sé considera com grande seriedade o trabalho realizado pelo Investigating Grand Jury da Pensilvânia e ao longo relatório produzido por ele. A Santa Sé condena inequivocamente o abuso sexual contra menores".

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 16-08-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Os abusos descritos no relatório, continua a declaração, "são criminalmente e moralmente repreensíveis. Esses atos traíram a confiança e roubaram às vítimas a sua dignidade e a sua fé". Segue uma declaração exigente e importante: "A Igreja deve aprender com as duras lições do passado e deveria haver uma assunção de responsabilidade tanto por parte daqueles que cometeram os abusos, como daqueles que permitiram que isso acontecesse." O Vaticano espera, portanto, que tanto os abusadores ainda vivos, como as autoridades eclesiásticas que os acobertaram, assumam as suas responsabilidades.

"Muito do que aparece no relatório - observou Burke – diz respeito a abusos anteriores aos primeiros anos de 2000. Não tendo encontrado praticamente casos depois de 2002, as conclusões do Grande Júri são coerentes com estudos anteriores que mostraram que as reformas feitas pela Igreja Católica nos EUA reduziram drasticamente a incidência de abusos cometidos pelo clero". Assim, as novas normas e práticas colocadas em prática ao longo das duas últimas décadas têm produzido resultados importantes, conseguindo reduzir de forma consistente o fenômeno.

"A Santa Sé - afirma a declaração - incentiva reformas constantes e vigilância em todos os níveis da Igreja Católica para garantir a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. Também enfatiza a necessidade de obedecer à legislação civil, incluindo a obrigação de denunciar os casos de abuso contra menores".

"O Santo Padre - conclui o porta-voz do Vaticano - entende como esses crimes possam abalar a fé e o espírito dos crentes e reitera o apelo para fazer todo esforço para criar um ambiente seguro para os menores e os adultos vulneráveis na Igreja e em toda a sociedade. As vítimas devem saber que o Papa está do lado deles. Aqueles que sofreram são a sua prioridade, e a Igreja quer ouvi-los para erradicar esse trágico horror que destrói a vida dos inocentes."

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