03 Mai 2018
"Se a cruz é vista apenas como um símbolo cultural, então não foi compreendida", disse o cardeal Marx
O núncio austríaco, arcebispo Peter Zurbriggen, censurou os bispos alemães que criticaram a decisão da Baviera em colocar crucifixos nas entradas de todos os edifícios públicos.
A informação é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada por The Tablet, 02-05-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
O cardeal Reinhard Marx de Munique, presidente da Conferência Episcopal Alemã, disse ao "Süddeutsche Zeitung", no dia 30 de abril, que a decisão “desencadeou divisão, atiçou problemas e jogou as pessoas umas contra as outras".
Defendendo a nova lei, o novo líder da Baviera, Markus Söder, insistiu que o crucifixo é "um símbolo fundamental da nossa identidade bávara e estilo de vida".
O cardeal Marx rejeitou esta ideia. "Se o crucifixo é apenas visto como um símbolo cultural, então não tem sido compreendido", disse ele, insistindo que era um sinal de oposição à violência, injustiça, pecado e morte, mas não um sinal contra outras pessoas.
O debate sobre o crucifixo ainda é importante, disse ele, pois trouxe à luz a necessidade de discutir o que significou viver em um país moldado pelo cristianismo. "a cruz significa incluir todos, cristãos, muçulmanos, judeus e não-crentes", disse Marx.
O arcebispo Zurbriggen, se pronunciou contra a posição de Marx. "como núncio, um representante do Santo Padre, estou profundamente triste e envergonhado de que, quando cruzes são erguidas em um país vizinho são os bispos e sacerdotes que protestam," disse o arcebispo Zurbriggen em uma palestra que na abadia Heiligen Kreuz, nos Bosques de Viena, no dia 1o. de maio.
A crítica dos bispos alemães foi uma "desgraça que não se pode aceitar", sublinhou e acrescentou: "meus queridos irmãos e irmãs, esta correção religiosa – de cunho político – está lentamente me irritando". Ele foi muito aplaudido.
A ação relativa à colocação das cruzes entra em vigor no dia 1o. de junho.
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Núncio repreende posicionamento de cardeal Marx sobre crucifixos na Bavária - Instituto Humanitas Unisinos - IHU