30 Novembro 2017
De todas as capitais do mundo, essa é uma das mais inquietantes. Estradas de seis faixas tão vazias que poderiam ser usadas como pistas de pouso. As estradas ligam os ministérios semiescondidos e os enormes centros de convenções. Uma névoa esbranquiçada de calor reverbera acima do vazio. Não há cruzamentos, nenhum ponto de encontro, nenhuma praça pública: é justamente esse o propósito para o qual nasceu.
A reportagem é de Roger Cohen, publicada pro Repubblica, 28-11-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Os líderes militares de Mianmar queriam uma capital segura, em seu afastamento de tudo, e a inauguraram em 2005. Rangun, a antiga e tumultuada capital, era uma armadilha: nas décadas de sufocante domínio dos generais, ocasionalmente explodiam protestos. Por isso, é nessa fortaleza antidemocrática que Aung San Suu Kyi - durante muito tempo símbolo mundial da democracia - passa seus dias, contemplando sua espetacular queda em desgraça: um ícone desonrado em seu espectral labirinto.
Raramente viu-se uma reputação ruir tão rapidamente. Aung San Suu Kyi, filha do heroi da independência birmanesa, Aung San, que foi assassinado quando ela era uma criança, sofreu quinze anos de prisão domiciliar por seu desafio contra o poder militar.
Ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Serena em sua coragem e sua desobediência, já teve seu lugar de destaque próprio no imaginário mundial, e em 2015 ganhou as eleições de forma tão avassaladora que parecia ter terminado o capítulo militar de décadas na história de Mianmar. Mas a sua surda atitude evasiva frente a 620.000 Rohingyas fugindo (a minoria muçulmana que vive no oeste de Mianmar) para além da fronteira, para o Bangladesh, provocou a indignação da opinião pública internacional. A sua aura se dissolveu.
Após ter investido tanto em sua retidão, o mundo está furioso por ter sido enganado. A prefeitura de Oxford revogou uma distinção de honra que havia lhe concedido. Agora todos atacam a "Senhora", como ela é chamada. Por que motivo ela não consegue ver as "atrocidades generalizadas cometidas pelas forças de segurança de Mianmar", às quais aludiu o secretário de Estado norte-americano durante uma breve visita este mês, ações que o Departamento de Estado na semana passada definiu como "limpeza étnica?”.
Talvez porque consiga ver outra coisa, por cima de tudo isso, ou seja, que Mianmar não é uma democracia. No máximo, pode ser chamado de uma quase-democracia, na delicada transição de uma ditadura militar, uma nação em guerra consigo própria e que ainda deve ser forjada. Se ela não se mover dentro do estreito caminho estabelecido pelo exército, tudo poderá ser perdido, os esforços de toda uma vida pela liberdade desperdiçados. Não é uma questão trivial. Não reconhecer o seu dilema (fato que o Ocidente vem fazendo, de agosto até agora) é querer bancar o ingênuo de forma irresponsável.
O problema é que o Ocidente quer que Aung San Suu Kyi seja uma determinada coisa. Kofi Annan, ex-Secretário Geral das Nações Unidas, que publicou um relatório sobre a situação no Estado de Rakhine, no oeste de Mianmar, justamente quando estava prestes a explodir a violência, disse-me que no Ocidente as pessoas estão furiosas com Aung San Suu Kyi, porque "nós criamos uma santa e a santa tornou-se uma política, e isso não nos agrada".
Certamente, Aung San Suu Kyi não está parecendo perturbada. Evitou condenar as forças armadas pelo que a ONU descreveu como um "pesadelo para os direitos humanos", e ela se abstém de usar a palavra "rohingya", que grande parcela da maioria budista de Mianmar abomina porque considera uma identidade inventada. Seu gabinete de comunicações mostrou-se incompetente e a ausência de transparência tornou-se uma marca de sua administração, uma vez que evita as entrevistas. Em uma de suas raras aparições públicas, ao lado de Tillerson, na sede do Ministério das Relações Exteriores aqui em Naypyidaw, ela disse: "Eu não sei por que as pessoas dizem que eu nunca falo".
Não é verdade, frisou. “O que elas querem dizer, provavelmente, é que o que eu digo não é suficientemente interessante. Mas as coisas que eu falo não devem ser marcantes, devem ser exatas. E o objetivo deve ser criar mais harmonia”.
"Harmonia" é uma de suas palavras favoritas, como "Estado de direito". Ambas estão milhares de milhas de distância da realidade de Mianmar, que é um país fragmentado, ainda lutando com uma miríade de guerrilhas étnicas e "sempre mantido junto pela força", como relatou Derek Mitchell, ex-embaixador dos Estados Unidos. Desde a independência do Império Britânico em 1948, o exército, conhecido como Tatmadaw, tem governado na maior parte do tempo, com consequências catastróficas.
Em muitos aspectos, continua a governar. Quando a Liga Nacional para a Democracia venceu as eleições de 2015, Aung San Suu Kyi não se tornou presidente. O mundo saudou sua vitória, passando por cima desse detalhe. A Constituição de 2008, redigida pelos militares, impede-lhe o acesso ao mais alto cargo porque seus filhos são cidadãos britânicos, portanto deve atuar sob o título honorário, criado a arte, de conselheira de Estado. Os ministérios da Defesa, Interior e Fronteiras - todas as armas - permanecem sob o controle militar, bem como o Conselho de Defesa e a Segurança Nacional e um quarto das cadeiras do Parlamento.
Não foi uma transferência de poder. Foi uma concessão parcial de autoridade, altamente controlada e facilmente reversível.
As decisões Aung San Suu Kyi devem ser vistas nesse contexto. Ela está jogando um longo jogo para chegar a uma mudança democrática real. "Ela está avançando um passo de cada vez, de forma muito cuidadosa, interpondo-se cautelosamente entre o exército e a população", afirma U Chit Khaing, um proeminente homem de negócios em Rangun. Talvez esse jogo ela esteja jogando com excessiva prudência, mas nada em sua história indica que lhe falte poder de decisão.
O problema é que é novata em seu papel atual. Como política, não como santa, é preciso dizer que Aung San Suu Kyi tem-se revelado incompetente. Isso não surpreende: ela viveu a maior parte de sua vida no exterior, quando voltou para seu país foi confinada e não tem nenhuma experiência anterior de governo ou administração.
Ninguém suporta quinze anos de prisão domiciliar, opta por não ver o marido que está morrendo na Inglaterra e suporta a separação dos próprios filhos, se não tiver uma convicção patriótica férrea. Essa é a sua força, um campo magnético. Mas é uma força que também pode cegar. "Mãe Suu sabe o que é melhor", afirma David Scott Mathieson, um analista que vive em Rangun. "Exceto pelo fato de que ela não quer enxergar a dimensão do que aconteceu".
A ignóbil labuta política é coisa estranha para ela. A empatia não é seu ponto forte: se ela for para um campo de refugiados, não será vista abraçando crianças. Ela se enxerga como a personificação do espírito profundo de seu País, uma budista com a espinha ereta e a missão de completar aquilo que o seu pai, que perdeu quando ela tinha dois anos de idade, tinha começado a fazer: unir a nação. Mas o caminho para esse objetivo permanece indefinido. Até mesmo a identidade final de Mianmar - um estado budista dominado pela etnia majoritária (a mesma à qual ela pertence, os birmaneses) ou uma união autenticamente federalista, multirreligiosa - permanece um mistério. A sua voz está ausente.
Sem as linhas vermelhas que os militares marcaram à sua volta, ela teria expressado indignação diante do imenso sofrimento dos civis rohingyas e condenado as aldeias incendiadas, os assassinatos que levaram centenas de milhares de seres humanos a fugir em terror? Talvez. Mas isso implicaria na sua convicção de que a essência da questão seja essa, e não está claro se existe ou não tal convicção: é desconfiada em relação às reivindicações dos rohingyas, e que do que ela considera uma manipulação por parte da mídia. Implicaria também em julgar tolerável o risco político, em um país em que a sua posição tem o apoio da imensa maioria. Certamente, ela não ordenou os massacres. E certamente não tem os poderes constitucionais para detê-los.
O que está claro é que a reticência de Aung San Suu Kyi favoreceu a confusão. Ela deixou o campo aberto a uma impiedosa guerra no Facebook sobre os recentes eventos. Os rohingyas e os budistas vivem em realidades distintas. Eles não concordam em nenhum ponto, inclusive nos itens mais elementares. É a condição contemporânea da pós-verdade. Como aponta o relatório de Annan, "as versões são muitas vezes exclusivas e inconciliáveis".
No Estado de Rakhine, onde se deflagrou um inferno em agosto, a pobreza está gravada nos rostos fechados, nos olhares perdidos no vazio. As ruas da capital, Sittwe, pouco mais de uma hora de voo de Rangun, estão empoeiradas e depauperadas. A praia é invadida por cães vira-latas e corvos que procuram alimentos no lixo. E nas mesmas condições da cidade, está todo o Rakhine, hoje uma das regiões mais empobrecidas do já pobre Mianmar. A violência que irrompeu na parte norte do estado foi uma desastre anunciado.
Houve uma primeira explosão, em 2012, quando a violência intercomunitária entre budistas e muçulmanos no estado, causou quase 200 mortes e 120.000 pessoas abandonadas nos campos de refugiados, deixadas lá em total abandono por cinco anos. As promessas do governo tornaram-se letra morta. Os campos são inacessíveis. Os antigos bairros rohingyas da cidade foram esvaziados, em um chocante exercício de formação de guetos.
Falei por telefone com Saed Mohamed, um professor de 31 anos, confinado desde 2012 em um campo de refugiados. "O governo nos enganou tantas vezes", ele me relatou. "Eu perdi a confiança em Aung San Suu Kyi. Continua a mentir. Nunca fala dos sofrimentos de nós rohingya. Fala de paz e comunidade, mas seu governo não faz nada para a reconciliação".
O Rakhine, também chamado Arakan, era um reino independente antes de cair sob o controle da Birmânia, no final do século XVIII. Por muito tempo negligenciado pelo governo central, o fruto da desconfiança recíproca gerou um movimento de independização dos budistas do Rakhine, cujo braço militar é o Exército do Arakan. "Sofremos há setenta anos a opressão do governo", relatou-me Htun Aung Kyaw, secretário-geral do Partido Nacional do Arakan, que luta pela autodeterminação da região.
O afluxo constante, durante um longo período, de muçulmanos bengalis, incentivados a emigrar pelas autoridades coloniais britânicas para garantir uma força de trabalho barata, exacerbou o ressentimento dos budistas do Rakhine. A comunidade muçulmana cresceu chegando a representar cerca de um terço da população do Rakhine (mais de 3,1 milhões de pessoas) e com o tempo a sua autoidentificação como "rohingyas" tornou-se cada vez mais difundida.
Em Mianmar esta palavra "rohingya", parece deflagrar uma bomba. Desencadeia a fúria. Não encontrei praticamente ninguém, fora da própria comunidade, que estivesse disposto sequer a pronunciá-la: quando o faziam, geralmente era acompanhado com uma injúria racial. A opinião geral é que não existem os rohingya: todos são "bengalis".
U Nyar Na, um monge budista, parecia a imagem da serenidade, sentado à janela de um mosteiro em Sittwe, ao lado das vestes magentas esticadas em um varal. Mas quando a conversa direcionou-se para os rohingyas, ele logo se empertigou. "Todo o problema reside nessa palavra: não existem rohingyas entre os 135 grupos étnicos do Mianmar", declarou referindo-se aos povos indígenas listados pela Lei de Cidadania de 1982. "Não é um grupo étnico existente: eles o criaram. E se eles acreditam nisso, estão acreditando em uma mentira".
Ele estendeu a mão para pegar seu smartphone e encontrou uma imagem na internet que representaria os planos secessionistas dos "muçulmanos bengalis". Mostrava o Rakhine, em cor verde, com a seguinte frase "Estado soberano da Rahamaland, um Estado independente do povo Rohingya". Ele olhou-me como a dizer: "Aqui está, veja você, é a prova empírica de suas diabólicas intenções".
Medos como esse estão profundamente enraizados e Aung San Suu Kyi é inevitavelmente sensível a eles. O efeito combinado de mais de um século de subjugação colonial britânica, da presença ameaçadora da China no leste e da Índia a oeste, com seus 2,7 bilhões de população total (Mianmar tem 54 milhões) e de seus conflitos étnicos internos não resolvidos marcaram a psique nacional, criando uma profunda preocupação com a soberania. U Ko Ko Gyi, um político que permaneceu por longo período nas prisões da ditadura militar, mas que agora apoia plenamente a ação do exército no Rakhine, disse-me: "A convicção que temos impregnada nos ossos, que vem de nossos ancestrais, é resistir à pressão externa e lutar até o último suspiro para sobreviver".
O Mianmar, com seus pagodes dourados em forma de sino espalhados por toda parte, que brilham na luz ofuscante, ultimamente parece vítima de um febril autorrepresentação como último bastião do budismo diante do avanço global do islã, no Afeganistão, em Bangladesh, no Paquistão e em outros países. Os rohingya se tornaram a personificação desses medos.
Muitas conversas que tive aqui me fizeram pensar sobre a época em que eu estava acompanhando as guerras nos Bálcãs da década de 1990, quando os sérvios, tomados por um frenesi nacionalista, muitas vezes liquidavam o inimigo - os muçulmanos bósnios, os albaneses de Kosovo – por considerá-los povos inexistentes. Mas, como observa Benedict Anderson, todas as nações são "comunidades imaginadas". Os rohingyas existem porque estão convencidos de existir.
Não importa quando foi exatamente cunhada a palavra – as polêmicas a respeito são exacerbadas - ou em que exato momento os muçulmanos do Rakhine, em sua grande maioria, a assumiram para si mesmos. Nada forja uma identidade étnico-nacional tão firmemente quanto a opressão. Ao transformar os muçulmanos do Rakhine apátridas – fornecendo-lhes cédulas de identidade de diferentes tonalidades de cor, que em vários momentos pareciam dar ou prometer a cidadania, só para depois revogá-la - e assujeitando-os a surtos periódicos de violência, as forças armadas do Mianmar e as milícias budistas do Rakhine que as patrocinaram, contribuíram mais do que tudo para forjar uma identidade rohingya separada.
A partir desse desespero, surgiu o Arsa (Exército de salvação Rohingya do Arakan), o grupo guerrilheiro Rohingya que com seus ataques contra vários postos policiais, perto da fronteira com o Bangladesh, em 25 de agosto, provocou a devastadora resposta do exército. Um povo perseguido vai pegar nas armas. Ao se tentar destruir um povo que na tua opinião não existe, a fúria pode tomar conta.
Em setembro, com centenas de milhares de rohingya já abrigados em campos de refugiados no Bangladesh, Aung San Suu Kyi declarou à Nikkei Asian Review que não entendia por que o êxodo se mantinha mesmo depois que as operações militares tinham abrandado. Ela especulou que "talvez tenham medo de que possa haver represálias. Talvez as razões sejam outras. Eu realmente gostaria de saber, por que se queremos resolver a situação, devemos entender o motivo: por que todos os problemas começaram originalmente".
Seu tom, peculiarmente acadêmico, parecia quase lastimoso. Os problemas começaram porque durante décadas os governos militares viraram as costas aos budistas do Rakhine; e viraram as costas mais ainda aos rohingyas do Rakhine, com uma política impregnada de racismo. O Governo de Aung San Suu Kyi continuou a virar as costas para eles. A isso se seguiram aldeias queimadas, assassinatos e estupros. Isso deveria estar bem claro.
Menos claro é o que fazer agora. Mais de meio milhão de pessoas aterrorizadas encontram-se sem teto. O Bangladesh e o Mianmar anunciaram na semana passada um acordo para começar, dentro de dois meses, a devolver os refugiados à sua terra natal, mas os detalhes não são claros. O repatriamento é urgente, mas controverso, e em nada servirá se o Mianmar não oferecer um caminho coerente e sem ambiguidades para o status de cidadãos, ou pelo menos residentes legais, para os rohingyas, que hoje respondem por cerca de um décimo de todos os apátridas do planeta. Negar a possibilidade de serem cidadãos a pessoas que residem no Mianmar há muito tempo não é digno da democracia que Aung San Suu Kyi quer deixar como legado.
Essa transição para a democracia caminha numa corda bamba. Seu sucesso final é de vital importância, com o autoritarismo que avança, sob diversas formas, em todas as partes do mundo. As ações criminosas devem ser punidas, com base no "Estado de direito" que Aung San Suu Kyi tantas vezes menciona. Mas as sanções invocadas por mais de 20 senadores norte-americanos e por organizações como a Human Rights Watch, e até mesmo as sanções individuais específicas que o Departamento de Estado está avaliando, poderiam minar a base de uma economia já em condições precárias, fortaleceriam os birmaneses em seu sentimento de estarem sozinho contra o mundo e tornariam ainda mais árdua a transição para uma democracia plena.
O país está agora na mira de grupos jihadistas enfurecidos com o tratamento dado aos rohingyas, e já surgiu um importante, e inquietante movimento de monges budistas extremistas. O Papa Francisco, que está em uma visita no Mianmar, tem uma tarefa nada fácil para tentar que a reconciliação progrida. Seu primeiro dilema será se a usar a palavra "rohingya", que o relatório de Annan evitou, atendendo um pedido de Aung San Suu Kyi. (Ela acredita que tanto "rohingya" como "bengalis" sejam termos desnecessariamente provocativos.) Deveria usá-lo. Os rohingyas existem, sofrem e através do sofrimento chegaram a uma identidade indestrutível.
Aung San Suu Kyi, que já passou dos setenta anos, deve encontrar uma voz própria. A harmonia é ótima, mas é inútil sem uma capacidade política criativa, enérgica. Ela sabe que não pode romper as relações com os militares, se quiser completar o que começou desafiando corajosamente o exército em 1988. O mundo deveria entender isso também e focar sua atenção em Min Aung Hlaing, o comandante-em-chefe que liderou um grotesco relatório sobre atrocidades que isenta de qualquer responsabilidade o exército. Tillerson justamente pediu uma investigação independente. É fácil retirar do altar Aung San Suu Kyi para quem vive em lugares confortáveis e nunca precisou enfrentar desafios semelhantes aos que ela enfrentou.
Em seu livro Cartas para a minha Birmânia, Aung San Suu Kyi escreveu a propósito do sofrimento das crianças birmanesas: "Sabem que não haverá segurança para suas famílias enquanto a liberdade de pensamento e a liberdade de ação política não forem garantidas por lei”.
A obra de libertar de uma vez por todas todos os habitantes de Mianmar dessa angústia e instituir o Estado de direito está longe de estar concluída, como a violência devastadora do Rakhine demonstrar até bem demais. Mas Aung San Suu Kyi, uma mulher que enfrentou os fuzis de peito aberto, continua a ser a melhor esperança para completar a obra. Transformar um santo em um monstro é fácil. Completar uma nação incompleta, arrancando-a dos militares que a devastaram, é imensamente mais difícil: o mais longo dos jogos.
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Em Mianmar, a moral não é ponto pacífico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU