16 Dezembro 2018
Ao orar os textos propostos para a Terceira Semana, devemos estar atentos às orientações dadas no início deste Retiro do Advento.
O Retiro do Advento: 'Na mística da Encarnação' é uma proposta de Exercícios Espirituais para rezar diariamente ao longo das quatro semanas do Tempo do Advento. O material é preparado pelo padre Luís Renato Carvalho de Oliveira e disponibilizado no sítio jesuitasbrasil.com.
Eis o roteiro para a Terceira Semana.
Rezando os textos da liturgia estamos em comunhão com a Igreja que reza também na expectativa de acolher mais uma vez nosso Salvador, o Emanuel. Podemos a cada dia acolher e “saborear” no coração a riqueza e a beleza que trazem em si. Orando-os assim, eles enriquecerão e fecundarão mais nossa vida espiritual e apostólica. Pois o mesmo Espírito que desceu sobre Jesus no batismo também está sobre nós, confirmando ou não nossa vida e nossa missão.
Preparemo-nos para acolher com “ânimo e liberalidade” a proposta desta terceira semana do Advento.
Dada a importância dos rituais para o encontro com Deus na oração, voltamos a insistir na sua prática. No início do tempo reservado para a oração, devemos ler o texto proposto para a oração. Se ela for feita de manhã cedo, o texto deve ser lido na noite anterior antes de dormir. Assim, o conteúdo do texto surgirá no nosso pensamento ao acordar de manhã.
No início do tempo reservado para a oração, devemos praticar estas cinco recomendações de Santo Inácio:
1) fazer a oração preparatória,
2) imaginar o cenário,
3) pedir a graça que desejo receber,
4) conscientizar- me de que estou na presença de Deus, meu Criador e meu Pai que me olha com um olhar carregado de ternura,
5) fazer um gesto de adoração e de louvor, inclinando meu corpo diante de Deus, ou fazendo uma genuflexão, ou prostrando-me no chão, ou outro gesto pelo qual expresso meu amor e meu louvor a Deus.
Preparação: Tomo consciência de que estou na presença de Deus e de que Ele deseja encontrar-se comigo. Sinta-se acolhido e envolvido em seu amor e sua ternura. Preparo meu coração para este encontro. Para isso “é preciso vestir o coração”. O texto proposto para nossa oração de hoje traz um forte apelo de conversão, ilustrado pelo exemplo da pregação do Batista no Jordão e o desejo de mudança de seus ouvintes. É interessante atentar para o fato de que todos lhe perguntavam, “o que devemos fazer?”. Com autoridade de profeta, João dizia categoricamente o que cada um deveria fazer, partindo de sua realidade. Tal como os ouvintes no Jordão, cada um de nós temos uma vereda, na vida, a endireitar. O que devo fazer?
Graça: Senhor na expectativa de ser nova criatura “dá-me um coração grande para amar, dá-me um coração forte para lutar”.
Leio o texto de Lc 3, 10-18 uma, duas ou mais vezes e, depois fecho a Bíblia.
Mateus 1, 1-17: “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo.”
Nesta terceira semana do Advento, São Mateus declina para nós a genealogia de Jesus, o Messias esperado, filho de Davi, filho de Abraão, até o esposo de Maria, José, que recebe do anjo o anúncio explicativo de tudo o que estava acontecendo. No Templo, o anjo anuncia a Zacarias o nascimento de João Batista. O mesmo anjo é enviado a Maria, em Nazaré, para anunciar-lhe o nascimento do Salvador, que ela irá conceber por obra do Espírito Santo. Maria visita Isabel e Zacarias e canta o Magnificat, bendizendo o Senhor.
Mateus 1, 18-24: “Ela dará a luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.”
O evangelista São Mateus nos conta a origem de Jesus Cristo, pensando em São José. Maria estava prometida em casamento a José. Esta promessa constituía um vínculo entre eles, mesmo antes de coabitarem. E eis que Maria aparece grávida por obra do Espírito Santo. Quem podia entender o que estava acontecendo? Se a gravidez não vinha de José, Maria poderia ser apedrejada como adúltera infiel. Como pensar isto de Maria, cheia de graça não por tê-lo dito ao anjo, mas por ser assim na realidade. Cheia de graça e graciosa, um homem justo não podia condená-la, e não o fez. O mesmo Deus que fez Maria engravidar iluminou a mente já sadia de José para que sua decisão fosse acertada.
Lucas 1, 5-25: “Ele será grande diante do Senhor... Ele fará voltar muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.”
Zacarias emudeceu, já não podia falar. Emudeceu admirado pelo que ia acontecer e emudeceu penalizado pela fé que não mostrou. Para que falar, quando podia contemplar? Falou quando o menino nasceu. Pôde então, cheio de alegria, proclamar a glória do seu Deus. Bendito seja o Senhor Deus de Israel.
Lucas 1, 26-38: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus.”
Mais de uma vez o oráculo ressoou pela voz dos profetas, até que veio o anjo Gabriel anunciar a Maria que os tempos eram chegados. Cheia de fé, a Virgem acreditou, e em seu seio realizou-se a concepção tão desejada do Verbo eterno de Deus. Submeteu-se as leis do nascimento humano, aquele por quem todas as coisas foram feitas; enquanto a Mãe futura do seu próprio Criador sentia crescer nela o fruto das suas entranhas. Na verdade, para Deus nada é impossível. Mistério inefável!
Lucas 1, 39-45: A Palavra de Deus é cumprida.
O encontro de Maria com sua prima Isabel foi de grande profundidade. João, no seio de sua mãe, percebeu a presença de Jesus. E Isabel, descobrindo que Maria estava cheia de graça, proclamou-a abençoada.
Isto tornou-se possível porque Isabel estava com o Espírito Santo e foi este quem a inspirou para compreender tais coisas.
Frequentemente, esquecemos a ação do Espírito na evangelização. Ele é o único que abre nossos corações para o conhecimento de Jesus, já presente em meio a nós.
Preparação: Como temos feito nas semanas anteriores, nesta também propomos uma repetição no sábado. Esta consiste em, já na preparação remota, reler os apontamentos da semana. Parar naquele ponto que foi mais marcante, que mais me interpelou ou também naquele que tive mais resistência. Estes pontos serão minha matéria para oração de hoje.
Ou Lucas 1, 46-56: Magnificat, o canto de Maria.
Maria era toda revestida da Palavra de Deus. O Magnificat, o canto de Maria, é uma sucessão de realidades da Palavra, vividas por Maria, que transbordam espontaneamente de sua intimidade. Maria alimentava-se das Escrituras, daí seu falar estar revestido da Palavra de Deus. “No cântico do Magnificat, cada pedaço de frase é um eco de algum passo da Bíblia... Nós vemos aí Maria tão penetrada pela Palavra de Deus que disso resulta seu eco sonoro. Não nos devemos admirar, portanto, com o fato de Deus na Anunciação lhe responder através do anjo do mesmo modo. À Virgem nutrida pelas Escrituras, o mensageiro divino fala a linguagem das Escrituras!”
A Arca da Aliança encerra lei. Maria continua em si o Evangelho. Maria nos introduz no mistério de Deus e nos alimenta com a Palavra que é o próprio Deus. Ela nos gera Jesus, a Palavra eterna. Maria é nossa mãe pela Palavra.
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Retiro de Advento. Terceira Semana: 'Na mística da Encarnação' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU