07 Dezembro 2018
Acordo de Paris – Benefícios para saúde ultrapassam em muito custos do combate à mudança climática.
A reportagem foi publicada por ONU News, 06-12-2018.
Novo relatório da ONU mostra que cumprimento do Acordo de Paris pode salvar cerca de um milhão de vidas por ano até 2050; poluição do ar causa 7 milhões de mortes em todo o mundo, todos os anos, e custa cerca de US$ 5,11 trilhões. Apenas através de reduções na poluição do ar, cumprir o Acordo de Paris pode salvar cerca de um milhão de vidas por ano até 2050. Além disso, os ganhos em saúde seriam cerca do dobro do custo dessas políticas.
As conclusões são de um relatório da Organização Mundial de Saúde, OMS, lançado esta quarta-feira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP24, em Katowice, na Polônia.
Segundo a pesquisa, todos os anos, a poluição do ar causa 7 milhões de mortes em todo o mundo e custa cerca de US$ 5,11 trilhões.
Nos 15 países que mais emitem gases de efeito estufa, estima-se que os impactos na saúde da poluição do ar custem mais de 4% de seu Produto Interno Bruto, PIB. Cumprir as metas de Paris custaria cerca de 1% do PIB global.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “o Acordo de Paris é potencialmente o mais forte acordo de saúde deste século” e que “a mudança climática já está tendo um impacto sério na vida e na saúde humana.”
Ghebreyesus explica que esta mudança “ameaça os elementos básicos que todos precisamos para uma boa saúde, como ar limpo, água potável, alimentos e abrigo seguro, e minará décadas de progresso na saúde global.”
Para ele, “não se pode atrasar mais a ação.”
As mesmas atividades humanas que desestabilizam o clima também prejudicam a saúde. A principal causa da mudança climática é o uso de combustíveis fósseis, que também é um dos principais contribuintes para a poluição do ar.
A diretora do Departamento de Saúde Pública, Ambiental e Determinantes Sociais da Saúde da OMS, Maria Neira, disse que “o verdadeiro custo da mudança climática é sentido nos hospitais e nos pulmões.”
Segundo a especialista, “o custo para a saúde das fontes poluidoras é agora tão alto que mudar para escolhas mais limpas e sustentáveis para o fornecimento de energia, transporte e sistemas alimentares se paga a si mesmo.”
Para Maria Neira, “quando a saúde é levada em conta, a mitigação das mudanças climáticas é uma oportunidade, não um custo.”
A mudança também deve proporcionar oportunidades para outros benefícios. Por exemplo, a introdução de opções ativas de transporte, como o ciclismo, ajuda a aumentar a atividade física, o que previne doenças como diabetes, câncer e doenças cardíacas.
O relatório inclui recomendações para os governos sobre como maximizar os benefícios e evitar os piores impactos. Apenas cerca de 0,5% dos fundos multilaterais para adaptação às mudanças climáticas tiveram como destino projetos de saúde.
Os autores descrevem a forma como países do mundo inteiro estão tomando medidas para proteger vidas dos impactos da mudança climática, mas dizem que a escala de apoio permanece totalmente inadequada, particularmente para os pequenos estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos.
Os estados insulares do Pacífico contribuem apenas com 0,03% das emissões de gases de efeito estufa, mas estão entre os mais afetados. Para estas nações, iniciativas urgentes para lidar com a mudança climática são cruciais.
O relatório pede que os países tenham em conta os custos de saúde em todas as análises de custo-benefício da mitigação das mudanças climáticas. Também recomenda que utilizem incentivos fiscais, como venda de carbono e subsídios de energia.
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Relatório da ONU mostra que cumprimento do Acordo de Paris pode salvar cerca de um milhão de vidas por ano até 2050 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU