03 Outubro 2018
No Mediterrâneo onde não há mais nenhum dispositivo de socorro e os resgates só são confiados às eventuais intervenções da guarda costeira da Líbia, setembro foi o mês com a maior taxa de mortalidade já registrada: quase 20% dos que partiram em setembro resultam mortos ou desaparecidos.
A informação é de Alessandra Ziniti, publicada por La República, 01-10-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
O relatório atualizado do ISPI (Instituto de Estudos de Política Internacional) informa que, em termos absolutos, pelo menos 867 migrantes morreram ou desapareceram nos últimos quatro meses, na rota da Líbia. Olhando para todo o Mediterrâneo central (incluindo pessoas que saíram da Tunísia), resultam mortos ou desaparecidos quase 970 migrantes.
"É um número equivalente a 8,1 mortes por dia. Mais do que o dobro do período das políticas Minniti (3, 2 mortes por dia), e não muito longe das 12 mortes por dia registradas nos 12 meses anteriores ao declínio dos desembarques, quando da Líbia partiam quase 17.000 migrantes por mês em vez dos pouco mais de 3.000 por mês do governo Conte – explica o pesquisador Matteo Villa. Nestes quatro meses, a taxa de mortalidade foi de 6,8%, mais que o triplo a taxa de mortalidade média do Mediterrâneo central em 2014-2017 (2,1%). Em comparação, o período das “políticas Minniti" (julho de 2017 - maio de 2018) havia registrado uma taxa de mortalidade idêntica à de anos anteriores (2,1%)”.
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Migrantes no Mediterrâneo, recorde de vítimas em setembro: 20% morreram ou desapareceram - Instituto Humanitas Unisinos - IHU