Governista Mario Abdo, do Partido Colorado, vence as eleições no Paraguai

Foto: Jonas de Carvalho | Flickr

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Abril 2018

O conservador Partido Colorado, que domina a política do Paraguai há 70 anos, sofreu mais do que esperava neste domingo de eleições presidenciais. Seu candidato, Mario Abdo Benítez, esperou durante horas o final da contagem dos votos, vendo como o seu adversário, o liberal Efraín Alegre, se aproximava e ficava a apenas quatro pontos percentuais de distância. A apuração dos votos foi um pesadelo para as centenas de colorados que estavam na sede do partido, no centro de Assunção. Chegaram convencidos de que obteriam mais de 20 pontos de vantagem, como diziam as pesquisas. Mas, ao contrário das previsões, Abdo venceu as eleições paraguaias com 46,47% dos votos, enquanto seu adversário conseguiu 42,72%. A diferença foi de apenas 94.000 votos, o resultado mais apertado desde 1993.

A reportagem é de Federico Rivas Molina, publicada por El País, 23-04-2018.

Abdo, ex-senador e empresário, tem 46 anos e pertence ao mesmo partido que o atual presidente, Horacio Cartes. Seu pai, com o mesmo nome, foi o braço direito do ditador Alfredo Stroessner (1912-2006). Em recente conversa, evitou repudiar os anos da ditadura e diz que foram feitas obras importantes, como a usina hidrelétrica de Itaipú. Mas também pediu que seja julgado por seu presente e não pelo passado. “Eu tinha 15, 16 anos no final de Stroessner, não fazia política e militância nessa época. Eu resgato as políticas que criaram impacto positivo, e isso não significa reivindicar a pessoa”, afirmou.

O Paraguai é o país mais conservador da região, onde não só os abortos estão proibidos como meninas de 10 anos são obrigadas a dar à luz mesmo tendo sido estupradas, como ocorreu em um caso muito conhecido. Abdo, que representa a ala mais conservadora de seu partido, é contra a legalização do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de ter proposto serviço militar obrigatório para filhos de mães solteiras, com o objetivo de diminuir os índices de violência e o consumo de drogas. Também promete reformas radicais da Justiça para reduzir a corrupção, mal endêmico do país.

Contudo, sua proposta em matéria econômica parece manter a linha ortodoxa dos últimos anos, o que vem garantindo crescimento contínuo e desigual.


Hugo Velázquez (esq.), vice-presidente, Mario Abdo e Horacio Cartes (dir.) | Fonte: MaritoPresidente Flickr

Leia mais