13 Janeiro 2018
“Vivemos na sociedade do estorvo”. O novo arcebispo de Paris, Michel Aupetit, concedeu uma entrevista ao jornal Le Monde em que defende “a capacidade de uma sociedade para integrar a fragilidade”, frente ao aborto, à eutanásia ou ao descarte.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 12-01-2018. A tradução é de André Langer.
Na opinião de Aupetit, o que está em jogo hoje é a defesa de uma sociedade humana, pois “o que nos faz humanos é a solidariedade com os mais fracos” e também com os imigrantes, em uma “acolhida incondicional de todas as pessoas”.
“Como fazer para que cada pessoa possa encontrar seu lugar, mas pensando em todos os outros?”, pergunta-se o bispo, que é médico de profissão, e entrou no seminário aos 39 anos. Durante a sua carreira profissional, ele lidou especialmente com deficientes: “Eles me ensinaram mais do que o resto dos meus pacientes”, afirma.
É por isso que o arcebispo de Paris considera “medonho” que “se elimine as pessoas com deficiências antes de nascerem”. Nesse sentido, relata como “um amigo belga me contou que seus pais já haviam integrado a ideia de que se algum dia estiverem mal de saúde estavam preparados para morrer”.
“Para esse casal de idosos belgas, tornou-se normal passar pela eutanásia”, disse dom Aupetit. “Vivemos na sociedade do estorvo”, conclui.
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“Vivemos na sociedade do estorvo”, constata novo arcebispo de Paris - Instituto Humanitas Unisinos - IHU