08 Dezembro 2017
Os três camponeses do MPA, o Movimento dos Pequenos Agricultores, que estão em greve de fome na Câmara Federal contra a reforma da Previdência entraram, nesta quinta, no terceiro dia de protesto.
Os três grevistas concederam entrevista coletiva à imprensa nesta quinta (7), na Câmara Federal. Foto: Cristiane Sampaio.
A reportagem é de Cristiane Sampaio e publicada por Brasil de Fato, 07-12-2017.
Em entrevista coletiva dada à imprensa, eles divulgaram que pretendem seguir em greve até que os deputados desistam de colocar a reforma em votação no plenário da Casa, como anunciou a militante Josi Costa, uma das grevistas: "Essa greve de fome é necessária neste momento, e estamos fazendo ela com muita consciência, dedicação e força", declarou.
A camponesa Leila Denise, uma das dirigentes do MPA e também grevista, afirma que o cansaço físico, resultado do protesto, não se sobrepõe à importância da causa. Uma das preocupações centrais do MPA é o impacto que a reforma pode ter na vida dos trabalhadores do campo, caso seja aprovada: "A greve de fome é um extremo, mas tem muitos outros conflitos que o povo já comprou com extremidade quando a vida está em jogo. É por isso que a gente coloca também as nossas vidas à disposição porque a vida de milhões de brasileiros está em jogo", destacou Denise.
Além delas, participa da greve o frei gaúcho Sérgio Görgen. Durante a coletiva, os três anunciaram a saída deles do prédio da Câmara. Por conta do cansaço, eles se mudaram para a sede da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), onde terão mais estrutura para dormir e tomar banho.
De acordo com a direção do movimento, a ideia é que eles permaneçam lá até a próxima segunda, quando pretendem retornar à Câmara para pressionar os parlamentares de forma mais direta, como foi feito nestes primeiros dias de greve. Os militantes têm recebido apoio de diversos partidos e parlamentares, além de movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil organizada.
Os dirigentes têm pedido aos parceiros que se mantenham em vigília para acompanhar a greve. Eles também anunciaram que nos próximos dias será divulgada uma programação de ações culturais e populares para engajar mais pessoas no apoio aos três grevistas.
"Essa é uma forma ousada de mostrar que não existe nenhum apoio popular — nem do campo nem da cidade — contra qualquer tipo de reforma ou contra qualquer tipo de medida que venha de um governo não eleito e impopular", declarou o dirigente do MPA Bruno Pilon.
A reforma da Previdência está com o texto pronto para ser votado no plenário da Câmara, mas ainda não foi colocada em votação porque o governo enfrenta grande resistência até mesmo dentro da base aliada.
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Agricultores do MPA entram no 3º dia de greve de fome contra reforma da Previdência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU