11 Agosto 2017
A população de Gaza enfrenta uma crise energética e alimentar pior do que ocorreu durante o último conflito, o de 2014. Com o resultado de que hoje, cerca de dois milhões de pessoas quase não têm acesso a serviços essenciais, como água corrente. E muitos só podem dispor de apenas duas horas de eletricidade por dia.
A informação é publicada por L'Osservatore Romano, 9-10-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Este é o alarme lançado ontem pela Oxfam, três anos após o fim da guerra que em cinquenta dias devastou o território palestino. "A crise energética em Gaza mantém centenas de milhares de pessoas no limite da sobrevivência, devido às tensões entre as autoridades israelenses e palestinas", explicou Paolo Pezzati, assessor de política para emergências humanitárias da Oxfam Itália.
"Essa emergência precisa ser resolvida o mais rápido possível - disse - porque quem está pagando a conta é a população presa dentro da Faixa, que agora está seriamente ameaçada pela propagação de doenças causadas pela quase total falta de serviços higiênicos e sanitários. Depois da guerra, em 2014, 50% dos centros de tratamento de águas residuais não estavam mais funcionando. Hoje, não funciona mais nenhuma estação. Em agosto de 2014, 900.000 pessoas necessitavam de água e serviços de saneamento, hoje, esse número subiu para dois milhões. Após a última guerra, 80% da população vivia apenas com quatro horas de eletricidade por dia, hoje a maioria da população tem apenas duas".
A deterioração progressiva da situação em Gaza – ressalta uma nota da Oxfam – começou em 2006, com o bombardeio israelense da usina de Gaza, o que obrigou as famílias e as empresas a reduzir o uso de eletricidade somente para oito horas por dia. A isso, somou-se o bloqueio israelense, que criou dificuldades significativas para as organizações humanitárias nas tentativas de levar ajuda.
"Não há projeto, entre tantos realizados pela Oxfam em Gaza, para levar à população água, serviços sanitários e sustentar os pequenos agricultores e o desenvolvimento econômico, que não tenha sido afetado pela falta de energia elétrica", declara a Oxfam.
"Sem eletricidade é impossível qualquer tentativa de retomada: não podem ser reativadas as centrais de dessalinização, os pescadores não podem conservar a própria mercadoria e os agricultores não podem irrigar. Quem está envolvido em projetos de informática não pode trabalhar e as empresas são obrigadas a fazer cortes de pessoal. Os custos econômicos e humanitários da crise são extremamente elevados". Tudo isso no contexto de uma das áreas mais densamente povoadas do planeta, onde se registra a maior taxa de desemprego no mundo: mais de 43%.
Para confirmar a gravidade da situação, há também o registro das últimas horas. Esta manhã, a força aérea israelense bombardeou vários locais na Faixa em retaliação pelo lançamento de um foguete contra Israel na noite passada a partir do território palestino. Nos ataques aéreos ficaram feridas duas pessoas, segundo fontes hospitalares locais. O foguete havia atingido uma área desabitada de Hof Ashkelon, sem causar danos nem feridos.
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Em Gaza, dois milhões de pessoas estão sem serviços básicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU