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Aquarius: a resistência é um lugar solitário

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14 Setembro 2016

O filme de Kleber Mendonça Filho é a história de uma mulher que se recusa, ponto. E assim resistimos; sozinhas, mas todas juntas.

O comentário é de Aline Valek, escritora, publicado por CartaCapital, 14-09-2016.

Eis o comentário.

Eu não fazia a menor ideia do que se tratava Aquarius, além de um tal boicote ao filme, que só serviu para me deixar curiosa. Fui ao cinema sem esperar nada, mesmo sendo difícil com tanta polêmica ao redor, mas assisti e achei massa. Especialmente por ser um filme em que os personagens falam “massa”.

É bonito ver na tela histórias nossas, que sejam brasileiras dos diálogos à trilha sonora, dos conflitos dos personagens às controvérsias de cada um. Como em O Som ao Redor, Kleber Mendonça Filho volta a colocar foco nas relações que se criam entre as pessoas a partir dos conceitos de vizinhança, sociedade e família.

São histórias cujo brilho não está em enredos mirabolantes, mas em recortes que ele faz (às vezes num zoom literal da câmera) para nos aproximar dos personagens. Boas histórias são sempre sobre pessoas, afinal.

Aquarius é a história de uma mulher que se recusa, ponto. Assim, intransitivamente.

Clara, a protagonista, mora há décadas em um edifício antigo de frente para a praia de Boa Viagem, no Recife. O prédio, que dá nome ao filme, está em processo de ser adquirido, apartamento por apartamento, por uma construtora que pretende derrubá-lo para construir um condomínio de luxo, mais moderno. No entanto, a empresa, representada pelo proprietário e seu sobrinho, que foi estudar “business” fora do Brasil, encontra na figura de Clara um obstáculo: a mulher se recusa a vender o apartamento.

Ela se recusa a ceder às propostas, intimidações e ameaças. Ela se recusa, mesmo que para isso acabe sendo taxada de louca, de velha chata, de barraqueira.

Clara é uma personagem poderosa, densa, não só pela interpretação de Sônia Braga, mas pela quantidade de informação sobre ela que o filme consegue colocar em cada segundo, em cada silêncio, em cada diálogo e em cada gesto.

Os outros personagens – seus filhos, suas amigas, a doméstica que trabalha pra ela, os empresários da construtora, o salva-vidas da praia, seu sobrinho e a namorada – todos eles também ganham profundidade, entrelaçando-se numa teia em que nas fragilidades, nas conexões e nos conflitos servem de espelho para a vida real.

Também vi muito da vida real no tema. Porque a história da moradora que vai sendo empurrada para fora de seu apartamento, seja por propostas, ameaças ou situações embaraçosas e incômodas, conta muito sobre as grandes e micro expulsões que sofremos no dia a dia.

Quantas vezes, por não conseguirem nos expulsar de um espaço, já não colocaram várias dificuldades no caminho para que desistíssemos por nós mesmas? Quantas vezes nos vimos na situação de ter que abandonar um espaço, um projeto, uma posição, pela insistência do outro lado em nos ver fora? Quantas vezes já nos pintaram de loucas, exageradas, ou já fomos excluídas por dizermos “não”? Quantas vezes nos sentimos sozinhas por resistir?

Em uma entrevista coletiva sobre o filme, a atriz Maeve Jinkings, que interpreta a filha que entra em conflito com Clara, diz que é mais fácil ceder à pressão e ir no fluxo, seguir o pensamento predominante, do que resistir. Porque a resistência exige coragem, exposição. A resistência é uma posição solitária.

Aquarius não está ali para exaltar a história de uma única mulher, de uma heroína, como no cinema mainstream que nos acostumamos a consumir; o filme acaba servindo para apontar para o cotidiano, onde há pessoas resistindo diariamente, das mais diversas formas, muitas vezes sem serem notadas. Há várias Claras ao nosso redor. Nós as conhecemos, vivemos e trabalhamos com elas. Às vezes, somos nós.

Os padrões da sociedade, o mercado, os interesses de quem tem mais poder esperam que as pessoas se conformem, sigam o que foi estabelecido, obedeçam. Nesse contexto, dizer “não” se transforma num ato político. E as Claras da vida que real que resistem podem até estar tão sozinhas quanto num edifício completamente desocupado, mas estão exercendo um poder que faz com que sejam, no fundo, temidas por aqueles que as querem expulsar a todo custo.

O filme serve de espelho, mas também de companhia. Porque a resistência pode ser difícil, mas perceber e lembrar que existem outras pessoas resistindo faz com que nos sintamos menos solitárias. E assim continuar resistindo; sozinhas, mas todas juntas.

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