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O direito ao ar-condicionado

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26 Agosto 2016

“O uso generalizado do ar-condicionado eleva a temperatura das ruas de um grau e meio a dois, devido ao calor que estes aparelhos lançam sobre a cidade. Uma metáfora perfeita do funcionamento de nossa sociedade: o comum se torna inabitável quando a lógica e compreensível procura pelo bem-estar individual se desconecta da qualidade de vida coletiva e do entorno”, escreve o sociólogo José Luis Fernández Casadevante, em artigo publicado por Rebelión, 25-08-2016. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Chegou o verão e as recorrentes ondas de calor. Nos telejornais e reportagens se misturam as anedotas e as recomendações para lidar com elas: estar à sombra, se hidratar bem, não praticar esporte nas horas centrais do dia... Mas, este fenômeno sempre aparece de forma isolada, desconectado da problemática que o causa que é a mudança climática. Encadeamos, de forma consecutiva, 14 dos 15 anos mais quentes da história, desde que começaram os registros estatísticos no século XIX, e temos a garantia de que as ondas de calor irão se alargar e intensificar durante as próximas décadas. Um problema que fica naturalizado e cuja comunicação evita cair em alarmismos estéreis, enviando aos cidadãos uma mensagem de resignação diante do inevitável e medidas individuais para enfrentá-lo.

Uma das medidas estrela para nos adaptar ao calor do verão é o crescente uso do ar-condicionado. Em nosso país, atualmente, três em cada dez moradias se encontram equipadas e nas cidades de Andaluzia o número chega até a metade. De fato, os picos de consumo elétrico no verão, em muitas regiões, superaram os do inverno, que utiliza as calefações. Produz-se, assim, um círculo vicioso no qual o calor nos faz recorrer a tecnologias que funcionam com base no consumo de uma energia cujos mecanismos de produção provocam a mudança climática, que, por sua vez, aumenta as ondas de calor e a temperatura do planeta... o que nos leva a um uso mais intensivo do ar-condicionado.

O uso generalizado do ar-condicionado eleva a temperatura das ruas de um grau e meio a dois, devido ao calor que estes aparelhos lançam sobre a cidade. Uma metáfora perfeita do funcionamento de nossa sociedade: o comum se torna inabitável quando a lógica e compreensível procura pelo bem-estar individual se desconecta da qualidade de vida coletiva e do entorno. O que são respostas individuais racionais, como é ligar um aparelho de ar-condicionado para colocar a casa em uma temperatura confortável, se tornam estruturalmente irracionais quando se generalizam. Não pode existir algo como o direito universal ao ar-condicionado, pois é incompatível com o direito a desfrutar de um meio ambiente habitável, em médio prazo. E, no entanto, resulta mais simples imaginar uma revolta de consumidores indignados por restrições ao uso do ar-condicionado, que em mobilizações populares massivas para lutar contra a mudança climática.

Quando eu era garoto, meu pai me obrigou a aprender uma definição de pessoa responsável, afirmava que era aquela que livremente era capaz de assumir as consequências derivadas de seus atos. E esta máxima tão lógica no comportamento individual, resulta muito mais problemática ao transferi-la ao social. O elogio da responsabilidade individual se converte na anomalia de defender a responsabilidade coletiva, pois, caso se leve a sério, esta costuma implicar que desenvolvemos nossa sensibilidade social e ecológica. Questionar costumes que afetam a nossa comodidade, denunciar privilégios camuflados de direitos ou questionar a inércia cultural que dá por assentados nossos estilos de vida... se torna uma atitude suspeita de radicalismo e ressentimento, não em um ato de responsabilidade. O único limite no consumo que socialmente assumimos, a única restrição moralmente aceitável de forma generalizada, é a que impõe nossa conta corrente. Sempre que se pague a fatura, conseguimos se esquivar de debates mais incômodos.

Um dos fundadores teóricos e morais do capitalismo, durante seus inícios, foi Bernard Mandeville, que através de sua popular fábula das abelhas sustentava sua teoria sobre como as pessoas, satisfazendo seus vícios privados, terminavam gerando benefícios públicos. Não é necessário sermos responsáveis, pois o bem comum se constrói de forma não intencional, sem regulamentos institucionais e sem exigir incômodos processos de deliberação e acordo. Um elogio do egoísmo e do individualismo como motor econômico que serviu de inspiração para a todo-poderosa mão invisível de Adam Smith, capaz de manter a boa saúde dos mercados.

Uma hipótese funcional para justificar a quebra do laço social e do vínculo entre os novos estilos de vida e os impactos ambientais que gerava. A narrativa da implantação do capitalismo requeria uma espécie de pedagogia da indiferença, diante da ecodependência e da interdependência, enfrentar o sentido comum, o costume e os ditados da intuição. Um imaginário ao qual seguimos presos e condicionados.

Um dos pais da bioeconomia, Georgescu-Roegen, afirmava que a base de uma ação ambientalista se baseava em minimizar os encargos futuros. Fazer o que sabemos que devemos fazer, dizer o que sabemos que cabe dizer. Ser responsáveis, ainda que seja contra as atitudes e opiniões hegemônicas. Sobre o que não se fala é impossível que passe a fazer parte da esfera pública e do debate. A classe política são os adultos que impõem os temas de discussão, ao passo que, pelo nosso bem, tratam aos cidadãos como crianças aos quais é preciso ocultar os temas complexos ou perigosos.

Etimologicamente, infância quer dizer “aqueles que não possuem fala”, sendo assim, rebelemo-nos, recuperemos a palavra e nosso direito de ser tratados como adultos responsáveis, capazes de deliberar sobre assuntos que nos afetam. Reivindiquemos que a crise ecológica ocupe o lugar que merece e vamos conectá-la com o restante dos debates da atualidade (desigualdade social, solidariedade internacional, cuidados...).

Uma vez dito isso, não se trata de amargar o verão de ninguém, nem de fomentar o sentimento de culpa e a má consciência, ou de ressaltar uma superioridade moral ecologista que é percebida como elitismo arrogante. Simplesmente, aproveitar a ocasião para denunciar a continuada irresponsabilidade política frente a algo tão transcendental como a mudança climática. Por questões táticas ou de princípios, a nova e velha política compartilham o desinteresse em abrir um debate público rigoroso sobre suas implicações socioeconômicas, energéticas, urbanísticos, alimentares...

Enquanto isso, restam para nós os pequenos gestos individuais do consumidor consciente, importantes e exemplares, mas incapazes de encontrar soluções biográficas a contradições sistêmicas, caso não passe por estratégias coletivas que aumentem a incidência, reduzindo a sensação de insignificância do que fazemos e o custo percebido da mudança. Dinâmicas que antecipam novos imaginários e práticas sociais a ser generalizadas em médio prazo, ao lado do que apontam as ambiciosas medidas estruturais a ser tomadas, a partir das políticas públicas.

Sendo assim, enquanto reunimos forças para o novo curso... passemos por este calor sufocante com a ajuda de um ventilador, ligado a uma rede elétrica cuja energia seja produzida de forma cooperativa e 100% renovável.

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