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Memórias distorcidas formaram os Evangelhos?

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06 Mai 2016

"Nos relatos conflitivos da adjudicação de Jesus feita por Pôncio Pilatos, por que a memória que ficou gravada é aquela que exonera o governador romano historicamente cruel e acusa os judeus? E mais: o fato de que Pilatos submeter-se-ia aos judeus em sua decisão de executar Jesus e libertar um criminoso como Barrabás carece de credibilidade", escreve Dennis D. McDaniel, professor e coordenador do Departamento de Inglês da St. Vincent College, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 04-05-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Jesus before the Gospels: How the earliest Christians remembered, changed, and invented their stories of the Savior [Jesus antes dos Evangelhos: Como os primeiros cristãos lembraram, mudaram e inventaram suas histórias do Salvador, em tradução livre]
De Bart D. Ehrman
Publicado por HarperOne 
336 páginas

Eis o artigo.

Na missa das 11h30min, após a segunda leitura, um padre visitante surpreendeu-nos ao pegar o microfone sem fio e se pôr a caminhar pelo corredor central. Abandonando o Lecionário, colocou-se a recitar de cabeça o relato evangélico de Jesus e da adúltera. Eu pude sentir certa tensão na igreja: Ele poderia estar se esquecendo de alguma coisa?

O resultado é que o padre de nada se esqueceu, se por “alguma coisa” queremos dizer o enredo básico e o diálogo. Mas por que correr o risco? Logo descobrimos: livre do púlpito e do livro, o celebrante poderia fazer contato visual, inserir uma metanarrativa, repetir palavras para dar ênfase, acrescentar reações plausíveis dos escribas e fariseus divergentes e curvar-se para dramatizar Jesus a escrever na areia.

Os congregantes e eu fomos envolvidos e enriquecidos; eu não tinha ouvido este Evangelho antes – ele pareceu novo ao ser recontado dessa forma. “O Evangelho foi muito legal”, o meu filho sussurrou para mim.

“Não vou tentar isso com a Paixão”, brincou o padre enquanto caminhava de volta ao altar.

Os Evangelhos como histórias vivas são o foco do mais recente livro do Bart D. Ehrman, chamado “Jesus Before the Gospels” [literalmente, Jesus antes dos Evangelhos]. Afirmando que os evangelistas, escrevendo décadas depois da morte de Jesus, não testemunharam a vida dele nem tiveram contato com testemunhas oculares, o livro sustenta que os relatos que lemos não são histórias confiáveis. Em vez disso, são memórias parcialmente distorcidas que foram passadas adiante através de uma série de contadores de histórias que esqueciam, fabricavam ou aumentavam a verdade e que inventaram um Jesus que encarnava os desejos e valores de suas comunidades.

Uma análise enormemente baseada em pesquisas feitas por Ehrman sobre as Escrituras põe um desafio aos cristãos: Poderemos ainda acreditar nos Evangelhos caso se provar que eles contêm imprecisões históricas? Os ensinamentos, as ações e os milagres de Jesus reterão o seu valor caso viermos a saber que resultam amplamente de memórias falhas ou mesmo ficcionais?

Distinguir o Jesus histórico do Jesus das Escrituras canônicas é o objetivo do autor através dos 11 livros aclamados que escreveu ou editou nos últimos 11 anos. O Jesus Cristo que conhecemos, sustenta Ehrman, foi construído através de interpretações interessadas, de falsificações abertamente feitas, e de supressões dos textos heréticos.

Este novo livro resulta de uma revisão completa da pesquisa relevante em psicologia cognitiva, sociologia e antropologia cultural. Ela validou as suas dúvidas sobre a precisão do testemunho ocular e o levou a descobrir que mesmo as nossas memórias de eventos significativos podem ser alteradas substancialmente via sugestão, ocorrências posteriores e pressão social.

Para embasar este seu argumento dos Evangelhos como memórias distorcidas, Ehrman aponta para contradições entre os vários relatos bíblicos. Alguns problemas, como a morte de Judas, parecem de pouca importância: Judas morreu por enforcamento, esquadrejamento, extirpação, medo suicida de um frango assado ressuscitado ou, de acordo com Papias, tendo o seu corpo inchado de pus e vermes até estourar?

Já outras contradições têm problemas mais sérios. Fontes concordam com a memória “principal” de que Jesus foi tentado e condenado por Pôncio Pilatos. Por outro lado, histórias em que existe pouco ou nenhum acordo e que apenas parecem razoáveis constituem memórias distorcidas, segundo Ehrman.

Por exemplo, nos relatos conflitivos da adjudicação de Jesus feita por Pôncio Pilatos, por que a memória que ficou gravada é aquela que exonera o governador romano historicamente cruel e acusa os judeus? E mais: o fato de que Pilatos submeter-se-ia aos judeus em sua decisão de executar Jesus e libertar um criminoso como Barrabás carece de credibilidade e foi provavelmente inventado pela comunidade cristã primitiva na ideia de que uma tal memória encaixar-se-ia melhor em seus medos e preconceitos.

Nessa análise bíblica revisionista, Ehrman ressuscita os críticos que apelam à forma controversa, pessoas que estabeleceram o argumento segundo o qual os Evangelhos não são recordações diretas de testemunhas oculares, mas recontagens de histórias trocadas e, portando reinventadas, entre os membros da comunidade cristã da época.

Ehrman afirma que detratores desse tipo não demonstraram, de forma convincente, que os relatos oculares precisos poderiam ter chegado aos evangelistas através de pessoas analfabetas que não foram testemunhas oculares e que estariam difundindo a história de forma oral a outros que não foram testemunhas e que igualmente eram analfabetas.

Entre tais detratores, Ehrman destaca Richard Bauckham, cujo premiado livro “Jesus and the Eyewitnesses” [Jesus e as testemunhas oculares, em tradução livre] defende a precisão história dos textos evangélicos. Ehrman alega que o argumento de Bauckham, carente de provas adequadas e pouco atencioso a pesquisar a memória e o testemunho, descobriu novos adeptos “do lado de fora das fileiras dos cristãos evangélicos conservadores”.

Se Papias, a quem Bauckham confia como sendo preciso em termos históricos, é tão pouco confiável como Ehrman o considera, então o argumento de Bauckham baseia-se mais sobre uma autossugestão do que em provas sólidas.

A pesquisa envolvendo a tradição oral cria problemas para qualquer defesa da precisão histórica dos relatos das palavras e dos feitos de Jesus nos evangelhos canônicos, incluindo o Sermão da Montanha e as parábolas. As versões que conhecemos, registradas muito depois da vida de Jesus por escritores que se basearam em testemunhos transmitidos oralmente, não podem, provavelmente, ser o que Jesus disse de fato nos contextos em que sabemos que ele os proferiu.

Da mesma forma, os milagres relatados nos Evangelhos podem refletir mais precisamente os desejos dos primeiros cristãos de estabelecer a divindade de Jesus do que algum feito incrível que possa ter, de fato, ocorrido.

A natureza polêmica deste livro pode render a Ehrman novas entrevistas com Trevor Noah e Stephen Colbert, e leitores com formação geral irão apreciar o estilo frasal organizado, muitas vezes coloquial (Pedro é o “braço direito” de Jesus). O emprego pelo autor de ilustrações facilmente reconhecíveis (as nossas memórias cambiantes de Lincoln e Colombo) e os exemplos que incluem reportagens de abduções alienígenas, as lendas em torno de Baal Shem Tov e o testemunho de John Dean no caso Watergate tornam esta pesquisa bíblica acessível e animadora.

Mas será que esta desconstrução da veracidade dos Evangelhos irá abalar a fé dos céticos? Ehrman acha que não. Se a imprecisão histórica não pode minar a magnificência das distorções imagísticas de Michelangelo ou das invenções poéticas ardentes, fascinantes de George Herbert, ela com certeza não irá desvalorizar o poder das palavras e dos atos de Jesus, conquanto ficcionais muitos dos seus relatos possam vir a ser. A memória pode ser o presente mais precioso de Deus: a partir dela, tanto a arte como a fé derivam e se disseminam.


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