Por: Jonas | 06 Julho 2015
“Queremos que o Santo Padre perceba que a beatificação de Luis Espinal é um clamor popular”, comenta o padre jesuíta Rafael García Mora. No dia 8 de julho, a Companhia de Jesus e moradores da Ciudadela Ferroviaria realizarão um ato em memória do sacerdote assassinado pela ditadura em 1980. É prevista a benção do Santo Padre.
A reportagem é de Sonia Córdova, publicada por Página Siete, 03-07-2015. A tradução é do Cepat.
O evento comemorativo será realizado a partir das 8h, na próxima quarta-feira, no ponto onde foi encontrado o corpo sem vida de Luis Espinal, no dia 22 de março de 1980. Torturado e assassinado, o sacerdote jesuíta era conhecido pelo seu trabalho humanitário, jornalístico, artístico e por sua luta contra as ditaduras.
Beatificação
“(O processo de beatificação) acredito que é o mais importante e é o que solicitaremos ao Papa. Já foi solicitado por escrito por meio de várias instâncias, como o Serviço Internacional de Solidariedade para América Latina Luis Espinal e Arnulfo Romero (Sicsal)”, destaca o padre jesuíta Isaac Núñez.
Organizações como a Assembleia Permanente de Direitos Humanos buscam garantir a petição ao Sumo Pontífice. “Queremos assegurar essa resolução e que essa petição da organização chegue ao Papa”, disse Yolanda Herrera, presidente da Assembleia Permanente de Direitos Humanos da Bolívia (APDHB).
A solicitação de beatificação de Espinal foi enviada pela Companhia de Jesus por via regular e, de acordo com García Mora, foi entregue em mãos ao papa Francisco no Vaticano. “Ele conhece isto. No entanto, é preciso levar em consideração que muito diferente do pedido (de beatificação de Espinal) de um grupo de jesuítas, é o Santo Padre ver que se trata de um clamor generalizado entre os bolivianos. Isso é o que deveríamos mostrar”, manifesta.
A homenagem do dia 8 de julho ao padre Luis Espinal, organizada para a chegada de Francisco e que aguarda a sua benção, quer demonstrar o pedido popular da beatificação de Espinal com cartazes e faixas.
Atividades
O evento é organizado pelo Sicsal, Fé e Alegria, comunidades de Ciudadela Ferroviaria, paróquias e colégios jesuítas. As atividades culturais – que mostrarão as diversas facetas de Espinal como cineasta, poeta, jornalista e sacerdote – começarão a partir das 8h. Às 11h será celebrada uma liturgia.
“Será realizada uma Santa Missa, concelebrada com sacerdotes da Diocese de La Paz e convidados. Estará presente o padre Xavier Albó, que foi companheiro próximo de Luis Espinal”, comenta Eduardo Gonzales, responsável pela organização.
Às 17h15, espera-se que o Santo Padre chegue ao local em sua rota rumo ao centro de La Paz. “Será um ato muito breve, de uns cinco minutos, e o Papa concederá uma benção. Este gesto em memória do padre Luis Espinal é muito importante para a Bolívia e a Igreja”, afirma o jesuíta Isaac Núñez, que faz parte da comissão organizadora.
O padre Gonzales acredita ser possível a beatificação de Espinal. “O fato de que o papa Francisco diga que ‘é preciso gastar a vida’ coincide e converge muito com tudo o que foi a vida de Luis Espinal”, afirma.
Dados biográficos
Origem
Nasceu no dia 2 de fevereiro de 1932, na cidade de San Fructuoso de Bages, perto de Manresa, na Espanha.
Chegada
Chegou à Bolívia em 1968. No ano seguinte, adquire a nacionalidade.
Democracia
Em 1977, participa da histórica greve de fome pela democracia.
Morte
Espinal é torturado e assassinado em 1980, durante a ditadura de Luis García Meza.
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Jesuítas pedem a Francisco a beatificação do padre Espinal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU