Fábrica clandestina de fuzis e a economia política do “crime organizado”. Artigo de Jacqueline Muniz

Operação apreende 22 fuzis em Camaçari — Foto: Ascom/PC-BA

23 Setembro 2025

"O fuzil opera simultaneamente como instrumento e como signo: mesmo em cenários urbanos e em geografias acidentadas — ocupações com traçado irregular, becos e encostas que reduzem manobrabilidade e campo de visão — sua presença excede a racionalidade tático-operacional".

O artigo é de Jacqueline Muniz, professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense – DSP/UFF, é cientista social (UFF), mestra em Antropologia Social (Museu Nacional/UFRJ) e doutora em Ciência Política (IUPERJ/UCAM). 

Eis o artigo. 

Da importação à indústria clandestina: a mutação do mercado de fuzis

Em 20 de agosto de 2025, a Polícia Federal estourou uma oficina de armas em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde eram montados fuzis, a partir de peças importadas de Miami. No local, os agentes policiais encontraram maquinário, armas em fase de montagem e impressoras 3D, usadas para fabricar componentes. Havia indícios de participação de milicianos que trazem uma expertise diferenciada sobre a gramática de armamentos e os seus modos de emprego (i)legal e (i)legítimo. Uma operação policial também iniciada no dia 20, e estendida ao dia 21 de agosto de 2025, expôs a escala dessa prática: em Santa Bárbara d’Oeste e Americana, no interior de São Paulo, policiais federais e militares localizaram respectivamente

1) uma oficina clandestina de fuzis disfarçada de empresa de usinagem aeronáutica, equipada com moldes, maquinário de precisão, e

2) um galpão com peças e cerca de 40 fuzis em fase de acabamento.

Poucas semanas depois, em 19 de setembro de 2025, a Bahia registrou uma apreensão recorde: em menos de 24 horas, foram confiscados 28 fuzis em operações realizadas em Camaçari, Porto Seguro e Salvador — sendo que só em Abrantes (Camaçari) a polícia localizou 22 fuzis prontos, munições e drogas. No acumulado de janeiro a setembro, o estado já somava quase 100 fuzis apreendidos, revelando a difusão desse mercado e a interiorização da produção e circulação de armamento pesado.

Esses episódios recentes de 2025 são exemplares de um movimento mais amplo e dinâmico, em curso há anos, que tende a se aprofundar com a difusão tecnológica e a reconfiguração das cadeias ilícitas de armamento. Mais do que casos isolados, são indícios de uma transformação em curso. O chamado “crime organizado” já não depende do contrabando internacional de armas: a manufatura doméstica de fuzis facilita a atividade criminal e dificulta o trabalho das forças de segurança. Esse deslocamento significativo no mercado (i)legal de armas, amalgamado por negócios (i)lícitos e (in)formais, marca a transição de um modelo monopolista de importação/exportação para um regime de produção híbrida.

Essa nova forma combina aquisição de componentes externos e internos com montagem local e modular que reúne pedaços heterogêneos, de origem distinta e fluxos diversos. Trata-se de uma espécie de assemblagem ilícita. O processo reduz os custos logísticos e operacionais, um dos grandes gargalos do crime e um dos principais desafios das polícias e da segurança pública. Ele garante a regularidade de oferta e diversifica as fontes de abastecimento. Também encarece e complexifica o trabalho policial — do rastreio de peças à perícia balística, trazendo níveis mais elevados de exigência nas distintas modalidades de policiamento público e estatal.

Ao manufaturar o fuzil de forma doméstica e descentralizada, a economia criminal itinerante e em rede converte uma arma antes relativamente escassa e de alto custo em um bem de produção seriado, vantajosamente canibalizado e sem registro. Sua presença performática no espaço urbano excede a funcionalidade tático-operacional. Ainda que pouco eficiente em enfrentamentos de curta distância, típicos dos eventos cidade, da favela ao asfalto, o fuzil cumpre um papel simbólico, moral e político: instrumento de construção identitária, um dispositivo de prestígio e de poder, um meio de intimidação e de domínio territorial negociado. O que se consolida é uma prática discursiva em que a arma não é apenas recurso bélico com um alcance estendido de alto impacto letal.

Ela é também capital simbólico e mercadoria estratégica com elevada visibilidade ostentatória e rendimento performático para os regimes do medo e suas práticas de exceção. Ela sustenta a força das governanças criminais, ao mesmo tempo, expõe a vulnerabilidade da resposta policial, marcada pela dificuldade de pronta resposta e pela insuficiência de repressão qualificada diante da hipersaturação de fuzis entre grupos e nas polícias.

Cada arma clandestina introduz uma nova camada de cálculo na cadeia político-econômica do crime, viabilizando uma lógica de proteção assentada na disseminação da ameaça difusa e da violência como moeda de troca. Tem-se um rendimento da proliferação do fuzil que serve como um ícone sinalizador da capacidade de emprego da coação potencial e concreta que distribui coercitividades (i)legais e (i)legítimas, que dobra vontades, dissuade pela violência e distribui sujeições.

Por que o fuzil? Economia, prestígio e poder

A produção local altera as condições de controle, monitoramento e responsabilização, multiplicando pontos de vulnerabilidade na investigação, no patrulhamento, na emergência, nas operações especiais e, não menos importante, nas atividades periciais e de inteligência. Entre as opções estratégicas do mercado ilícito, observa-se a opção deliberada pela montagem clandestina de fuzil, e não por pistolas ou armas curtas. Há boas razões econômicas, logísticas e simbólicas para isso. Economicamente, a escala de produção e o reaproveitamento de componentes tornam o fuzil mais rentável em mercados que demandam poder de fogo como recurso político-econômico regular. Logisticamente, o fluxo de peças modulares compensa o investimento inicial em maquinário. Simbolicamente, o fuzil oferece prestígio e intimidação, convertendo-se em mercadoria com alto valor de troca social e política nas disputas territoriais.

A escolha pelo fuzil exige especialização: armeiros, usinagem de precisão, linhas de acabamento. Esse capital técnico gera externalidades favoráveis ao crime — maior margem de revenda, fidelização de clientes, capacidade de manter estoques. Assim, mesmo com desvantagens urbanas (volume, peso, munição cara), o retorno econômico e simbólico compensa. O fuzil funciona como totem de poder e terror, cuja visibilidade pública supera sua utilidade bélica imediata.

Importante destacar a reconfiguração das redes de propina e conivência policial que a economia do fuzil revela: a presença de fábricas e linhas de montagem altera os incentivos e os circuitos de pagamento relacionados à apreensão (ou à não apreensão) de fuzis e, não menos importante, a devolução negociada ao dono ilegal do fuzil apreendido, conhecida no Rio de Janeiro como “Kit sucesso”. Tem-se um rearranjo que redefine quem paga, quanto se paga e por quais armas se paga, deslocando os esquemas de propina de simples acertos pontuais para mecanismos contínuos de financiamento e regulação clandestina.

Essa reconfiguração articula-se ao conhecimento especializado necessário na aquisição, montagem, revisão e distribuição dos armamentos — saber que, em grande medida, provém de atores do próprio Estado (policiais, militares regulares) e de atores com acesso técnico e autorizações como os colecionadores e caçadores (CACs). Assim se forma uma cadeia produtiva híbrida, onde o capital técnico-político do Estado orienta, subsidia e regula as práticas ilegais e clandestinas. Aqui o “esquema” de propina com agentes públicos mescla os controles formais. Torna-se parte do aparato de policiamento integrante dos negócios da proteção e seu circuito de armas e drogas. Tem-se, neste caso, o avanço do policiamento DOS BENS com seus arranjos entre grupos criminais e agentes estatais na governança de territórios e esforços de contenção pelo policiamento DO BEM, composto pelos segmentos das forças públicas que não se tornaram patrões, sócios ou funcionários do crime organizado. Evidencia-se que o ator relevante contra ou a favor da organização criminosa (ORCRIM) é o Estado em sua abstração política, e a burocracia estatal na concreção de suas práticas emaranhadas e dispersas nos labirintos institucionais.

Do mercado ao artefato político: efeitos condensados do fuzil

Observa-se como a fábrica clandestina de fuzis atua não apenas como engrenagem de mercado, mas como operador político que redistribui custos, riscos e ganhos. Para tornar visível essa articulação entre dimensões materiais e simbólicas, o quadro a seguir sintetiza os efeitos mais significativos desse arranjo.

Quadro 1: Síntese dos efeitos significativos

O elenco de efeitos reunidos aponta que a fábrica clandestina de fuzis não se reduz a um arranjo de mercado, mas se projeta como um artefato político que tensiona e reacomoda as relações entre crime e Estado. Esses efeitos não operam de forma linear-causal, mas como uma gramática material e simbólica que atravessa distintos domínios: a logística da oferta, a economia do preço, a especialização do trabalho, a rastreabilidade policial e o simbolismo social. É nessa chave que a clandestinidade industrial se deixa ver como prática inserida nos modos criminais de governo e nas tecnologias de sujeição adotadas. Pode-se observar como cada efeito se combina e se reforça nos diferentes eixos que dão alguma centralidade ao fuzil na economia política do crime.

A) Logística e oferta: da escassez à previsibilidade

A emergência de unidades de montagem e pequenas fábricas desloca a disponibilidade de armas do regime esporádico do contrabando para um padrão de oferta mais previsível. Onde antes o armamento dependia de rotas longas e de risco, instala-se uma arquitetura de estoques e reposição: peças chegam por canais diversos, são acumuladas e montadas conforme demanda. Isso altera o repertório de planejamento dos domínios armados — operações, bloqueios e ocupações passam a considerar a existência de reservas internas de armamento, reduzindo a dependência de “oportunidades” externas e tornando as decisões táticas e políticas menos sujeitas a rupturas de abastecimento.

B) Economia e preço: arrendamentos e rotatividade do poder de fogo

A produção local e as modalidades transitórias de apropriação (empréstimos, consignações, arrendamentos) reconfiguram a relação custo-benefício do armamento. Não é preciso comprar para dispor do poder de fogo: fórmulas de arrendamento e empréstimo permitem que um assalto, uma ação pública de grande visibilidade como o assassinato de delator do PCC no aeroporto de Guarulhos ou mesmo uma “encomenda” letal como o assassinato do ex-chefe da polícia civil de São Paulo sejam executados com armamento de alto calibre sem o desembolso inicial. Isso torna o fuzil acessível a operadores episódicos e facilita a rotatividade do poder de fogo entre grupos.

Na prática, a redução do preço unitário e a circulação temporária diluem o custo e transferem riscos para o provedor, ao mesmo tempo em que criam vínculos de dependência: pactos locais e obrigações informais entre fornecedor e usuário se consolidam como dispositivos de governança. O efeito político é duplo — expande a capacidade operacional sem exigir capital alto e, simultaneamente, dificulta a responsabilização individual e institucional, porque o armamento deixa de ser um bem de propriedade estável e passa a ser produto de uma bricolagem que atira, fere e mata.

Esse cenário se adensa quando se considera a flexibilização do porte e do acesso às armas promovida pelo governo Bolsonaro (2019-2022). Pistolas, carabinas e fuzis passaram a circular mais à vontade no varejo da vida social, permitindo ao crime “matar com nota fiscal”. Barateou-se o custo do armamento e saturou-se a já limitada capacidade estatal de fiscalização — política que, na lógica do “liberou geral”, não tinha interesse em se aprimorar. Estimulou-se, assim, um mercado legal regulado de forma insatisfatória, cujos estoques transbordam para o ilegal e produzem uma circulação híbrida de pequeno e grande porte. Essa política ancorava-se na ilusão pseudoliberal de que o indivíduo armado poderia se autorregular e se autofiscalizar, sobretudo na sociedade brasileira desigual e hierárquica, que aciona suas razões de cor, classe, gênero etc. para impor soluções. O controle foi deslocado para a figura isolada do comprador — na lógica do individualismo egoísta e desconectado dos pactos políticos-normativos, onde “se fez errado, que pague”. A contrapartida seguiu sendo a fabricação de leis duras, concebidas para serem impraticáveis, e que reforçam o desmanche e a descaracterização de armas. O efeito imediato foi a criação – e reforço – de uma capacidade coativa potencial dissolvida no cotidiano da vida comum. Sua existência e a exibição de sua disponibilidade para o uso criam um efeito impositivo e dissuasório. Esse efeito desiguala os termos de toda e qualquer negociação, frente à possibilidade constante da ameaça latente e difusa de uma arma como escolta das interações conflituosas. Arsenais privados tornaram-se recurso de estoque para impor soluções violentas e autoritárias de conflitos nos espaços de convivência, sejam eles públicos ou privados, criminais ou não. Trata-se de um legado que persiste no atual governo Lula. Apesar do esforço de retomar algum rigor na legislação e na fiscalização, os efeitos da flexibilização anterior permanecem, com marcas que seguem organizando o mercado e a circulação de armas.

C) Trabalho especializado: armeiros, técnicos e intermediários

A montagem em escala exige competências técnicas e arranjos organizacionais: usinagem, acabamento, manutenção e logística não são mais tarefas improvisadas, mas funções especializadas. Surgem polos de saber prático — armeiros, técnicos e intermediários — e cadeias de fornecimento que articulam fornecedores legais e ilegais. Essa profissionalização produz bens mais confiáveis e padronizados, fideliza clientelas e amplia a capacidade de oferta. Desloca-se o problema do enfrentamento apenas para o campo policial, porque atinge também dimensões laborais, econômicas e de regulação de mercados.

D) Rastreabilidade e perícia: o labirinto do controle estatal

A fragmentação das rotas e a modularidade das peças complicam a rastreabilidade. Componentes sem numeração, corpos remontados e uso pontual de tecnologias de fabricação dificultam a identificação da origem e exigem perícias multidisciplinares — metalúrgica, digital, balística. Isso eleva custos e tempos de investigação e impõe à polícia maior necessidade de cooperação (administrativa e técnica), bem como de controle aduaneiro e inteligência financeira. A consequência é uma assimetria: enquanto a cadeia criminosa se flexibiliza com a contribuição do Estado, a resposta estatal demanda investimentos longos e custosos que demandam prioridades políticas do governo. Estas prioridades podem não acontecer diante da ausência ou presença da “vontade política” personalista, instável e suscetível a busca por resultados eleitorais.

E) Simbolismo e fetiche: o fuzil como ativo relacional

O fuzil opera simultaneamente como instrumento e como signo: mesmo em cenários urbanos e em geografias acidentadas — ocupações com traçado irregular, becos e encostas que reduzem manobrabilidade e campo de visão — sua presença excede a racionalidade tático-operacional. O peso, o porte e a logística de munição tornam o fuzil desajustado a muitos ambientes cotidianos. Contudo, a visibilidade pública do armamento confere autoridade às governanças criminais. Além disso, a circulação por arrendamentos e empréstimos transforma o fuzil em ativo relacional: é tanto ferramenta de coerção quanto meio de composição de lealdades e obrigações locais.

Metas, propinas e a engrenagem político-criminal

Outro efeito perverso são as metas isoladas de apreensão de fuzis, que transformam o que deveria ser um meio para reduzir a circulação de armas num fim em si mesmo. Esse simplismo retroalimenta a lógica das propinas e dos esquemas necessários para sustentar o produtivismo policial. Como não é possível manter uma curva linear e crescente de apreensões — sobretudo das armas mais caras —, tais metas acabam exigindo a negociação direta com o crime para garantir números vistosos. A estatística de impacto, convertida em propaganda imediata, funciona como capital eleitoral, enquanto, nos bastidores, rearranjam-se as propinas em torno daquilo que será ou não apreendido. Esse processo se ancora num saber técnico especializado sobre aquisição, montagem, revisão e circulação de armamentos — muito dele oriundo de agentes do próprio Estado (policiais, militares regulares) — e dá forma a uma cadeia produtiva que combina crime e aparato estatal, transformando a gestão de fuzis em moeda política e publicitária.

Quadro 2 – Engrenagem política das metas

Diante dessa engrenagem — metas que se autoalimentam, estatísticas convertidas em capital eleitoral e uma cadeia produtiva híbrida — seguem-se implicações práticas imediatas para políticas de controle de armamentos, fiscalização interna e transparência das operações.

A leitura dos eixos analíticos permite compreender que os efeitos das fábricas clandestinas produzem impactos concretos no funcionamento cotidiano do crime e na capacidade de resposta do Estado. É nesse ponto que se pode sistematizar as implicações práticas da montagem local de fuzis, organizadas como catálogo técnico que traduz a engrenagem industrial em consequências operacionais diretas para o mercado ilícito e para a ação policial.

Quadro 3 – Implicações operacionais específicas

A convergência entre esses eixos gera um circuito autorreprodutor: a oferta regular e o preço mais baixo expandem o mercado; a especialização assegura qualidade e fidelização; a perda de rastreabilidade aumenta a impunidade; o valor simbólico do fuzil retroalimenta sua demanda. O resultado é uma economia política armada em que o fuzil opera simultaneamente como mercadoria, signo de poder e instrumento de governo territorial.

O desafio da “industrialização criminal”

As fábricas clandestinas de fuzis expressam a industrialização do crime organizado como parte constitutiva da economia política em rede que envolve negócios (i)legais, governanças criminais sob a regulação do Estado. Não se trata de desvio ou exceção, mas de prática ordinária que reorganiza fluxos, regula preços, redistribui riscos e reconfigura relações de poder.

Este artigo buscou evidenciar cinco pontos centrais: a logística que passa da política da escassez à política da previsibilidade; a economia que dilui custos via arrendamentos e rotatividade do meio coercitivo; a especialização do trabalho que cria cadeias híbridas de armeiros, técnicos e intermediários; a rastreabilidade comprometida pela modularidade e pela fragmentação; e o simbolismo do fuzil convertido em capital político, mercadoria estratégica e ativo relacional. A engrenagem das metas de apreensão, das estatísticas publicitárias e dos esquemas de propina mostra como o policiamento dos bens se entrelaça à gestão criminal, enquanto o policiamento do bem é tensionado pelos labirintos institucionais.

O enfrentamento desse fenômeno exige compreender que a industrialização do fuzil é também uma tecnologia de governo. No plano regulatório, implica controle de peças, kits e marketplaces virtuais. No plano técnico, supõe ampliar a perícia e a rastreabilidade forense. No plano político, demanda cooperação internacional, arranjos federativos e monitoramento financeiro. Mas o ponto decisivo é simbólico: disputar o fetiche do fuzil como signo de prestígio e poder que tem sido construído como uma pedagogia de governos policiais e militares dentro da estrutura do Estado. Sem essa disputa política de sentidos que vem de dentro, a engrenagem político-criminal seguirá operando o fuzil como artefato central da economia política do crime — mesmo diante de sua menor rentabilidade logística e tático-operacional nos domínios territoriais armados.

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