União Europeia desafia Trump e mantém regras rígidas para plataformas digitais

Foto: Emily J. Higgins/Casa Branca

Mais Lidos

  • Zohran Mamdani está reescrevendo as regras políticas em torno do apoio a Israel. Artigo de Kenneth Roth

    LER MAIS
  • Guiné-Bissau junta-se aos países do "cinturão de golpes militares" do Sahel e da África Ocidental

    LER MAIS
  • Os algoritmos ampliam a desigualdade: as redes sociais determinam a polarização política

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

02 Setembro 2025

Mesmo sob ameaça de tarifas e retaliações de Donald Trump, a União Europeia reafirma que continuará aplicando suas leis digitais DSA e DMA, voltadas à moderação de conteúdos e à proteção de usuários

A União Europeia confirmou que não vai recuar diante das pressões de Donald Trump sobre o setor digital. A vice-presidente da Comissão Europeia, Henna Virkkunen, declarou nesta segunda-feira (1º) que as leis DSA (Lei dos Serviços Digitais) e DMA (Lei dos Mercados Digitais) continuarão sendo aplicadas integralmente em todo o bloco, mesmo diante das ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos.

A informação é publicada por Agenda do Poder, 01-09-2025.

Virkkunen afirmou em publicação no X (antigo Twitter) que seguirá defendendo a soberania digital europeia. “Continuarei fazendo com que sejam respeitadas, por nossas crianças, cidadãos e empresas”, escreveu, destacando que as legislações foram aprovadas com ampla maioria no Parlamento Europeu e no Conselho Europeu, que reúne os 27 Estados-membros.

As duas normas são consideradas um marco global de regulação tecnológica. A DSA impõe obrigações rígidas às grandes plataformas, especialmente no combate à desinformação, ao discurso de ódio, à circulação de produtos falsificados e a conteúdos perigosos. Já a DMA busca limitar práticas monopolistas das gigantes de tecnologia, garantindo mais concorrência no mercado digital europeu.

Trump, por sua vez, tem elevado o tom contra países e blocos que regulam o setor, ameaçando aplicar tarifas e impor restrições comerciais. Embora não tenha citado diretamente a União Europeia em suas últimas falas, o bloco é visto como o principal alvo, por deter o mais abrangente arsenal jurídico contra as big techs.

O Congresso dos Estados Unidos também entrou na disputa e programou para esta semana uma audiência intitulada “A ameaça da Europa à liberdade de expressão e inovação nos Estados Unidos”. O evento, convocado pelo republicano Jim Jordan, presidente da comissão judiciária da Câmara, deve aprofundar a tensão transatlântica em torno do tema.

Em carta enviada a Jordan, Virkkunen reforçou que as leis europeias respeitam os direitos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão, e têm como prioridade a proteção de menores e empresas. Ela lembrou ainda que se reuniu em julho com membros do Congresso americano em Bruxelas, reforçando o caráter democrático e soberano da regulação europeia.

O embate entre Trump e a União Europeia promete intensificar o debate global sobre os limites da liberdade de expressão e o papel dos governos na regulação do ambiente digital.

Leia mais