20 Julho 2023
- “O diálogo com capacidade de escuta é essencial para chegar a um consenso, apesar das diferenças”, afirmou.
- Barreto apoiou o pronunciamento da Conferência Episcopal Peruana que reconhece o direito de protestar e repudia a violência, venha ela de onde vier. Além disso, afirmou o respeito aos direitos humanos e aos bens públicos e privados.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 19-07-2023.
O cardeal Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo, apoiou os protestos contra o governo que aconteceram em 19 de julho em todo o país. “Os protestos são expressões da dor de um povo não ouvido, discriminado, fragmentado, confrontado por uma classe política que não atende suas demandas. São os justos gritos e clamores com todos os direitos”, disse.
Barreto enfatizou que as mobilizações são justas e um direito e pediu que a repressão das Forças Armadas e da Polícia seja comedida: “uma repressão indiscriminada seria fatal e ainda lamentamos as mortes de irmãos e irmãs. Não deve morrer mais nenhum dessa situação”, disse Barreto.
O prelado convocou a classe política a aprender a ouvir e atender às necessidades dos povos originários da Amazônia, da serra, do litoral e dos camponeses de língua quíchua, sem racismo.
“O diálogo com capacidade de escuta é fundamental para se chegar a um consenso, apesar das diferenças”, destacou.
Pasó en el Perú | Junín. El cardenal Pedro Barreto respaldó las protestas de este miércoles en contra del gobierno de Dina Boluarte, pues dijo que es justo y es un derecho.
— El Búho? (@elbuho_pe) July 19, 2023
? Programa producido por la Red de Medios Regionales del Perú pic.twitter.com/R5q39tqGoj
No entanto, Barreto evitou falar da renúncia de Dina Baluarte ao cargo de presidente.
Apoio ao pronunciamento da Conferência Episcopal
Pedro Barreto apoiou o pronunciamento da Conferência Episcopal Peruana que “reconhece o direito de protestar” e repudia a violência, venha ela de onde vier. Além disso, afirmou o respeito aos direitos humanos e aos bens públicos e privados.
Para a Conferência Episcopal, o governo “tem a obrigação imperiosa de ouvir o povo peruano, de não ficar alheio às urgentes necessidades e justas reivindicações. Não há democracia sem a presença e participação da população”.
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