17 Novembro 2022
Durante a assembleia geral de outono da Conferência Episcopal dos EUA, em andamento em Baltimore (14 a 17 de novembro), os bispos elegeram um novo presidente ontem. É Mons. T. Broglio, desde 2008 ordinário castrense católico do exército dos Estados Unidos – que recebeu 138 votos a favor em 237.
O comentário é de Marcello Neri, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, publicado por Settimana News, 16-11-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Broglio vem da diplomacia vaticana. Na década de 1990, havia sido secretário particular do cardeal Angelo Sodano, em 2001 tornou-se núncio na República Dominicana e delegado apostólico em Porto Rico.
Aquele foi o período de forte atrito entre a Secretaria de Estado liderada por Sodano e os bispos latino-americanos, que viram a tentativa do Vaticano de fazer uma intervenção no CELAM.
Para a vice-presidência foi eleito o bispo de Baltimore, W. Lori, que também ocupa o cargo de capelão dos Cavaleiros de Colombo – poderoso lobby conservador do catolicismo estadunidense – e o de presidente do comitê pró-vida desde 2021.
Se Lori, nos últimos tempos, tem assumido posições mais moderadas, visando tentar reconstruir um mínimo de unidade e coesão entre os bispos estadunidenses, Broglio continua sendo uma figura caracterizada por um forte e polêmico distanciamento do Papa Francisco. Assim são confirmadas, tanto a divisão interna do corpo episcopal dos Estados Unidos quanto uma maioria de bispos que não estão em sintonia com a visão do atual pontífice sobre a Igreja.
Eleito para um mandato de quatro anos, pode dizer-se que esta escolha visa o pós-Francisco e será chamada a gerir o cargo da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos nas próximas eleições presidenciais (no mesmo dia de ontem D. Trump anunciou a sua intenção de concorrer como candidato em 2024).
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Bispos dos EUA: novo presidente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU