04 Outubro 2022
A reportagem é de Johan Pacheco, publicada por Vatican News, 30-09-2022.
Nova etapa na Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores. Assim, depois de sua incorporação ao Dicastério para a Doutrina da Fé, como resultado da reforma realizada pelo Predicate Evangelium, o Papa aumentou o número de membros, até vinte, e o igualou: dez homens e dez mulheres.
Em entrevista ao Vatican News, o presidente desta Comissão, Cardeal Seán O'Malley, como todas essas mudanças significativas podem influenciar o trabalho de prevenção de abusos dentro da Igreja.
“Estas mudanças coincidem com o momento em que o Santo Padre deu uma nova responsabilidade à Comissão, tornando-nos parte da Cúria Romana. Então, estamos ansiosos para trabalhar com esses novos membros. Metade da Comissão são membros que estiveram conosco, mas há dez novos; eles representam muitos países diferentes. E agora metade são mulheres, o que é muito importante. As mulheres têm uma perspectiva muito importante em toda essa área de cuidado e proteção e somos muito gratos por aqueles que serviram na Comissão no passado”, diz.
E quanto ao fato de que agora fazem parte estruturalmente da Doutrina da Fé - "que é o Dicastério que tem a responsabilidade dos casos" - o arcebispo de Boston assegura que "não temos nada a ver com julgar casos individuais, mas estar mais perto deles, é uma oportunidade de trazer uma atitude pastoral a todo o processo e também uma oportunidade para aprendermos mais sobre a realidade dos casos, porque todos os casos de todo o mundo chegam a este Dicastério”.
Questionado sobre o alcance que o trabalho desta comissão anti-abuso teve ao longo dos anos, o cardeal garante que “ nos lugares onde a necessidade de desenvolver protocolos claros e implementá-los foi levada a sério, vimos sucesso. Na verdade, nos Estados Unidos tivemos uma crise terrível em 2002, e a Conferência dos Bispos na época trabalhou duro para desenvolver protocolos, uma comissão nacional, e todas as dioceses tinham suas comissões diocesanas e sempre incorporamos vítimas e parentes de sobreviventes em ou processo. O resultado nos últimos 20 anos é que há muito poucos casos. Assim, se isso for levado a sério, existe a possibilidade de criar uma Igreja segura para os jovens e para as crianças”.
Nesse sentido, O'Malley defende "ter grandes programas de educação em todos os lugares para que as pessoas se conscientizem da realidade, mas também."
As pessoas também têm que ver a Igreja comprometida com a prevenção.
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Quando as pessoas veem que estamos comprometidos com a prevenção, percebem os valores que a Igreja tem e a razão pela qual também temos que olhar para trás para corrigir as injustiças do passado. E tudo isso requer uma conversão, uma mudança de atitude, uma mudança de coração e a aceitação da realidade de que a missão da Igreja não pode avançar se não enfrentarmos este grande obstáculo à pregação do Evangelho.
