07 Setembro 2022
Estudar e depois colocar em prática o que aprendeu no momento oportuno: isso não é uma fonte de felicidade?
O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 04-09-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Quando eu era jovem vivia em condições humildes e aprendi muitos ofícios". Assim confessava nos Pensamentos, diálogos, frases recolhidas pelos discípulos, o sábio por excelência da cultura chinesa, Confúcio, que viveu entre os séculos VI e V a.C. e ficou conhecido na Europa em 1595 através do famoso jesuíta Matteo Ricci, missionário naquelas terras. Mestre Kong (este é o significado de seu nome) toca em nossa citação um tema relevante também em nossos dias, aquele que talvez tenha tido que conquistar com esforço de saber. A escola está, de fato, no centro dos debates e da própria política, principalmente após a eclosão da pandemia. É fundamental para a vida de todos, e deve entrelaçar dois componentes, muitas vezes separados ou simplificados.
Por um lado, há a "instrução" que, como diz a raiz latina (in-struere), é uma introdução de conhecimentos semelhante a semente a ser inserido no solo da mente e da consciência da pessoa, especialmente se ela estiver em formação devido à tenra idade. Por outro lado, há a "educação" que, como sugere o latim (e-ducere), é extrair do solo interior da pessoa seus dons e qualidades nativas.
Estudar é o resultado do entrelaçamento desses dois movimentos, e só assim o homem e a mulher crescem em plenitude, em sabedoria e capacidades humanas. Infelizmente, porém, com frequência no sistema escolar acontece o que Sêneca confessava escrevendo ao amigo Lucílio: "Non vitae, sed scholae discimus", aprendemos não para a vida, mas apenas para os exames.
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#Estudar. Artigo de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU