#entediante. Artigo de Gianfranco Ravasi

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25 Julho 2022

 

Não há nada mais entediante do que aquela concordância acrítica que une todos os autores.

 

O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado em Il Sole 24 Ore, 24-07-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Eis o texto.

 

“Não existe conversa mais entediante do que aquela em que todos concordam.”

 

Basta ler algumas páginas de um panfleto ou de uma revista fundamentalista de nível religioso ou político para sentir subir na garganta um tédio que pode beirar a náusea.

 

E não tanto pelas teorias muitas vezes bizarras ou pelos diversos fanatismos, mas justamente por aquele ritmo monocórdico que marca todas as linhas, ou seja, aquela concordância acrítica que une todos os autores.

 

O grande Montaigne confirma isso em nível geral, segundo o seu estilo desprendido e irônico, na passagem que citamos. A tradição judaica tem um aforismo fulgurante: “É melhor um grão de pimenta do que uma cesta de melancias”.

 

Claro, a pimenta da crítica deve ser calibrada para evitar um excesso que deforme o sabor, mas ela é necessária, se quisermos evitar a chatice monotonia e da autossuficiência.

 

Outro francês, Honoré de Balzac, em uma das suas obras mais conhecidas, “As ilusões perdidas”, usava outra imagem: “A crítica é uma escova que não deve ser usada em tecidos delicados, pois estragaria tudo”.

 

Mas é indispensável no tecido pesado e empoeirado dos lugares comuns, da segurança altiva, do acordo a todo o custo, sem um sobressalto de perguntas. À esterilidade da certeza fria que não admite o diálogo deve-se opor, porém, a fecundidade da busca e do debate.

 

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