06 Mai 2022
Há semanas Bergoglio está sendo obrigado a reorganizar seus compromissos diariamente devido ao problema persistente no joelho direito, que não lhe permite mais andar. O uso da cadeira de rodas em que chegou à Sala Paulo VI foi necessário para atender às instruções dos médicos que prescreveram quinze dias de repouso absoluto: uma indicação que o papa não cumpriu.
A reportagem é de Francesco Antonio Grana, publicada por Il Fatto Quotidiano, 05-05-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Há preocupação no Vaticano com as reais condições de saúde do Papa Francisco. Há semanas, de fato, Bergoglio é forçado a reorganizar sua agenda diariamente devido ao problema persistente no joelho direito, que não lhe permite mais andar. Audiências privadas canceladas ou adiadas e celebrações delegadas a algumas personalidades da Cúria (a vigília pascal, sábado santo, ao cardeal decano Giovanni Battista Re e a missa dominical da Divina Misericórdia, no passado dia 24 de abril, a monsenhor Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho a promoção da nova evangelização).
O uso da cadeira de rodas, na qual chegou à Sala Paulo VI para a audiência com os participantes da plenária da União Internacional das Superioras Gerais, foi necessária devido ao agravamento das dificuldades de locomoção e para obedecer às indicações dos médicos que lhe prescreveram quinze dias de repouso absoluto no leito. Indicação de que o ilustre paciente, como é evidente, não cumpriu, tentando conciliar sua agenda, bastante exigente, com as dificuldades motoras.
Certamente não é uma imagem inédita, porque o Papa precisou de uma cadeira de rodas também nos dias seguintes à operação de cólon a que foi submetido em 4 de julho de 2021. Na época, porém, tratava-se de uma indicação regular após uma delicada operação com anestesia geral em um homem no limiar dos 85 anos. Agora, no entanto, o uso de cadeira de rodas, como muitas outras facilitações (audiências transferidas do Palácio Apostólico para a Casa Santa Marta, deslocamento de carro ou papamóvel, plataformas para evitar os degraus), tornou-se necessário devido à impossibilidade prolongada de caminhar.
No Vaticano especificam que nos dias anteriores o Papa usou a cadeira de rodas para percorrer algumas distâncias sem andar. Assim como não está excluído que Francisco volte a usá-la nos próximos dias. No momento, nos palácios sagrados sustentam que “é difícil fazer outras previsões” e que “por enquanto os programas previstos da agenda papal permanecem”. Além disso, Francisco está anunciando várias viagens internacionais para os próximos meses que, no momento, parecem impraticáveis.
“Infelizmente - explicou o Papa aos fiéis presentes na audiência geral de quarta-feira na Praça de São Pedro - não poderei passar entre vocês por causa do problema no joelho. E por isso peço desculpas por ter que cumprimentar sentado, mas é coisa do momento. Esperamos que passe logo e eu possa ir até vocês, depois, em outras audiências”.
Palavras repetidas em todas as audiências privadas nas últimas semanas: "Desculpe-me se não posso me levantar para cumprimentá-los, os médicos me disseram que tenho que ficar sentado por causa do joelho". Recentemente, o próprio Francisco explicou sua situação clínica: “Estou com um ligamento rompido, vou fazer uma infiltração e vamos ver. Estou assim há muito tempo, não consigo andar. Antigamente os papas usavam a cadeira gestatória. Também é preciso alguma dor, alguma humilhação”. No Vaticano, também confirmam que as infiltrações realmente foram feitas. Será necessário considerar se outras serão necessárias nos próximos dias.
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Audiências adiadas e liturgias delegadas a outros: no Vaticano a saúde de Francisco é agora uma preocupação. “Mas por enquanto a agenda papal não muda” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU