14 Março 2022
Em sua aproximação gradual ao cerne da guerra da Rússia de Putin contra a Ucrânia, com a bênção do Patriarca Kirill, o Santo Padre Francisco destacou fortemente - hoje ao meio-dia no final do Angelus - um novo passo solicitado por muitos em todo o mundo.
A reportagem é publicada por Il Sismografo, 13-03-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Assim, Francisco fechou para qualquer ambição que, com o objetivo de alcançar um papel de “mediação” entre Zelensky e Putin, parecia impossível para a maioria. Este não é o poder da Igreja. Seu poder é a potência, ou seja, a oração e a verdade.
Esta de hoje é a quarta intervenção pública do Santo Padre sobre a guerra na Ucrânia e é muito corajosa e transparente.
Nas palavras do Papa Francisco na conclusão da antífona mariana, ele envia essencialmente uma mensagem precisa e unívoca para:
Francisco fala claramente de “massacre”, “barbárie” e “agressão”. Ele acrescenta que sua denúncia, que inclui o fim da guerra, é das pessoas comuns. Mas não só. É a de Deus.
De fato, o Papa invoca Deus para parar a guerra, para ouvir aqueles que sofrem, para parar o massacre.
De grande importância no diálogo ecumênico, em particular com os ortodoxos de Moscou, são estas palavras: “Deus é apenas o Deus da paz, não é o Deus da guerra, e quem apoia a violência profana seu nome”.
Neste ponto, o caminho da Igreja é o mesmo de sempre: oração e verdade.
O Papa Francisco, após a missa na Igreja de Jesus em Roma, no quarto centenário da canonização dos Santos Isidoro, o Lavrador, Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa de Jesus e Felipe Neri, visitou o vizinho Centro Astalli, a estrutura administrada pelos jesuítas que acolhe refugiados.
O Centro Astalli também esteve presente na Missa que o Papa celebrou hoje. Dez mulheres refugiadas de várias nacionalidades, acolhidas no Centro, participaram da liturgia. A eles foram confiadas as intenções de oração pronunciadas em sua própria língua.
No final da missa algumas delas ofereceram ao Santo Padre uma bolsa de lona africana, costurada durante os meses mais difíceis da pandemia, símbolo da paz para eles e o livro fotográfico “Volti al futuro” com os retratos e pensamentos dos refugiados acolhidos no Centro Astalli.
Padre Camillo Ripamonti, presidente do Centro Astalli destacou que “a presença de mulheres refugiadas neste dia tão significativo para toda a Companhia de Jesus é um sinal importante. É uma presença que nos fala de paz”. Muitas delas fugiram de guerras e perseguições. Algumas são vítimas de tortura e violência, entre elas há também aquelas que vivenciaram a experiência da prisão na Líbia e o naufrágio no mar.
O Centro Astalli, neste momento de grave tensão devido à crise na Ucrânia, pediu o fim do conflito com o Papa Francisco e com as mulheres refugiadas, artesãs da paz.
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A opção do Papa Francisco: nenhuma mediação e, portanto, uso dos verdadeiros “poderes” da Igreja, oração e verdade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU