11 Março 2022
“Está longe de terminar”, diz diretor Tedros Adhanom sobre a pandemia, decretada pela OMS há dois anos. “O vírus da covid-19 continua evoluindo”.
A reportagem é publicada por Rede Brasil Atual, 09-03-2022.
“Esta pandemia está longe de acabar”, afirmou nesta quarta-feira (9) o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom. “E não terminará em lugar algum se não conseguirmos em todos os lugares”, enfatizou. Durante entrevista coletiva, em Genebra, ele destacou que na próxima sexta (11), fará dois anos que a entidade declarou a covid-19 como emergência de saúde internacional.
Tedros lembrou que, seis semanas antes de anunciar a pandemia, a OMS já havia declarado o mais alto nível de alerta sanitário da instituição. Naquele momento, a China registrava cerca de 100 casos da doença, sem nenhuma morte. Mas os avisos não surtiram o “efeitos imediatos”, segundo ele. Em vez disso, Tedros reclamou que entidade foi criticada por uma suposta demora em reagir à situação. “Dois anos depois, mais de 6 milhões de pessoas morreram”, ressaltou.
Atualmente, em todo o mundo, número de novas infecções e mortes têm caído 5% e 8%, respectivamente, de acordo com a OMS. Por outro lado, a entidade alerta para “crescimento muito forte” da covid-19 na região do Pacífico Ocidental. Hong Kong, por exemplo, registrou pico de mais de 50 mil casos na semana passada. A região também computou recorde de mortes – 291 – ontem (8), de acordo com a plataforma Our World in Data.
“O vírus continua evoluindo”, disse Tedros. Ele também demonstrou preocupação com a redução drástica no nível de testagem em diversos países. “Isso nos impede de ver onde está o vírus, como ele se espalha e como evolui”, alertou.
Novas variantes
A epidemiologista sênior da OMS, Maria Van Kerkhove, disse que a entidade continua monitorando possíveis novas mutações do novo coronavírus. Assim, ela afirmou que a principal preocupação é com a combinação entre as variantes delta e ômicron. “Foi detectada em alguns países, mas continua em níveis baixos de transmissão. Não vimos mudanças em termos epidemiológicos e de severidade ainda. Mais estudos ainda vão sair”.
Da mesma maneira, ela destacou que, longe de acabar, “a pandemia continua”, em função da desigualdade vacinal entre os país. “Infelizmente, esse vírus tem e terá oportunidades de continuar se espalhando”, lamentou.
Leia mais
- As lições não aprendidas nos anos da pandemia. Artigo de Nicoletta Dentico
- Como será o mundo depois do coronavírus, segundo Yuval Noah Harari
- O coronavírus de hoje e o mundo de amanhã, segundo o filósofo Byung-Chul Han
- O número de mortes por covid-19 é quatro vezes maior nos países pobres
- Mundo está entrando em quarta onda de covid-19, diz diretora da OMS
- Vacinação desigual favorece novas mutações e coloca todos em risco, alerta chefe da OMS
- Fim de restrições contra covid-19 na Inglaterra é ‘mau exemplo’ para o Brasil, diz pesquisador da Fiocruz
- Covid, uma vacina contra todas as variantes: bons resultados nos primeiros testes
- 2022 e a pandemia: Ômicron, vacinas e o futuro da covid-19 no Brasil segundo pesquisadores
- O impacto da covid-19 na dinâmica demográfica brasileira. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves
- Mundo está entrando em quarta onda de covid-19, diz diretora da OMS
- Existem aproximadamente 8,4 milhões de toneladas de plástico a mais ligadas à pandemia de Covid
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
OMS: pandemia não vai acabar em lugar nenhum se não acabar em todos os lugares - Instituto Humanitas Unisinos - IHU