29 Novembro 2021
Uma mensagem inspiradora, de alguém a quem Mauricio López se referiu como “um embaixador do transbordamento do Espírito”. Dom Cláudio Hummes se dirigiu aos participantes da Assembleia Eclesial reconhecendo que “os tempos atuais são difíceis, desafiadores, mas também abertos a inovações e novos sonhos”. Um exemplo desses novos sonhos é esta Assembleia Eclesial, insistiu o presidente da CEAMA.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Dom Cláudio lembrou a homilia da missa que o Papa Francisco celebrou logo após sua eleição com os cardeais do Conclave, que teve como fundamento as palavras caminho e caminhar. O Papa insistiu em derrubar muros e construir pontes para sair, para ir ao encontro das periferias e com elas construir “caminhos eclesiais, caminhos sinodais”. Caminhos que fizeram parte da Igreja primitiva, retomados no Concílio Vaticano II e sustentados no sensus fidei e sensus fidelium.
Uma Igreja sinodal, “uma instituição pastoral e missionária, constituída não somente de bispos, mas também de representantes das demais categorias do povo de Deus”. O cardeal lembrou o longo processo para chegar nesta Assembleia, lembrando do processo vivido no Sínodo para a Amazônia onde o povo foi “ao encontro de todos, mas especialmente dos mais sofridos e pobres das periferias geográficas e existenciais da Panamazônia com o objetivo de escutar, escutar e escutar”.
O presidente da CEAMA também lembrou as palavras do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, onde falou que “a Igreja está na Amazônia não como aqueles que tem as malas na mão para partir depois de ter explorado tudo que puderam”. O Papa chamou a consolidar “o rosto amazônico da Igreja”, pedindo para isso ousadia e coragem. Tudo isso foi se concretizando com a criação da REPAM, um processo que foi explicitado pelo cardeal Hummes, e que o purpurado vê como semente desta Assembleia Eclesial, “em que não participam e decidem apenas os bispos, mas todo o povo de Deus, segundo o Concílio Vaticano II”.
Seu presidente, também lembrou da criação da CEAMA, aprovada canonicamente pelo Papa Francisco em 9 de outubro, que Dom Cláudio define como “aquele ponto firme irreversível”, para toda a Igreja. “O Papa pode agora constituir Conferências eclesiais em qualquer outra parte da Igreja no mundo”, insistiu. Isso é visto como “um avanço extraordinário!”, mostrando o desejo da CEAMA de “participar plenamente desta nova fase da Igreja na América Latina e Caribe em termos de uma Igreja Sinodal, que se alimenta das grandes propostas de Aparecida e do Vaticano II”.
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Dom Cláudio: “Tempos difíceis, mas também abertos a inovações e novos sonhos” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU